O
presente estudo tem por objeto a compreensão das perceções dos trabalhadores
relativas às principais questões que hoje se colocam no domínio da dimensão de
género na SST. De modo mais específico, pretendeu-se, relativamente aos
Representantes Sindicais ou Representantes dos Trabalhadores para a SST:
- Conhecer os meios de comunicação entre RS –
Representantes Sindicais e RTSST Representantes dos Trabalhadores em matéria de
SST;
-
Indagar acerca das questões de género discutidas nas reuniões entre RS e RTSST;
- Identificar a tipologia das matérias relativas à especificidade de género na
SST;
-
Saber com que periodicidade são produzidos conteúdos neste particular;
-
Tomar contacto com a inclusão do tema nas ações de formação promovidas por
estruturas representativas dos trabalhadores, bem como com a periodicidade de
produção de materiais formativos sobre o tema;
-
Interiorizar o papel das comissões de mulheres de estruturas sindicais na
abordagem da matéria;
-
Conhecer a disseminação dos RTSST nos locais de trabalho e a sua distribuição
por género;
-
Saber em que medida as questões de género integram o elenco formativo
ministrado aos RTSST.
Quanto
aos trabalhadores em geral procurou determinar-se:
-
A tipologia das matérias associadas ao género e à SST abordadas na formação;
- Existência de consulta por parte dos
Técnicos Superiores de Segurança do Trabalho, no momento da avaliação de
riscos;
-
Informação prestada aos trabalhadores no momento da referida avaliação, sobre
os efeitos nocivos e as medidas correspetivas;
-
Número de mulheres que integram os serviços de SST da empresa;
-
Grau de perceção das questões de género por parte dos serviços de SST;
- Integração de questões de género na formação
ministrada;
-
Investigação acerca de temas de género e SST que fazem parte integrante da
análise sistemática de riscos profissionais;
- Informação às mulheres sobre riscos para a
reprodução;
-
Práticas do empregador nas situações de gravidez;
- Classificação sumária de alguns riscos
específicos;
-
Determinação da cobertura de profissões com défice habitual de avaliação de
riscos;
- Grau de eficácia das avaliações de riscos
quanto ao potencial de comunicação da dimensão dos riscos às mulheres;
- Informação prestada pelas trabalhadoras
quanto às questões que, em contexto de trabalho, podem afetar a saúde.
Informações
relativamente ao Estudo:
· A
amostra é composta por 158 respondentes;
· Faixa
etária: As faixas etárias mais representativas são as dos 45 aos 54 anos (32%)
e dos 55 aos 64 anos (26%);
·
Género: 81 (54%) destes são do género masculino e 68 (46%) do género feminino.
9 não especificaram género;
· Estado
civil: Relativamente ao estado civil, verifica-se que um pouco mais de metade
dos inquiridos são casados (58%);
·
Escolaridade: 24% dos respondentes tem até ao 9º ano de escolaridade. 37%
completaram o 12º ano. 30% da amostra concluíram o ensino superior. Por último,
temos os restantes 9 %, que têm escolaridade equivalente ao mestrado ou
doutoramento;
1
- Amostra Dirigentes Sindicais
·
Amostra de integrantes de estruturas sindicais é de 89;
·
Género: Dos 85 que indicaram o seu género, 46 são do género masculino (54%) e
39 são do género feminino (46%). 4 não indicaram o género;
· Faixa
etária: As faixas etárias mais representativas são as dos 45 aos 54 anos (40%)
e dos 55 aos 64 anos (34%). Por sua vez, a faixa dos 35 aos 44 anos representa
somente 11%;
·
Habilitações Académicas: as habilitações académicas dos dirigentes sindicais
não variam muito das da amostra geral;31% dos integrantes sindicais detém uma
licenciatura/pós-graduação, enquanto 12% concluiu o mestrado ou doutoramento.
Assim, concluímos que a vasta maioria dos integrantes de estruturas sindicais
tem 12º ano ou licenciatura/ pós-graduação (74%).
2
- Amostra trabalhadores não dirigentes sindicais
· Esta
amostra é composta por 65 respondentes;
·
Género: 33 são do género masculino (55%) e 27 do género feminino (45%);
· Faixa
Etária: As faixas etárias mais representativas são as dos 35 aos 44 anos (26%)
a dos 18 aos 24 anos (21%) e, finalmente, as dos 45 a 54 anos e dos 55 aos 64
anos com 19% e 16% respetivamente;
·
Habilitações Académicas: 70% desta amostra tem somente o 12º (30%) ou até ao 9º
ano (39%) e, por sua vez, os restantes 30% estão divididos, 25%, pela
licenciatura/ pós graduação e 5% por mestrado/doutoramento.
Conclusões
gerais do Estudo
1 - Consulta aquando as avaliações de risco
· 8 dos
respondentes do questionário não responderam a esta questão. 20 % dos
integrantes de estruturas sindicais responde afirmativamente. Por sua vez, 69%
afirma que não é consultado relativamente às avaliações de risco. Finamente,
11% não sabe se é abordado;
2
- Meios utilizados aquando da comunicação entre os representantes sindicais e
os representantes dos trabalhadores (RTSST)
· No que
se refere á “reunião presencial formal”, verifica-se que 50% dos respondentes
responde que não se aplica.;
· A
periodicidade mais frequente é a mensal com 22%, seguida da anual e trimestral
com 10% e 9% respetivamente;
· Já
quanto à reunião informal, a alínea “não aplicável” detém 38% do total de
respostas, enquanto as periodicidades mais frequentes para este meio são a
semanal com 24%, seguida da mensal, com 15%, e da anual, com 13%;
· No
caso do telefone, 45% responde “não aplicável”. Este é utilizado para
comunicar, na maior parte das vezes, semanalmente (26%), ou mensalmente (13%);
· O
e-mail é aquele que apresenta menor expressividade na resposta “não aplicável”
(35%) e, no entanto, é o mais propício para comunicar entre estruturas. Este
meio é utilizado com maior frequência semanalmente (18%), mensalmente (17%) ou
anualmente (15%).
3
- Discussões de questões relacionadas com o género nas reuniões sindicais
· A
questão mais abordada é “o stress associado ao trabalho”, com 77% das
respostas. De seguida, as mais expressivas são a “compatibilização do trabalho
com a vida familiar” (47%), “o assédio moral e sexual” (44%) assim como “outros
riscos de doença” (42%);
· O tema
menos frequente tem a ver com os “iscos para a saúde reprodutiva” (13%);
· Quando
comparamos respostas de homens e respostas de mulheres, obtemos geralmente
percentagens semelhantes, à exceção do tópico assédio moral e sexual. Neste, as
mulheres respondem 15% das vezes, enquanto os homens somente 8%.
4 - Divulgação de materiais de sensibilização,
relativamente à dimensão de género na SST
· 37% da
amostra afirma não serem produzidos materiais de sensibilização;
· 12%
respondeu mensalmente;
· 15%
respondeu trimestralmente;
· 11%
respondeu semestralmente.
5 - Integração das questões de género na formação
· 50% da
amostra afirma que as questões de género estão integradas nas ações de
formação; · Por outro lado 23% afirma que não
há integração associada ao género nas ações de formação do seu sindicato; · 27% não sabe como responder a esta
questão.
6 - Discussão das questões de género nas
estruturas sindicais
· 54%
dos respondentes responde que “sim”;
· Apenas
19% responde negativamente;
· Por
sua vez 27% afirma não saber se estas matérias são discutidas nestas
estruturas.
7
- Elementos da equipa de RTSST no local de trabalho
· 37% da
amostra desconhece quantos elementos tem a equipa de RTSST;
· A
resposta mais frequente é “nenhum” com 32%;
· 10%
afirma que a sua equipa tem 3 elementos;
· 8%
responde que a equipa tem 1 único elemento.
8
- Mulheres na equipa de RTSST
· 45% da
amostra não sabe quantas mulheres integram a equipa de RTSST;
· 32%
afirma que nenhuma mulher integra as ditas estruturas;
· A
única percentagem significativa ainda não mencionada é a de 15% relativamente à
existência de 1 mulher a integrar a equipa de representantes dos trabalhadores;
O presente resumo não dispensa a consulta do relatório final, no qual estão
plasmados todos os resultados do Estudo.
Encontra-se
disponível Aqui.
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