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quinta-feira, 31 de março de 2022

Ficha Técnica N.º8 | Riscos Emergentes: A utilização de fármacos que melhoram o desempenho no trabalho

 


Imagem com DR


O consumo de fármacos psicoativos por razões não medicinais, mas com o propósito de aumentar a produtividade ou para inibir o sono e aumentar o estado de vigília e alerta, parece tornar-se comum entre determinados grupos de trabalhadores. 


Numa sociedade e num ambiente de trabalho cada vez mais competitivos, é de esperar que o consumo dessas substâncias venha a crescer no futuro, pois cada vez mais existe a tendência para potencializar o rendimento e mitigar a pressão exercida pelo cumprimento de metas e objetivos. 


Os seus efeitos a longo prazo sobre a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras, ainda, não são conhecidos de uma forma sustentada. 


Esta Ficha Técnica pretende realizar uma abordagem simples e prática sobre o que consistem estas substâncias que melhoram o desempenho no trabalho, qual a atual prevalência do seu consumo, quais os seus efeitos na saúde e, ainda, as implicações que tais consumos podem ter para a Segurança e Saúde no Trabalho (SST).


Aceda a esta publicação Aqui.



quarta-feira, 30 de março de 2022

Ficha Técnica N.º7 | O impacto da utilização de exoesqueletos na Segurança e Saúde no Trabalho

 

Nos últimos anos foram introduzidos, em alguns locais de trabalho, novos dispositivos auxiliares utilizados no corpo, os chamados exoesqueletos, que servem para ajudar os trabalhadores a executar tarefas relacionadas com a movimentação manual, reduzindo assim a carga suportada pelo corpo do utilizador. 


Os exoesqueletos parecem proporcionar uma nova abordagem para lidar com a prevenção das lesões músculo-esqueléticas relacionadas com o trabalho (LMERT), pois podem reduzir a tensão muscular nas partes do corpo que são frequentemente afetadas, tais como, a região lombar ou os ombros. 


Não esquecer que as LMERT continuam a ser um dos problemas de saúde mais significativos nos locais de trabalho. Contudo, apesar dos potenciais benefícios dos exoesqueletos para prevenir as LMERT é também necessário ter em conta que estes dispositivos podem dar origem a novas preocupações e desafios em matéria de Segurança e Saúde no Trabalho (SST). 


Tal significa que poderão surgir novos riscos potenciais para a saúde devido a uma redistribuição da tensão para outras partes do corpo. Além disso, o uso destes dispositivos poderá contribuir para negligenciar a conceção ergonómica dos locais de trabalho que, como sabemos, é centrada no ser humano. 


Os efeitos a longo prazo da utilização de exoesqueletos, a nível dos parâmetros fisiológico, biomecânico e psicossocial são, pois, ainda pouco conhecidos. 


Por último, nunca é demais sublinhar que de acordo com a hierarquia de medidas de controlo de riscos, devem ser sempre consideradas, em primeiro lugar, as medidas de prevenção técnica e organizacional coletivas, sendo as medidas técnicas individuais, tais como equipar um trabalhador com um exoesqueleto, consideradas um último recurso.


Aceda a esta  publicação Aqui.



terça-feira, 29 de março de 2022

Ficha Técnica N.º6 | Desafios e oportunidades da SST num mundo em mudança : O desenvolvimento sustentável e as mudanças na organização do trabalho

 


Imagem com DR


O mundo do trabalho e os locais de trabalho estão em constante mudança, com a introdução de novas tecnologias, substâncias e processos de trabalho, alterações na estrutura da mão de obra e no mercado de trabalho e novas formas de emprego e organização do trabalho (UE-OSHA). 


Todos estes fenómenos podem dar origem a novos riscos e desafios para a segurança, saúde e bem-estar dos trabalhadores e trabalhadoras. A OIT identifica quatro principais fatores que operam transformações no mundo do trabalho, designadamente:


 • A tecnologia; 

• A demografia;

 • O desenvolvimento sustentável e as alterações climáticas; 

• As mudanças na organização do trabalho. 


Esta Ficha Técnica propõe-se, pois, a identificar resumidamente as oportunidades e os desafios-chave que as questões relativas ao desenvolvimento sustentável e às mudanças na organização do trabalho representam para a Segurança e Saúde no Trabalho (SST)


Aceda a esta publicação Aqui.



segunda-feira, 28 de março de 2022

Abertas candidaturas ao Concurso "Está-se Bem em SST: Participa – Inova – Entrega-Te"

 

Imagem com DR


A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), enquanto ponto focal nacional da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA), em parceria com a Associação Nacional de Escolas Profissionais (ANESPO) e o Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ), desenvolvem o projeto Safety and Health at Work Vocational Education and Training (OSHVET), com o intuito de divulgar informações de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) junto das escolas profissionais do país.


O objetivo do projeto OSHVET visa aumentar o conhecimento, o saber e as competências em SST dos alunos do ensino profissional, num ambiente motivador com meios e recursos que lhes permitem (re)organizarem-se e adaptarem-se a situações imprevistas.


Neste âmbito, desafiamos todos os alunos do ensino profissional a participarem no Concurso "Está-se Bem em SST: Participa | Inova | Entrega-Te".


"Da escola ao mundo do trabalho a otimização da segurança e saúde no trabalho" é o tema central do concurso, cujo principal objetivo é a criação de um produto inovador, que possa ser utilizado por cada um nas escolas/empresas, contribuindo para a melhoria da segurança e saúde de todos.


Os trabalhos a concurso devem ser apresentados em suporte de vídeo e áudio, carregados no Youtube e com a duração máxima de 4 minutos.


As candidaturas devem ser enviadas para pfn.eu-osha@act.gov.pt, até 28 de abril de 2022.


Consulte aqui mais informações sobre o concurso e o projeto OSHVET.


Fonte: ACT

Ficha Técnica Nº. 5 | Desafios e Oportunidades da SST num mundo em mudança: As alterações tecnológicas e demográficas

 


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O mundo do trabalho e os locais de trabalho estão em constante mudança, com a introdução de novas tecnologias, substâncias e processos de trabalho, alterações na estrutura da mão de obra e no mercado de trabalho e novas formas de emprego e organização do trabalho (UE-OSHA).

 

Todos estes fenómenos podem dar origem a novos riscos e desafios para a segurança, saúde e bem-estar dos trabalhadores e trabalhadoras.

 

 A OIT identifica quatro principais fatores que operam transformações no mundo do trabalho, designadamente:

• A tecnologia;

• A demografia;

• O desenvolvimento sustentável e as alterações climáticas;

• As mudanças na organização do trabalho.

 

Esta Ficha Técnica propõe-se, pois, a identificar resumidamente as oportunidades e os desafios chave que a tecnologia e a demografia representam para a Segurança e Saúde no Trabalho. As questões relativas ao desenvolvimento sustentável e às mudanças na organização do trabalho serão objeto da edição de junho desta publicação.

 

Acedaà publicação Aqui.

sexta-feira, 25 de março de 2022

Ficha Técnica Nº. 4 | A Segurança e Saúde como direito fundamental no trabalho

 


 

Desde que emergiu à escala mundial a pandemia COVID-19, teve profundos impactos em todo o mundo. A pandemia trouxe graves consequências ao mundo do trabalho, desde o risco de transmissão do vírus nos locais de trabalho, até aos riscos de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) que emergiam em resultado das medidas implementadas para mitigar a propagação do vírus Sars-CoV-2. 


Acima de tudo, a pandemia veio trazer à evidência a desadequação das medidas de SST adotadas nos locais de trabalho e o não cumprimento efetivo dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras na prevenção de riscos profissionais, cuja correta avaliação se exige. 


É reconhecido, por todo o movimento sindical internacional, que a Segurança e a Saúde dos trabalhadores não têm sido tratadas com suficiente prioridade, a nível global, o que se pode traduzir nas situações evidenciadas pela pandemia COVID-19, nomeadamente, a falta de equipamentos de proteção individual, a ausência de avaliação de riscos nos locais de trabalho, a inexistência de vigilância da saúde, o insuficiente planeamento das situações de emergência e as dificuldades na coordenação dos Planos de Contingência com os Planos de Segurança e Saúde no Trabalho. 


Estas são apenas algumas falhas graves que esta pandemia veio colocar a nu em matéria de SST. Neste contexto, nunca é demais relembrar os direitos que assistem aos trabalhadores e trabalhadoras em matéria de prevenção de riscos profissionais, ainda mais, quando verificamos que, lamentavelmente, o caminho ainda é longo para conseguirmos a plena efetivação destes direitos nos locais de trabalho.


Aceda a esta publicação Aqui.



quinta-feira, 24 de março de 2022

Ficha Técnica Nº. 3 | Plataformas digitais de trabalho e as suas implicações para SST

 

 




Uma das principais transformações verificadas no mundo do trabalho, na última década, foi o surgimento de formas de organização do trabalho absolutamente novas, coordenadas por plataformas on-line que, mais não são, do que sítios Web altamente dinâmicos que se constituem como mercados de trabalho digitais.

 

O trabalho em plataformas digitais compreende diversas modalidades de trabalho, diferentes tipos de tarefas e muitas formas de emprego não convencionais, desde o trabalho altamente qualificado a serviços realizados em casa ou noutras instalações e geridos através de aplicações baseadas na Internet.

 

Como consequência, também as condições de trabalho variam significativamente, assim como os riscos para a Segurança e Saúde no Trabalho (SST). Contudo, é provável que os riscos para a SST venham a ser agravados pelas caraterísticas específicas do trabalho neste tipo de plataformas.

 

Referimo-nos, por exemplo, a pedidos de trabalho feitos com insuficiente antecedência, penalizações por não se estar sempre disponível, estar sujeito a avaliações e a classificações de desempenho contínuas e exigentes.

 

Outras pressões resultam do aumento da concorrência, horários de trabalho irregulares, difícil separação entre o trabalho e a vida pessoal, situação profissional pouco clara, rendimento inseguro, ausência de oportunidades de formação, ausência de direitos sociais (baixa por doença e férias), entre outros.

 

Esta Ficha Técnica propõe-se, pois, a descrever resumidamente os potenciais riscos para a SST decorrentes do trabalho nesta nova forma de organização laboral.

 

Não pretendemos emitir uma opinião sobre se o trabalho neste tipo de plataformas é «bom» ou «mau», mas apenas sinalizar os potenciais riscos para a Saúde e Segurança dos trabalhadores que são resultado da investigação que tem sido desenvolvida pela UE-OSHA, no âmbito dos novos riscos profissionais.


Aceda à publicação Aqui.



quarta-feira, 23 de março de 2022

Ficha Técnica Nº. 2 | Gerir o Teletrabalho durante e após a pandemia

 



Imagem com DR


A emergência de saúde pública que decorre de uma pandemia, como a COVID-19, conduz muitos trabalhadores e trabalhadoras a realizarem o seu trabalho a partir de casa como medida para prevenir e mitigar o contágio. 


O teletrabalho pode ter um impacto significativo na Segurança e na Saúde dos trabalhadores, pelo que devem ser reforçadas as medidas de Segurança e Saúde no Trabalho por forma a prevenir e reduzir os riscos físicos e psicossociais, incluindo a violência, o assédio e as lesões músculo-esqueléticas e promover ativamente a saúde mental e o bem-estar das trabalhadores e trabalhadoras que se encontram em regime de teletrabalho.


Aceda à publicação Aqui.



terça-feira, 22 de março de 2022

Ficha Técnica Nº. 1 | Gerir os riscos psicossociais em situação de pandemia



Imagem com DR


Durante uma pandemia, como a COVID-19 e, em particular quando o confinamento e o encerramento temporário das empresas são impostos, os trabalhadores e trabalhadoras podem ser afetados gravemente por riscos psicossociais que podem decorrer, entre outros fatores, da incerteza atual e futura relativamente à sua situação laboral. 


Tendo em conta as profundas alterações organizacionais e relacionais provocadas por situações excecionais, como a provocada pelo COVID-19, a avaliação da exposição dos trabalhadores aos principais fatores de risco psicossociais deve ser atualizada, de forma a determinar as medidas organizacionais e de gestão a implementar. 


Ressaltamos que esses riscos psicossociais, se não forem corretamente avaliados e geridos, podem levar a problemas físicos e mentais, como alterações de humor, baixa motivação, irritabilidade, ansiedade, depressão, problemas digestivos, distúrbios musculares, burnout e ansiedade crónicas.


Aceda à publicação Aqui.




segunda-feira, 21 de março de 2022

OMS e OIT: Os profissionais de saúde enfrentam negligência perigosa da sua Saúde e Segurança



Imagem com DR


Numa publicação conjunta, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) instam para a necessidade de salvaguardar e proteger os trabalhadores da saúde.

 

O setor da saúde é conhecido por ser uma indústria stressante com elevadas taxas de burnout, violência no local de trabalho e assédio, distúrbios músculo-esqueléticos, infeções e alergias resultantes das más condições de trabalho.

 

A pandemia Covid-19 tem assumido um pesado aumento adicional dos trabalhadores da saúde e, de um modo mais geral, de todos os trabalhadores da linha da frente.

 

Vários relatórios indicam que a crise expôs e agravou os riscos a que os trabalhadores já estavam expostos no decorrer do seu trabalho.

 

O apelo conjunto à ação da OIT e da OMS aponta para a "negligência perigosa" da saúde, segurança e bem-estar dos profissionais de saúde.

 

"Apenas algumas unidades de saúde tinham programas de gestão da saúde e segurança no trabalho", afirmou Maria Neira, Diretora do Departamento de Ambiente, Alterações Climáticas e Saúde da OMS. A crise expôs o custo desta falta de salvaguardas sistémicas, com cerca de 115.500 profissionais de saúde a perderem a vida devido à exposição ao Covid-19, durante os primeiros 18 meses da pandemia.

 

O diretor do Departamento de Trabalho da OMS, James Campbell, acrescenta que "a ausência de doença e o estado de exaustão exacerbaram a escassez de profissionais de saúde e comprometeram as capacidades dos sistemas de saúde para responder ao aumento da procura de cuidados e prevenção durante a crise".

 

Mais do que expor as carências, a OIT e a OMS fornecem recomendações sobre como desenvolver e implementar programas de Segurança e Saúde no Trabalho mais fortes para os trabalhadores da saúde.

 

Especificamente, o relatório salienta a necessidade de uma abordagem abrangente e sustentável, implementada a nível nacional e abrangendo todos os tipos de fatores de risco – infeciosos, ergonómicos, físicos, químicos e psicossociais.

 

Descreve os papéis que os governos, os empregadores, os trabalhadores e os serviços de saúde no trabalho devem desempenhar na promoção e na proteção da saúde, segurança e bem-estar dos trabalhadores da saúde.

 

Os guias salientam ainda que a necessidade de  investimento contínuo, a formação, o acompanhamento e a colaboração que são essenciais para sustentar os progressos na implementação desses programas.

 

Estas recomendações ecoam avisos anteriores da União Europeia dos Serviços Públicos (EPSU) e da Public Services International (PSI) que apelavam ao reconhecimento da segurança no local de trabalho pela OIT como um direito fundamental no trabalho.

 

O Quadro Estratégico para a Saúde e Segurança no Trabalho 2021-2027 da Comissão Europeia  apoiará a inclusão deste direito nos princípios e direitos fundamentais da OIT no trabalho.

 

No entanto, o novo Quadro fica aquém da legislação que aborda problemas significativos para os trabalhadores da saúde e dos cuidados de saúde – como as perturbações musculoesqueléticas e os riscos psicossociais.

 

Segundo Paula Franklin, investigadora sénior da ETUI, a crise do coronavírus "deve desencadear uma mudança transformadora na economia dos cuidados de saúde", levando ao "pleno reconhecimento de riscos psicossociais, tais como a violência e o assédio no mundo do trabalho, medidas para promover a equidade em saúde no trabalho, o planeamento sustentável da mão-de-obra de saúde e a inclusão do aspeto de género atualmente ausente na legislação da UE em matéria de segurança e saúde no trabalho".

 

Foi evidenciado que os países que implementam programas abrangentes de saúde e segurança no trabalho para os profissionais de saúde sofreram reduções nas lesões e doenças relacionadas com o trabalho e na ausência de doenças, bem como melhorias no ambiente de trabalho, produtividade do trabalho e retenção de profissionais de saúde.

 

«Estes programas constituem um elemento fundamental para uma gestão eficaz da SST, conforme previsto pela Convenção n.º 187 da OIT, e constituem uma oportunidade de ação coordenada por todas as partes interessadas através do diálogo social para objetivos comuns de promoção de um trabalho digno no sector da saúde e aumento da resiliência das instituições de saúde», afirmou a diretora do Departamento de Governação e Tripartismo da OIT, Vera Paquete-Perdigão.

 

NOTA: Tradução da responsabilidade do Departamento de3 SST


Aceda à versão original Aqui.

 

Clarificar as políticas e práticas em matéria de segurança e saúde no trabalho em plataformas digitais

 


Imagem com DR 


Este relatório reúne as principais conclusões da investigação mais recente da EU-OSHA sobre o trabalho em plataformas digitais. Identifica os desafios em matéria de segurança e saúde no trabalho, como a pressão de tempo e o elevado volume de trabalho, mas também aborda as oportunidades para os trabalhadores em plataformas, como sejam uma maior autonomia e flexibilidade. 


O relatório apresenta regulamentação, políticas e práticas, fornecendo também conclusões fundamentais aos decisores políticos.


Com base na análise da bibliografia existente e em estudos de caso aprofundados, o relatório integra consultas à rede de pontos focais da EU-OSHA e entrevistas com especialistas.


Leia o relatório e a síntese O trabalho nas plataformas digitais e a segurança e saúde no trabalho: panorâmica da regulamentação, políticas, práticas e investigação


Saiba mais sobre trabalho nas plataformas digitais e SST

 

Fonte: UE-OSHA

quinta-feira, 17 de março de 2022

Atividades de saúde e de trabalho social – Evidências do Inquérito Europeu às Empresas sobre Riscos Novos e Emergentes (ESENER)

 


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O setor da saúde e do apoio social é um setor-chave em termos de garantia da saúde e do bem-estar dos cidadãos europeus, sendo um dos maiores da Europa, empregando cerca de 11% dos trabalhadores na União Europeia, segundo dados de 2020 do Eurostat.

 

Uma parte significativa dos trabalhadores deste setor desenvolve a sua atividade em hospitais, embora também trabalhem noutros locais de trabalho, como sendo, em lares de idosos e noutras áreas de atividade relacionadas com a prestação de cuidados de saúde, bem como no domicílio dos próprios utentes.

 

Os trabalhadores deste setor estão expostos a um conjunto significativo de riscos para a sua saúde e bem-estar. Esta diversidade de riscos constitui uma justificação adicional para se proceder a uma análise mais aprofundada do setor por parte do ESENER.


Segue a disponibilização deste resumo executivo em português.


Os principais riscos incluem:

 

- Riscos biológicos, que incluem qualquer forma de exposição a agentes biológicos, tais como agentes patogénicos transmitidos pelo sangue e microrganismos infeciosos, e que incluem igualmente riscos relacionados com o COVID-19;

 

- Riscos químicos, incluindo, entre outros, de medicamentos utilizados no tratamento do cancro e de desinfetantes;

 

- Riscos físicos, tais como ruído, deslizamentos, viagens e quedas, e radiações ionizantes; riscos ergonómicos, por exemplo, o levantamento durante o manuseamento do paciente; e

 

- Riscos psicossociais, que incluem a violência e o assédio, exposição a eventos traumáticos, elevada carga de trabalho, lidar com pessoas no final das suas vidas, a necessidade de multitarefa, trabalho por turnos, trabalho solitário, burnout, mobbing/bullying e falta de controlo sobre o trabalho.

 

Dada a importância deste setor e os riscos específicos de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) que os seus trabalhadores enfrentam, os principais objetivos deste estudo foram:

 

- Analisar os dados das três vagas dos inquéritos da ESENER (2009, 2014 e 2019) para obter uma visão geral das tendências ao longo do tempo nas áreas da gestão da SST em geral, os riscos psicossociais em particular, os condutores e barreiras à gestão da SST no setor e à participação dos trabalhadores na SST.


O objetivo geral deste estudo foi fornecer informações que ajudem a explorar as formas como a gestão da SST é organizada neste setor e as razões e motivações por trás disso. Visou igualmente fornecer informações sobre a forma como a gestão da SST é moldada pelo contexto em que os estabelecimentos do sector operam. Em especial, foram abordadas as seguintes questões de investigação:

 

Quais são os principais fatores de risco para a SST com que se defrontam o setor das atividades de saúde e do trabalho social? Estes fatores de risco mudaram significativamente ao longo da última década, ao longo das três ondas do ESENER de 2009 a 2019, e se sim, como? Existe uma variação em relação aos fatores de risco enfrentados pelo país? Como comparam os fatores de risco com que este sector se defronta com os de outros setores? 

 

Como é gerida a SST no setor das atividades de saúde e de trabalho social? Quais são os tipos/tipologias dos estabelecimentos do setor no que diz respeito à forma como a SST é gerida no local de trabalho? A gestão da SST mudou significativamente na última década, e em caso afirmativo, como? Existem diferenças substanciais em relação à gestão da SST neste setor por país? A SST é gerida de forma significativamente diferente neste setor do que noutros sectores? 

 

Quais são os principais fatores que influenciam a gestão da SST no setor das atividades de saúde e de trabalho social? Qual é o efeito, entre outros fatores: do contexto nacional/setor; da dimensão do estabelecimento; do compromisso de gestão; do envolvimento do trabalhador; da existência de procedimentos; e da disponibilidade de conhecimentos e apoio? Isto mudou com o tempo? Existem diferenças substanciais a nível nacional e setorial?

 

Para responder a estas questões de investigação previamente delineadas, o estudo utilizou uma abordagem mista. A isto compreende os seguintes elementos:

 

- Revisão de literatura; 

- Entrevistas com nove informadores-chave do sector; 

- Análise descritiva dos conjuntos de dados do ESENER; 

- Análise estatística avançada (análise de classe latente) de conjuntos de dados ESENER.

 

Globalmente, este estudo concluiu que existe uma maior sensibilização para a SST no setor das atividades de saúde e de trabalho social, quando comparada com a média de todos os setores.

 

Em termos dos principais riscos de SST para o setor, o estudo focou-se nos dois riscos mais comuns:

 

- Riscos ergonómicos (incluindo distúrbios musculoesqueléticos);

- Riscos psicossociais.

 

Os principais riscos ergonómicos reportados para aqueles que trabalham no setor da saúde humana e das atividades sociais são movimentos repetitivos das mãos e braços, sessão prolongada de trabalho, levantamento ou deslocação de pessoas ou cargas pesadas.

 

Estes riscos podem causar DMEs, em geral, e dores nas costas em particular. Estes fatores são identificados como riscos para todos os setores, mas o levantamento ou a movimentação de cargas pesadas é considerado mais um risco para este setor do que para outros setores.

 

Os riscos das substâncias químicas ou biológicas foram igualmente confirmados como mais elevados para este setor do que para outros setores de atividade. Em termos de riscos psicossociais, ter de lidar com pacientes difíceis é confirmado como o risco reportado mais significativo para este setor. A pressão do tempo também é identificada como um risco significativo.

 

Em consonância com isto, segundo alguns dos peritos entrevistados para este estudo, o assédio e a violência no local de trabalho são um problema significativo para o setor.

 

Globalmente, os elementos de prova da ESENER mostram que os riscos relacionados com a forma como o trabalho é organizado são muito mais frequentemente reportados em estabelecimentos do setor do que noutros setores.

 

Com o tempo, todos os riscos aumentaram no setor, com exceção do receio de perder o emprego. O impacto do COVID-19 tem sido significativo para o setor de muitas formas diferentes, um resultado que saiu fortemente das entrevistas realizadas para esta investigação.

 

Os entrevistados apontaram para um enorme aumento do stresse para quem trabalha no setor, causado por fatores como o excesso de trabalho devido ao aumento do número de doentes e da falta de pessoal, à falta de equipamento de proteção individual (EPI) na primeira vaga de COVID-19 e à ansiedade geral sobre a sua própria saúde em resultado da potencial exposição ao COVID-19 no trabalho, e a saúde das suas famílias durante a pandemia.

 

O COVID-19 teve também um impacto nas inspeções no local de trabalho, levando à redução do número de inspeções, devido a fatores como a escassez de mão-de-obra e as restrições à entrada nos locais de trabalho devido aos riscos biológicos. Com base neste facto, a proporção de estabelecimentos visitados pela inspeção do trabalho nos últimos três anos foi reportada como tendo diminuído ao longo do tempo, tanto para todos os sectores como para o sector das atividades de saúde humana e de trabalho social especificamente.

 

Há uma série de razões para isso, como o facto de os serviços de inspeção do trabalho estarem sob uma pressão significativa em termos de número de pessoal, e de especialização e formação sobre riscos específicos. Tal como acima referido, a pandemia COVID-19 também fez com que os serviços de inspeção do trabalho não tivessem, ocasionalmente, sido autorizados a entrar em locais de trabalho devido a fatores de risco biológicos.

 

O estudo concluiu que os estabelecimentos do setor das atividades de saúde e de trabalho social, em comparação com os estabelecimentos de todos os outros setores, são mais propensos a ter uma boa gestão da SST e a contar com apoio interno à gestão da SST. Os estabelecimentos dispõem de um conjunto de medidas de mitigação para tentar minimizar os riscos ergonómicos e psicossociais neste sector.

 

O setor apresenta um desempenho melhor do que a média de todos os setores em termos de empresas que reportam ter planos de ação em vigor para lidar com o stresse no local de trabalho, e procedimentos em vigor para lidar com o bullying e o assédio, e ameaças e abusos de partes externas.

 

O fornecimento de equipamento ergonómico específico, como cadeiras ou mesas, foi a medida preventiva mais popular, seguida do fornecimento de equipamentos para ajudar no levantamento ou deslocação de cargas ou outros trabalhos fisicamente pesados, e a possibilidade de as pessoas com problemas de saúde reduzirem o horário de trabalho.

 

A medida mais comum tomada para mitigar os riscos psicossociais no setor em 2014 foi o aconselhamento confidencial para os colaboradores, mas em 2019, um novo item da ESENER, em permitir que os colaboradores tomassem mais decisões sobre como fazer o seu trabalho foi o mais frequentemente relatado.

 

Globalmente, os estabelecimentos deste setor, em comparação com os estabelecimentos de todos os outros setores, são mais propensos a ter uma gestão psicossocial de risco psicossocial bem desenvolvida.

 

Os estabelecimentos do setor eram mais propensos do que os de outros setores a terem uma elevada aceitação de medidas para prevenir riscos psicossociais.

 

A proporção de empresas que reportaram a realização de avaliações de risco foi maior no setor do que em todos os setores, tanto em 2014 como em 2019, embora a tendência esteja a diminuir. Verifica-se um aumento ao longo do tempo nas avaliações de risco que estão a ser conduzidas internamente para o setor, em especial para as micro/pequenas e médias empresas.

 

No entanto, globalmente, as grandes empresas têm frequentemente mais pessoal interno a realizar avaliações de risco em comparação com as micro/pequenas ou médias empresas. Existe também uma divisão substancial entre as empresas que optam por peritos internos e externos da SST, o que está frequentemente associado ao nível dos recursos humanos e financeiros.

 

A razão mais comunicada para as avaliações no local de trabalho que não estão a ser realizadas no setor em 2019 foi o facto de não terem sido identificados grandes problemas ou de já serem conhecidos os riscos e riscos.

 

As grandes dificuldades relatadas com maior frequência em termos de resolução dos riscos da SST são a complexidade das obrigações legais, a falta de tempo ou de pessoal e a papelada. No caso dos riscos psicossociais, o obstáculo mais relatado no setor em 2019 foi a relutância em falar abertamente sobre as questões. Isto parece ser confirmado pelos especialistas entrevistados para o estudo, que apontaram o estigma ligado à saúde mental. 


Os principais impulsionadores para enfrentar os riscos da SST incluem o cumprimento de obrigações legais, o cumprimento das expectativas dos colaboradores ou dos seus representantes, a manutenção ou aumento da produtividade, a reputação organizacional e a evitar multas e sanções.

 

A análise concluiu que os estabelecimentos do setor das atividades de saúde e de trabalho social, em comparação com os estabelecimentos de todos os outros setores, são mais propensos a reportar estes condutores para a gestão da SST, com este efeito mais forte no sector privado e com uma correlação positiva em relação à dimensão da empresa.

 

As entrevistas apoiam estas descobertas, sendo que os principais condutores que foram identificados, incluem a reputação e o cumprimento legal. Além disso, os entrevistados consideram que o COVID-19 renovou a atenção e a sensibilização para a ligação entre a saúde pública e o setor das atividades de saúde e de trabalho social.

 

Por último, a digitalização também pode ser encarada como um motor-chave da SST, na medida em que pode contribuir para uma gestão de SST de alta qualidade, eficaz e eficiente, nomeadamente na área da automação. É provável que os sistemas baseados em inteligência artificial (IA) sejam cada vez mais utilizados neste setor no futuro para automatizar tarefas que são simultaneamente baseadas em termos cognitivos e físicos, devido a fatores como o aumento da procura de pessoal neste setor.

 

As consequências positivas disso incluem o facto de os sistemas IA poderem executar tarefas extenuantes, como o levantamento de pacientes, e também algumas tarefas rotineiras, como a comunicação de digitalizações ou a inserção de agulhas. Isto ajudará a prevenir os DMes e também pode reduzir os riscos psicossociais, eliminando parte do fardo do trabalho de rotina.

 

No entanto, os sistemas baseados em IA podem igualmente criar novos riscos emergentes ligados ao medo da perda de postos de trabalho, à desqualificação e à falta de competências adequadas. Estes temas têm sido amplamente discutidos na literatura.

 

Em termos de participação dos trabalhadores na SST, os representantes para a saúde e da segurança são a forma mais comum de representação dos trabalhadores, tanto neste setor como em todos os setores. Globalmente, a saúde e a segurança foram discutidas com mais regularidade entre os representantes dos trabalhadores e a gestão em estabelecimentos do setor em 2019 do que em todos os setores.

 

Os representantes para a saúde e da segurança também receberam formação durante o tempo de trabalho um pouco mais frequentemente no setor em comparação com todos os setores, embora a tendência tenha sido ligeiramente descendente desde 2014.

 

Tanto para o setor das atividades de saúde como para o trabalho social, quer para todos os outros setores, a grande maioria das empresas que têm avaliações regulares de risco envolvem os seus colaboradores na conceção das medidas; esta proporção é ligeiramente maior para este setor do que todos os setores.

 

Os trabalhadores do setor das atividades de saúde e de trabalho social estão também muito mais envolvidos na identificação de possíveis causas de stresse relacionado com o trabalho e na conceção de medidas para os fazer face a eles do que em todos os sectores.

 

Tradução da responsabilidade do Departamento de SST da UGT


Aceda à versão original Aqui.



 

 

quarta-feira, 16 de março de 2022

Webinar Lesões Musculoesqueléticas & Diversidade dos trabalhadores 23 março - 15h


No próximo dia 23 de março de 2022, das 15 às 17 horas,  a ACT enquanto Ponto Focal Nacional da EU-OSHA realiza um webinar no âmbito da Campanha Europeia 2020-2022 – Locais de trabalho saudáveis: Aliviar a carga.


O tema centra-se no 4º tópico das áreas prioritárias da Campanha que aborda a Diversidade dos trabalhadores.

 

O que podemos esperar …


Pretende-se alicerçar os fatores de prevenção e de proteção que ancorem alguns grupos de trabalhadores que estão mais expostos a riscos relacionados com as lesões musculoesqueléticas do que outros, para tal, é essencial considerar a diversidade dos trabalhadores na avaliação dos riscos e desenvolver ferramentas para gerir a mão de obra diversificada, com vista a reduzir os fatores de risco para problemas de saúde dos trabalhadores e respeitar a pluralidade cultural no mercado de trabalho tendo em conta os contributos positivos para as organizações.

 

Venha assistir e divulgue pela sua rede de contactos.


A sessão é gratuita, mas é limitado o n.º de participantes. Reserve já o seu lugar através do link de inscrição.

Link de inscrição: https://congressos.leading.pt/geral/inseririnscricao.aspx?evento=195&formulario=455


Fonte. PFN

terça-feira, 15 de março de 2022

Mais conselhos práticos e listas de verificação para um teletrabalho saudável e eficaz

 


Imagem com DR

 

Três artigos da OSHwiki oferecem informações sobre o teletrabalho e as lesões musculoesqueléticas relacionadas com o trabalho (LME).


O artigo «Dicas práticas como realizar teletrabalho na residência do trabalhador de modo tão saudável, seguro e eficaz quanto possível» inclui conselhos relacionados com a saúde e o bem-estar no trabalho dos teletrabalhadores.


O artigo «Lesões musculosqueléticas e teletrabalho» descreve os principais fatores de risco de LME relacionadas com o teletrabalho e apresenta recomendações e abordagens preventivas para lhes fazer face.


E o artigo «Avaliação de riscos e teletrabalho - lista de verificação» permite aos leitores realizar uma avaliação de risco e elaborar uma lista de verificação para ajudar a identificar perigos e potenciais medidas de prevenção.


Saiba mais sobre LME e teletrabalho


Fonte: UE-OSHA