O Sindicato dos Oficiais
de Justiça, (SOJ) manifestou "preocupação" com dados extraídos
do Relatório de Avaliação do Riscos Psicossociais na Justiça, sobretudo um
risco elevado de exaustão física e mental ('burnout').
Este estudo, pedido pelo
sindicato e hoje apresentado na sede da UGT, em Lisboa, pelo presidente do SOJ,
Carlos Almeida e por Samuel Antunes, da ordem dos psicólogos e responsável pelo
estudo, apresenta nesta área do 'burnout' 54% de "risco elevado" e
34% de "risco moderado", num total de 88% de risco de exaustão física
e mental.
Merecem ainda "particular
atenção e rápida intervenção do Ministério da Justiça" o conflito
trabalho/família, que apresenta 50% de risco elevado e 28% de risco moderado, o
elevado ritmo de trabalho (75%), o stress (com 40% de risco elevado e 43% de
risco moderado), os problemas em dormir (40% de risco elevado e 39% de
moderado) e os sintomas depressivos, com 34% de risco elevado e 43% de
moderado.
Merecem ainda preocupação
as exigências quantitativas, com 46% de risco elevado e 41% de moderado, as
exigências cognitivas, com um risco elevado de 75%, e as exigências emocionais,
com 78%.
O especialista Samuel
Antunes afirmou surgirem no estudo "aspetos claramente positivos e
diferenciadores", como sejam a baixa percentagem de comportamento
ofensivos e de ausência de riscos (94%), o significado que os trabalhadores
atribuem ao seu trabalho (78% de ausência de risco) e a transparência do papel
laboral (73% de ausência de risco).
São ainda apresentados
como positivos os valores referentes à perceção que os trabalhadores têm da sua
auto eficiência (56%), de segurança laboral (56%), o sentimento de pertença e a
perceção de um bom ambiente de trabalho (58%), bem como a perspetiva que os
trabalhadores transmitem relativamente às possibilidades de desenvolvimento
(60%).
Nesta avaliação de Riscos
Psicossociais com 395 Oficiais de Justiça, 73,6% dos inquiridos tem entre 41 e
60 anos, com uma formação académica ao nível do ensino secundário (170 pessoas
-- 43%) e licenciatura (136 pessoas - 34,4%).
Samuel Antunes disse, em
conferência de imprensa, que o estudo se reveste de "uma importância
fundamental", numa altura em que a administração pública e os seus
trabalhadores "se encontram sujeitos a pressões intensas, resultantes de
problemas salariais, redução de efetivos, da criação de quadros de
instabilidade e da pulverização do trabalho".
Por seu turno, o SOJ
destacou que com este estudo será possível conhecer os principais fatores de
stresse (contacto com o público e instabilidade salarial, entre outros), bem
como os mais relevantes efeitos organizacionais deles decorrentes, como sejam o
absentismo elevado, incidentes e acidente e redução de desempenho, entre
outros.
Fonte: Noticia publicada
no DN
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