O Inquérito Europeu às Empresas sobre Riscos Novos e Emergentes (ESENER) de
2024 esclarece sobre os riscos identificados pelos locais de trabalho europeus
em todos os sectores, sendo que os longos períodos na posição sentada e os
movimentos repetitivos continuam a ser as principais preocupações. Revela
também desafios psicossociais e o impacto crescente da digitalização na
segurança e saúde no local de trabalho, à medida que as organizações lidam com
novas práticas de trabalho.
Além disso, houve uma quase duplicação de estabelecimentos que
relatam ter funcionários a trabalhar
em casa (de 13 % em 2019 para 23 % em 2024), acompanhada
por uma crescente consciencialização do impacto da digitalização na segurança e
saúde dos trabalhadores.
Também
os riscos psicossociais são
referidos frequentemente, particularmente nos sectores dos serviços, com 56 %
das organizações a identificarem o desafio de lidar com clientes, doentes ou
alunos difíceis.
Na sua reflexão sobre os resultados, o Diretor Executivo da EU-OSHA, William Cockburn, afirmou que «25 % das organizações ainda não reconhecem a presença de riscos psicossociais, o que evidencia um défice significativo na abordagem a estas questões importantes. Este facto sublinha a importância da nossa futura campanha “Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis”, a lançar em 2026, que se centrará no combate ao impacto dos riscos psicossociais no trabalho na saúde mental dos trabalhadores.»
Entre os locais de trabalho que comunicam fatores de risco psicossociais, 21 % consideram que estes riscos são mais difíceis de gerir do que outros riscos de SST. Os valores variam significativamente de país para país, com certos países nórdicos, como a Suécia (38 %) e a Dinamarca (37 %), a percecionarem desafios mais elevados. A participação dos trabalhadores na conceção de medidas destinadas a prevenir os riscos psicossociais registou um ligeiro declínio, descendo de 61 % em 2019 para 55 % em 2024.
Além
disso, o inquérito mostra uma atenção crescente às tecnologias digitais nas
avaliações de riscos no local de trabalho, agora abrangidas por 43 % dos locais
de trabalho em geral, com a Espanha e a Eslovénia no topo, com mais de 60 %. De
igual modo, 42 % dos estabelecimentos oferecem formação sobre a utilização das
tecnologias digitais, atingindo 75 % em Malta. O ESENER também destaca os
fatores de risco associados à utilização das tecnologias digitais no trabalho.
Para além dos riscos musculoesqueléticos, as empresas referem o aumento da
intensidade do trabalho (34 %), a sobrecarga de informação (32 %) e o
esbatimento das fronteiras entre a vida profissional e a vida privada (27 %).
É
encorajador o facto de se ter registado uma melhoria acentuada na consulta aos
trabalhadores sobre o impacto da digitalização na segurança e na saúde. Entre
as empresas que utilizam, pelo menos, uma tecnologia digital, 35 % afirmam
consultar os trabalhadores, contra 24 % em 2019.
O
primeiro relatório de conclusões marca o início de uma série de análises que
irão aprofundar os dados do ESENER 2024, sendo os resultados pormenorizados
publicados em relatórios subsequentes até 2026.
Ligações:
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o instrumento de visualização de dados
do ESENER
Fonte: UE-OSHA
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