SST em Números | Alguns Números sobre Fatores de Risco Psicossociais
relacionados com o trabalho após o COVID-19 Dados UE
Em 2022 a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA)
levou a cabo um inquérito europeu - Inquérito Eurobarómetro de SST - com o
objetivo de obter mais informações sobre o estado da SST nos locais de trabalho
pós-pandemia.
Este Eurobarómetro centra-se nos fatores de stress para a saúde mental e
física com que os trabalhadores e trabalhadoras são confrontados (incluindo as
tecnologias digitais atualmente utilizadas no local de trabalho) e nas medidas
de SST no local de trabalho.
Mais especificamente, este inquérito explora, entre outras, as seguintes
áreas:
- Fatores
de risco psicossociais relacionados com o trabalho;
- Problemas
de saúde mental no local de trabalho, incluindo medidas para combater o
stresse no trabalho;
- A
utilização de tecnologias digitais no local de trabalho e os riscos
conexos para a saúde dos trabalhadores;
- Pontos de
vista dos trabalhadores sobre a gestão da SST no local de trabalho.
Seguem alguns dados relativamente à exposição a fatores de risco
psicossocial:
- Perto de
um em cada dois inquiridos em toda a UE - 46 % - responderam que estão
expostos a uma forte pressão de tempo ou sobrecarga de trabalho;
- Cerca de
um quarto - 26 % - dizem o mesmo sobre a falta de comunicação ou
cooperação dentro da sua organização;
- 18 %
relatam ter falta de autonomia ou falta de influência sobre o ritmo de
trabalho ou processos de trabalho;
- A
violência ou o abuso verbal por parte de clientes, doentes e alunos é
referido por 16 % dos inquiridos em toda a UE;
- 7 %
afirmam estar expostos a comportamentos de assédio ou intimidação no
trabalho;
- Por
último, 29 % dos inquiridos respondem que existem (também) «outros
fatores» no trabalho que lhes causam stress.
- Os
inquiridos que trabalham em médias e em grandes empresas são os mais
propensos a estarem expostos a uma forte pressão de tempo ou sobrecarga de
trabalho (50%), valor que desce para 46% nas pequenas empresas e para 39%
nas microempresas;
- As
inquiridas do sexo feminino tendem a estar mais expostas a uma forte
pressão de tempo e sobrecarga de trabalho (48% contra 44% dos inquiridos
do sexo masculino), bem como à violência ou abuso verbal por parte de
clientes, doentes, alunos, etc. (19% contra 13% dos inquiridos do sexo
masculino).
- Os
inquiridos mais jovens (16-24 anos) são menos propensos do que os
inquiridos mais velhos a enfrentar uma forte pressão de tempo ou
sobrecarga de trabalho (38 % contra 45 % a 47 % noutras categorias
etárias);
- Os
inquiridos mais jovens são também um pouco menos propensos a serem
confrontados com falta de autonomia ou falta de influência (14 % contra 17
% a 19 % noutras categorias etárias);
- No que
diz respeito à situação laboral, os inquiridos com um contrato permanente
estão um pouco mais expostos a uma forte pressão de tempo ou sobrecarga de
trabalho (47%) do que os inquiridos com um contrato temporário (42%) ou os
inquiridos por conta própria (44%);
- Observa-se
também um padrão semelhante quando se comparam os trabalhadores a tempo
inteiro com os trabalhadores a tempo parcial. Além disso, os inquiridos
independentes afirmam ter a menor exposição a violência ou abuso verbal
(12%), a assédio ou intimidação (4%), a uma comunicação deficiente dentro
da organização (15%) e a falta de autonomia ou falta de influência (12%);
- 6 % dos
inquiridos que descrevem o seu estado de saúde como «bom» estão expostos a
assédio ou intimidação no trabalho;
- Esta
proporção aumenta para 23% no caso dos inquiridos com uma saúde
«precária»;
- Os
inquiridos que trabalham em microempresas são os que têm menos
probabilidades de serem expostos a uma forte pressão de tempo ou
sobrecarga de trabalho (39 %);
- Este
número aumenta para 46% nas pequenas empresas (10-49 trabalhadores) e para
50% nas médias (20-249 trabalhadores) e grandes empresas (250+
trabalhadores).
- É
provável que os inquiridos em microempresas sejam também confrontados com
uma comunicação ou cooperação deficiente dentro da organização (31% contra
26% e 31%, respetivamente) ou com falta de autonomia ou falta de
influência (12% contra 17% e 21%-22%, respetivamente).
- 60% dos
inquiridos que trabalham em empresas com uma pontuação baixa no índice de
cultura de prevenção referem que enfrentam uma forte pressão de tempo e
sobrecarga de trabalho, em comparação com 41% dos inquiridos que trabalham
em empresas com uma cultura de prevenção elevada;
- Os
inquiridos são também mais suscetíveis de serem expostos a assédio e
intimidação se trabalharem numa empresa com uma cultura de prevenção baixa
(20 %), em contraste com os inquiridos que trabalham para uma empresa com
uma cultura de prevenção elevada (4 %);
- Os
inquiridos que trabalham em serviços relacionados com a saúde ou a
assistência social parecem ser os que correm maior risco de exposição a
riscos psicossociais relacionados com o trabalho. Por exemplo, 51 % dos
profissionais de saúde e de assistência social respondem que enfrentam uma
forte pressão de tempo e sobrecarga de trabalho (contra 46 %, em média, em
todos os setores);
- 30 %
afirmam estar expostos a violência ou abuso verbal por parte de clientes,
doentes, alunos, etc. (contra 16 %, em média, em todos os setores).
Fonte: Inquérito da EU-OSHA - Tomar o pulso à SST — Segurança e saúde nos locais de
trabalho após a pandemia
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