Anualmente
2,78 milhões de trabalhadores e trabalhadoras morrem devido a acidentes de
trabalho e doenças profissionais (2,4 milhões dos quais por motivo de doenças)
e 374 milhões são vítimas de acidentes de trabalho não fatais, revela o último
relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A
OIT, por ocasião do
Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, divulga o seu novo relatório
“Segurança e saúde no centro do futuro do trabalho: Tirando partido de 100 anos
de experiência”, no qual analisa os 100 anos de trabalho desta organização
dedicados à melhoria das condições de saúde e segurança no trabalho
(SST), e destaca os problemas emergentes nesta área no mundo do trabalho.
“Assim como observamos um maior interesse na prevenção dos
riscos reconhecidos, também constatámos mudanças profundas nos nossos postos de
trabalho e na forma como trabalhamos. Necessitamos de estruturas de segurança e
saúde que espelhem essas alterações, a par de uma cultura geral de prevenção
que incentive a responsabilidade partilhada”, disse Manal Azzi, especialista
técnica da OIT sobre segurança e saúde no trabalho.
“Além do custo económico devemos reconhecer o
incomensurável sofrimento humano que causam estas enfermidades e acidentes. E
são ainda mais trágicos porque em grande medida podem ser evitados”, explica.
O relatório destaca quatro grandes forças
transformadoras que impulsionam as mudanças, referindo ainda que todas
oferecem oportunidades de melhoria.
- Em
primeiro lugar, a tecnologia – como a digitalização, a
robótica e a nanotecnologia – podem também afetar a saúde
psicossocial e introduzir novos materiais com riscos para a saúde que não
foram ainda tidos em consideração. Aplicada corretamente, também
pode contribuir para a redução da exposição aos riscos
profissionais, facilitar a formação e a inspeção do trabalho.
- As mudanças demográficas são relevantes porque se registam níveis elevados de lesões profissionais na população jovem trabalhadora, por outro lado também é necessário assegurar métodos de trabalho e equipamento que garantam a segurança e a saúde dos trabalhodores menos jovens. As mulheres – em número crescente no trabalho– são mais propensas a trabalhar em formas atípicas de emprego e correm maiores riscos de sofrer lesões musculoesqueléticas.
- Em terceiro lugar, o desenvolvimento sustentável e as alterações climáticas que abrem espaço a riscos como a contaminação do ar, o stress pelo excesso de calor, a doenças emergentes, as alterações nos padrões de precipitação detemperatura, podendo ocasionar a perda de postos de trabalho. Mas também, serão criados novos empregos graças à economia verde.
- Para finalizar, as alterações na organização do trabalho podem dar lugar a uma flexibilidade que permita que um maior número de pessoas entre no mundo do trabalho, mas também pode originar problemas psicossociais (p. ex, insegurança, redução da privacidade e do tempo de descanso, ou uma proteção inadequada em matéria de SST e de proteção social) e horários de trabalho excessivos.
Com base nestes desafios, o relatório
propõe seis áreas nas quais se devem concentrar
responsáveis políticos e outros parceiros relevantes.
·
Antecipar os riscos novos e emergentes para a
SST;
·
Adotar uma abordagem multidisciplinar;
·
Estabelecer uma maior relação com a saúde
pública;
·
Melhor comprensão acerca dos assuntos
relacionados com a SST;
·
Reforçar as normas internacionais do trabalho e
a legislação dos países;
·
Potenciar a colaboração entre governos,
representante dos empregadores e dos trabalhadores.
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