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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Oficiais de justiça "preocupados" com riscos psicossociais no setor revelados por estudo


O Sindicato dos Oficiais de Justiça, (SOJ) manifestou "preocupação" com dados extraídos do Relatório de Avaliação do Riscos Psicossociais na Justiça, sobretudo um risco elevado de exaustão física e mental ('burnout').


Este estudo, pedido pelo sindicato e hoje apresentado na sede da UGT, em Lisboa, pelo presidente do SOJ, Carlos Almeida e por Samuel Antunes, da ordem dos psicólogos e responsável pelo estudo, apresenta nesta área do 'burnout' 54% de "risco elevado" e 34% de "risco moderado", num total de 88% de risco de exaustão física e mental.


Merecem ainda "particular atenção e rápida intervenção do Ministério da Justiça" o conflito trabalho/família, que apresenta 50% de risco elevado e 28% de risco moderado, o elevado ritmo de trabalho (75%), o stress (com 40% de risco elevado e 43% de risco moderado), os problemas em dormir (40% de risco elevado e 39% de moderado) e os sintomas depressivos, com 34% de risco elevado e 43% de moderado.


Merecem ainda preocupação as exigências quantitativas, com 46% de risco elevado e 41% de moderado, as exigências cognitivas, com um risco elevado de 75%, e as exigências emocionais, com 78%.


O especialista Samuel Antunes afirmou surgirem no estudo "aspetos claramente positivos e diferenciadores", como sejam a baixa percentagem de comportamento ofensivos e de ausência de riscos (94%), o significado que os trabalhadores atribuem ao seu trabalho (78% de ausência de risco) e a transparência do papel laboral (73% de ausência de risco).

São ainda apresentados como positivos os valores referentes à perceção que os trabalhadores têm da sua auto eficiência (56%), de segurança laboral (56%), o sentimento de pertença e a perceção de um bom ambiente de trabalho (58%), bem como a perspetiva que os trabalhadores transmitem relativamente às possibilidades de desenvolvimento (60%).

Nesta avaliação de Riscos Psicossociais com 395 Oficiais de Justiça, 73,6% dos inquiridos tem entre 41 e 60 anos, com uma formação académica ao nível do ensino secundário (170 pessoas -- 43%) e licenciatura (136 pessoas - 34,4%).


Samuel Antunes disse, em conferência de imprensa, que o estudo se reveste de "uma importância fundamental", numa altura em que a administração pública e os seus trabalhadores "se encontram sujeitos a pressões intensas, resultantes de problemas salariais, redução de efetivos, da criação de quadros de instabilidade e da pulverização do trabalho".


Por seu turno, o SOJ destacou que com este estudo será possível conhecer os principais fatores de stresse (contacto com o público e instabilidade salarial, entre outros), bem como os mais relevantes efeitos organizacionais deles decorrentes, como sejam o absentismo elevado, incidentes e acidente e redução de desempenho, entre outros.



Fonte: Noticia publicada no DN

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