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sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Saúde Mental no Trabalho - Alguns dados no pós-pandemia

 



A saúde mental é, na atualidade, uma das questões que apresenta maiores desafios em matéria de Saúde no Trabalho, pois tem um impacto significativo na saúde dos trabalhadores e trabalhadoras, nas organizações e nas economias nacionais.

Estima-se que, dentro em breve, a depressão será a principal causa de ausência por doença na Europa.

Para além do absentismo, as consequências de uma má saúde mental encontram-se ligadas a inúmeros outros efeitos negativos para as empresas, tais como, os níveis de desempenho e produtividade reduzidos, elevada rotatividade dos trabalhadores e fortes níveis de desmotivação no trabalho.

As previsões sugerem que 25% dos cidadãos europeus sentirão um problema de saúde mental na sua vida e que aproximadamente 10% dos problemas e incapacidades mentais a longo prazo podem ser ligados a perturbações mentais e emocionais (Rede Europeia para a Promoção da Saúde no Trabalho).

As conclusões do 5º Inquérito Europeu sobre as Condições de Trabalho apuraram que 1 em cada 5 trabalhadores europeus reportaram um deficiente bem-estar mental.

Utilizar o local de trabalho como palco para promover uma boa saúde mental não só ajuda a proteger a saúde e bem-estar mental e físico do trabalhador como também será benéfico para a produtividade das empresas.

 

 

De acordo com o inquérito, recentemente divulgado, «Eurobarómetro - Tomar o pulso à SST» da UE-OSHA que visa obter informações sobre o estado da Segurança e Saúde no Trabalho nos locais de trabalho europeus após a pandemia, podemos aferir que:

- Mais de 4 em cada 10 trabalhadores (44 %) referem que o seu estado de stress no trabalho aumentou em resultado da pandemia;

- Quase metade dos inquiridos (46 %) referiu estar exposto a uma forte pressão de tempo ou a uma sobrecarga de trabalho;

-  Um número consideravelmente elevado de trabalhadores referiu sofrer de uma série de problemas de saúde comummente associados ao stress: 30 % dos inquiridos referiram, pelo menos, um problema de saúde (fadiga geral, dores de cabeça, fadiga ocular, problemas ou dores musculares) causado ou agravado pelo trabalho;

- De acordo com 50 % dos trabalhadores, a pandemia veio facilitar a discussão deste assunto no trabalho, embora nem todos os trabalhadores se sintam à vontade para dizer o que sentem;

- Enquanto 59 % dos trabalhadores afirmaram não terem problemas em falar sobre a sua saúde mental com um gestor ou supervisor, 50 % receiam que dar a conhecer um problema de saúde mental tenha um impacto negativo na sua carreira;

- Em termos de iniciativas e atividades no local de trabalho para prevenir ou reduzir os riscos, 42 % referiram que são prestadas, no local de trabalho, informações e formação sobre bem-estar e como lidar com o stress.

- Relativamente ao aconselhamento e apoio psicossocial, cerca de 38 % dos trabalhadores afirmaram ter estas respostas disponíveis nos seus locais de trabalho;

- Cerca de 59 % têm também acesso a ações de sensibilização e outras atividades de informação sobre segurança e saúde.

 

 

Dados de Portugal

Foram inquiridos, em Portugal, 1020 trabalhadores e trabalhadoras, sendo os principais resultados, os seguintes:

1 - Quando questionados sobre a disponibilidade de existirem iniciativas e medidas de consciencialização ou informação sobre SST no seu local de trabalho: 

- 51% dos inquiridos afirmaram existir atividades ou outras iniciativas que proporcionam informações sobre SST;

- 24% relataram ter acesso a aconselhamento ou apoio psicológico;

- 41% relataram ter disponíveis informações e ações de formação sobre bem-estar e formas de lidar com o stress no trabalho;

- 30% declararam ser consultados sobre os aspetos geradores de stress no trabalho.

 

2 - Quando questionados sobre a concordância ou discordância das seguintes afirmações sobre stress e saúde mental no seu local de trabalho:

- 40% dos inquiridos declararam que concordam que revelar uma condição de saúde mental teria um impacto negativo sobre a minha carreira;

- 40% afirmaram que a pandemia da COVID-19 tornou mais fácil falar sobre problemas de stress e saúde mental no trabalho;

- 51% responderam sentir-se confortáveis em falar com o seu diretor ou supervisor sobre saúde mental;

- 34% afirmaram que o seu estado de stress no trabalho aumentou como resultado da pandemia da COVID-19;

 

3 - Quando questionados sobre os problemas de saúde que, nos últimos 12 meses, sofreram:

- 32% dos inquiridos responderam ter sofrido de fadiga geral;

- 25% afirmaram ter dores de cabeça e fadiga ocular;

- 34% relataram ter problemas ou dores nos ossos, articulações ou músculos;

- 33% responderam ter sentido stress, depressão ou ansiedade.

 

 

Fonte:  Inquérito aos trabalhadores Tomar o pulso à SST — Segurança e saúde nos locais de trabalho após a pandemia, levado a cabo pela UE-OSHA.

 

 

 


 


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