A sede da UGT-Portugal acolheu nos dias 17 e 18 de Outubro, uma
conferência organizada pelo EUROCADRES, dedicada ao tema do stresse e dos trabalhadores-quadro
das empresas.
A Presidente da UGT, Lucinda Dâmaso, esteve na sessão de abertura da
assembleia-geral deste organismo, dando as boas-vindas a todos os participantes
e destacando no seu discurso os desafios que os quadros das empresas enfrentam,
especialmente no sector bancário, onde o trabalho precário ainda é uma
realidade que persiste.
Durante a tarde, na Conferência, foi dado o “pontapé de saída” para o
lançamento da Campanha EndStress.EU,
que tem como objetivo pressionar a Comissão Europeia para a adoção de uma diretiva
específica sobre riscos psicossociais.
Teve também lugar um painel dedicado a casos práticos de iniciativas
desenvolvidas neste âmbito pelas organizações sindicais, ao que a UGT,
representada pela Secretária Executiva, Vanda Cruz, responsável pelo
departamento de Segurança e Saúde no Trabalho, apresentou todo o trabalho
desenvolvido pela organização, com lançamento de campanhas e sessões de
esclarecimentos junto dos trabalhadores sobre os riscos psicossociais.
Este painel foi igualmente partilhado pelo perito em matéria de riscos
psicossociais no trabalho, Samuel Antunes, que apresentou os resultados do
“Estudo de Avaliação de Riscos Psicossociais na Administração Pública Central,
Local e Sector Empresarial do Estado” elaborado em parceria com a UGT.
No segundo dia de conferência, no painel
dedicado ao tema “Acabar com a epidemia do stresse”, a representante do
Eurocadres, Nayla Glaise, destacou como positiva as micro iniciativas ao nível
das empresas, com objetivo de melhorar o bem-estar entre trabalhadores, no
entanto considera igualmente que estas práticas são insuficientes e será
necessário proceder-se a alterações estruturais.
A representante portuguesa na Comissão
Europeia, Maria Teresa Moitinho, deu destaque à necessidade de implementação de
uma verdadeira cultura de prevenção da saúde mental. Para a representante
europeia, é importante apoiar as entidades patronais para a implementação de
boas avaliações de risco.
José Manuel Fernandes, membro do Parlamento
Europeu, enfatizou o custo dos problemas de saúde relacionados com os riscos
psicossociais (mais de 600 milhões de euros por ano que traduzem 4 vezes mais o
orçamento da U.E.). Assim, e tendo em conta aos custos envolvidos nesta questão
reforçou que todas as medidas com vista a reduzir e a combater este flagelo
significam poupança, afirmou o representante europeu, acrescentando que este
objetivo tem de ser comum a todos os Estados-Membro.
Por fim, sugeriu que esta questão fosse
integrada nos programas de financiamento da União Europeia. Uma sugestão
seguida pelo membro da Confederação do Comércio de Portugal, Marcelino Pena
Costa, que deixou a nota de que seria importante a assinatura de um acordo de
concertação social que incluísse estas matérias.
No último painel, onde se abordou a necessidade
de introduzir a diretiva sobre riscos psicossociais na agenda sindical, Ignacio
Hernandez, da Confederação Europeia de Sindicatos (CES) revelou algumas das
preocupações sindicais que devem estar espelhadas no conteúdo da nova diretiva,
tais como: o combate à precariedade; o alargamento da definição de risco
psicossocial, ou mesmo a expansão das novas tecnologias com o direito a
desligar, como premissa fundamental para garantir o bem-estar dos
trabalhadores.
O Eurocadres é o Conselho dos Profissionais
e Gestores Europeu, associada à Confederação Europeia de Sindicatos (CES),
reconhecido pela Comissão Europeia como parceiro social europeu.
Nota:
O Eurocadres é o Conselho dos Profissionais e Gestores Europeu,
associada à Confederação Europeia de Sindicatos (CES), reconhecido pela
Comissão Europeia como parceiro social europeu.
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