Acaba de
ser publicado o relatório “AGE – Monitorização e gestão da saúde e da idade no
trabalho”, fruto de uma parceria entre a ACT e o ISCTE – Instituto
Universitário de Lisboa.
“O relatório que se segue consiste
numa análise dos dados recolhidos no âmbito do projeto AGE. Trata-se de um
estudo efetuado ao nível nacional com uma amostra de 3106 trabalhadores de
vários setores de atividade.
O estudo foi desenvolvido numa
parceria entre o ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa e a ACT-Autoridade
para as Condições do Trabalho. A recolha de dados junto dos trabalhadores
decorreu no final de 2015 e foi realizada pela ACT, através dos seus técnicos e
inspetores do trabalho, com um instrumento construído para o efeito, pela
equipa de investigadores do ISCTE-IUL – o instrumento AGE.
Foram recolhidas informações sobre a
perceção dos trabalhadores acerca das suas condições de trabalho (fatores de
risco, exigências, recursos, horários e tempos de trabalho), estado de saúde
percebido (problemas de saúde sentidos e relação com o trabalho), práticas se
SST identificadas nas empresas e um conjunto de dados de caraterização
socio-demográfica (sexo, idade, setor, escolaridade, salário, tipo de contrato
de trabalho, dimensão da empresa, entre outros).
Os resultados mostram algumas
evidências sobre as condições de trabalho em Portugal, nomeadamente, no que diz
respeito à exposição a fatores de risco, destacam-se o esforço físico, os
fatores associados ao ambiente de trabalho e os fatores psicossociais
(obviamente com particularidades setoriais).
São ainda de referir as exigências
de concentração, o trabalho sob pressão e as longas horas de trabalho como
fatores presentes numa boa parte da amostra. Quanto aos problemas de saúde
sentidos e reportados pelos trabalhadores, salientam-se os problemas
musculares, articulares ou ósseos, a ansiedade, os problemas de visão, o
cansaço rápido e fadiga, os problemas de sono e a depressão, entre os mais
frequentes.
As análises mostram ainda que nem
todos os públicos estão igualmente expostos a estas situações, revelando uma
realidade particularmente penosa para certos grupos em diferentes contextos.
Por exemplo, para os trabalhadores temporários no que respeita às exposições e
aos horários de trabalho atípicos; para os temporários e contratados a termo no
que se refere aos baixos recursos sentidos na situação de trabalho; para as
mulheres nas exigências emocionais, no baixo reconhecimento e participação;
para os jovens na intensidade do trabalho e nos horários rotativos; e para os
trabalhadores mais velhos, cuja diversidade de situações reportadas é expressão
real do seu percurso, das suas escolhas e das escolhas das organizações e do
mercado no qual se encontram inseridos.”
Fonte: Nota Introdutória
O relatório encontra-se disponível para consulta Aqui.
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