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sexta-feira, 12 de outubro de 2012


 A Inspeção e os/as Trabalhadores/as Domésticos/as

Fórum da OIT

 
Encontra-se a decorrer (11 e 12 de outubro), em Lisboa, um encontro de peritos de toda a Europa, convocados pela OIT - Organização Internacional do Trabalho - para debaterem a inspeção do trabalho e o setor do trabalho doméstico.

Representantes dos governos e das principais organizações de trabalhadores e empregadores encontram-se neste Fórum da OIT para concertarem medidas adequadas com vista à promoção do trabalho digno neste setor de atividade.

Relembramos que na última Conferência Internacional do Trabalho, realizada em Junho deste ano, a OIT aprovou a Convenção nº189 - Convenção sobre o Trabalho Decente para as Trabalhadoras e os Trabalhadores Domésticos, em que são fixadas normas mínimas para este tipo de trabalho realizado de modo especial pelas mulheres e imigrantes.

O trabalho doméstico é um tema que apresenta grandes desafios, nomeadamente no que toca à ação inspetiva, entre outros aspetos, devido à natureza privada dos locais de trabalho (famílias), aos défices de informação dos empregadores e trabalhadores sobre os seus direitos e obrigações, a dificuldades de prova e da necessidade de uma forte cooperação - ainda mais do que para outras áreas - com o sistema judiciário.

O trabalho doméstico é ainda, muitas das vezes, associado a trabalho não declarado, sendo estes trabalhadores afetados por um elevado índice de desproteção e de precariedade.

O trabalho doméstico, principalmente aquele que é ministrado no seio familiar, é muitas das vezes prestado à margem das regras legais e dos princípios que deverão estar na base da igualdade de tratamento entre trabalhadores/as.

Em suma, o trabalho doméstico continua a ser dos mais precários, dos mais mal pagos, dos menos protegidos, ou seja, uma das formas de emprego com maiores riscos.

Os/as Trabalhadoras/es domésticas/os continuam sistematicamente a sofrerem com o desrespeito aos direitos humanos e aos direitos fundamentais no trabalho.

As trabalhadoras/es domésticas/os continuam, lamentavelmente, a ser vítimas frequentes de violação dos direitos humanos e dos direitos fundamentais no trabalho, como o trabalho forçado, o trabalho infantil e a discriminação.

Esta é uma realidade que continua a verificar-se em muitos países, não apenas nos menos desenvolvidos mas também em alguns países europeus (basta recordar a situação de extrema precariedade que atingiu um grupo de trabalhadoras domésticas portuguesas que se encontravam a prestar serviço na Alemanha).

O trabalho doméstico é, pois, uma das atividades para as quais a noção de trabalho decente tem especial importância e, considerando as discriminações de gênero e raça envolvidas, tem estreita relação com a questão mais ampla da igualdade de oportunidades e tratamento no mundo do trabalho.

Ficamos, pois a aguardar as conclusões deste Fórum.

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