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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013


Estudo sobre Assédio Moral no Local de Trabalho

O caso do sector bancário português

Compreender o fenómeno do assédio moral no mundo do trabalho, levanta algumas questões. Porquê e como acontece? Quem são as vítimas? Quem são os agressores? Quais as consequências? Como a vítima se pode defender? Que proteção legal existe?

O fenómeno do assédio moral não é novo no mundo do trabalho. No entanto, o seu estudo é recente. A investigação sobre este fenómeno, no nosso país é, ainda, escassa, pelo que sugerimos neste Blog, a consulta da Tese de Doutoramento de Ana Teresa Verdasca[1] sobre o assédio moral no setor bancário português (elaborado sob a orientação de António Garcia Pereira).

Foi realizada uma análise empírica, utilizando simultaneamente uma metodologia quantitativa e qualitativa, e tendo como objetivos específicos os seguintes:

Ø  Medir o nível de incidência de assédio moral quer em termos de auto-percepção (subjetivo) quer em termos comportamentais (objetivo);

Ø  Caraterizar a experiência de ser alvo de assédio moral, identificar os comportamentos mais frequentes e principais estratégias utilizadas pelas vítimas, no decorrer do processo;

Ø  Analisar a relação entre diversos fatores organizacionais e socioeconómicos e a ocorrência de assédio moral no local de trabalho;

Apontam-se algumas Conclusões:

·         5,9% dos inquiridos foram alvo de assédio moral frequente nos últimos 12 meses, 24,8% foram alvo de assédio ocasional e 69,3% nunca foram alvo de assédio moral;

·         23,4% dos inquiridos foram testemunha de situações de assédio moral no seu local de trabalho;

·         42,4% das vítimas a experiência de assédio teve uma duração superior a 3 anos;

·         A maioria dos casos (46,7%) refere ter sido vítima juntamente com os colegas do grupo de trabalho;

·         Uma percentagem relativamente menor de vítimas (43,3%) refere ter sido alvo de assédio de forma isolada;

·         Na maioria dos casos (53,6%) as vítimas de assédio frequente referem ter sido assediadas por agressores do sexo masculino e 39,3% por agressores de ambos os sexos, sendo que apenas 7,1% dos alvos referem ter sido alvo de assédio por agressores do sexo feminino;

·         Relativamente à posição formal dos agressores, 75,8% das vítimas referem ter sido alvo de assédio por parte de um superior hierárquico, enquanto apenas 15,2% referem, como agressores, os colegas de trabalho;

·         No que se refere aos comportamentos mais frequentes, as vítimas de assédio moral de carácter severo (ou frequente) referem “frequentemente” que em 69,7% dos casos “As suas opiniões ou pontos de vista são ignorados”, em 57,6% dos casos “O seu trabalho ou os esforços que faz para o realizar são persistentemente criticados” e “tem uma carga de trabalho excessiva”;

·         54,5% dos casos “O seu trabalho é excessivamente controlado”. Estas mesmas vítimas de assédio moral frequente referem que, ocasionalmente, em 30,9% dos casos “Tem uma carga de trabalho excessiva”, em 23,7% dos casos “O seu trabalho é excessivamente controlado”, e em 21,6% dos casos “É-lhe sugerida a realização de trabalhos claramente abaixo do seu nível de competência”;

·         Relativamente às estratégias seguidas pelas vítimas de assédio moral frequente ou severo, quando confrontadas com uma situação de assédio, temos que as estratégias mais frequentemente utilizadas, de forma frequente, são: “Pensou em mudar de emprego” (57,6%), “Decidiu ignorar a situação e proceder como se nada se passasse” (51,6%) e “Dedicou-se ainda mais ao seu trabalho” (48,5%); ocasionalmente133 “Pediram ajuda aos seus colegas de trabalho” (57,65), “Decidiram dedicar-se ainda mais ao seu trabalho” (48,5%) e “Enfrentaram o agressor respondendo na mesma moeda” (45,5%).


Consulte o Estudo sobre Assédio Moral no Local de Trabalho

O caso do sector bancário português Aqui.



[1] 1Doutorada em Sociologia Económica, membro do SOCIUS, Universidade Técnica de Lisboa

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