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quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Nota Informativa - Crise climática exige legislação da UE sobre a exposição a temperaturas máximas no trabalho

 


27 de julho de 2022

 

Assistimos a outro verão marcado por ondas de calor mortais que vem mostrar por que razão a Europa precisa urgentemente de legislação sobre a exposição a temperaturas máximas no trabalho, a fim de proteger os trabalhadores dos efeitos das alterações climáticas.

Os sindicatos pedem à Comissão Europeia que tome medidas depois de dois trabalhadores terem morrido após sofrerem um colapso devido ao calor, em Espanha, na semana passada.

Em França, no ano de 2020, país onde também não existe o estabelecimento de um limite de temperatura máxima de trabalho, 12 pessoas morreram devido à exposição ao calor extremo.  

Tragédias semelhantes tornar-se-ão mais comuns se não se proceder à legalização dos limites de temperaturas para o trabalho seguro.

De acordo com a OMS, as pessoas funcionam melhor a uma temperatura entre 16°C e 24°C. Quando as temperaturas sobem acima dos 30°C, o risco de ocorrerem acidentes de trabalho aumenta em 5-7% e, quando as temperaturas ultrapassam os 38ºC, os acidentes são entre 10% a 15% mais prováveis, segundo um estudo de investigação da ETUI.

Tonturas, dores de cabeça e cãibras musculares são sintomas precoces de stress térmico, o que pode levar a situações de perda de consciência, vómitos e, em última análise, à morte, a menos que sejam tomadas medidas.

Segundo a Eurofound, em toda a UE, 23% de todos os trabalhadores estão expostos a altas temperaturas, pelo menos um quarto do tempo, subindo para 36% na agricultura e indústria, e 38% na construção.

No entanto, um inquérito realizado às organizações associadas da ETUC concluiu que apenas alguns países europeus têm legislação para manter os trabalhadores seguros durante as ondas de calor, com uma grande variação de limites entre os 28 e os 36 graus:

Bélgica: 29°C para atividades de carga física ligeira, 26°C para uma carga física moderadamente pesada, 22°C em carga de trabalho física pesada e 18°C em carga física muito pesada;

Hungria: 31°C para trabalho físico sedentário e leve, 29°C para trabalho físico moderado e 27°C para trabalho físico pesado;

Letónia: Temperatura máxima de trabalho para trabalhos no interior de 28°C;

Montenegro: Temperatura máxima de trabalho para trabalhos ao ar livre de 36°C;

Eslovénia: A temperatura do ar nas zonas de trabalho não deve exceder 28°C;

Espanha: As temperaturas máximas de trabalho para atividades sedentárias, como o trabalho de escritório é de 27°C, enquanto para o trabalho leve é de 25°C.  Estes limites, no entanto, não se aplicam a todo o tipo de trabalho, nem a todos os trabalhadores e nem a todas as instalações. 

No meio da crescente crise climática, a CEE exorta a Comissão Europeia a colmatar as lacunas na proteção dos trabalhadores com uma diretiva sobre as temperaturas máximas de trabalho.

A UE e os governos nacionais também necessitam de impor as regras existentes, invertendo os enormes cortes para o número de inspetores do trabalho na última década.

Os conselhos não são suficientes, uma vez que as provas dos EUA mostram que os trabalhadores precários são mais vulneráveis ao calor, com mais de 70% de todas as mortes relacionadas com o calor a ocorrerem durante a primeira semana de trabalho.

O Secretário-Geral Adjunto da ETUC, Claes-Mikael Ståhl, disse:

"As ondas de calor podem ser fatais para pessoas que trabalham desprotegidas ao sol, como já assistimos, neste verão, em Espanha.

"Os trabalhadores, todos os dias, estão na linha da frente da crise climática e precisam de proteções para corresponder ao perigo cada vez maior das temperaturas extremas.”

"O clima não respeita as fronteiras nacionais, e é por isso que precisamos de legislação à escala europeia sobre temperaturas máximas de trabalho.

"Os políticos não podem continuar a ignorar, do conforto dos seus escritórios climatizados, o perigo que a exposição a temperatura extremas representam para os nossos trabalhadores mais vulneráveis.”


Notas

Resolução da ETUC sobre a necessidade de medidas da UE para proteger os trabalhadores de temperaturas elevadas

Relatório ETUI sobre ondas de calor como um risco ocupacional

 

Tradução da Responsabilidade do Dep. SST


Aceda à versão original Aqui.




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