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segunda-feira, 29 de abril de 2019

Novo relatório da OIT revela que as mudanças no trabalho estão a fazer emergir problemas de segurança e saúde até agora desconhecidos





Anualmente 2,78 milhões de trabalhadores e trabalhadoras morrem devido a acidentes de trabalho e doenças profissionais (2,4 milhões dos quais por motivo de doenças) e 374 milhões são vítimas de acidentes de trabalho não fatais, revela o último relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A OIT, por ocasião do Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, divulga o seu novo relatório “Segurança e saúde no centro do futuro do trabalho: Tirando partido de 100 anos de experiência”, no qual analisa os 100 anos de trabalho desta organização dedicados à melhoria das condições de  saúde e segurança no trabalho (SST), e destaca os problemas emergentes nesta área no mundo do trabalho.

“Assim como observamos um maior interesse na prevenção dos riscos reconhecidos, também constatámos mudanças profundas nos nossos postos de trabalho e na forma como trabalhamos. Necessitamos de estruturas de segurança e saúde que espelhem essas alterações, a par de uma cultura geral de prevenção que incentive a responsabilidade partilhada”, disse Manal Azzi, especialista técnica da OIT sobre segurança e saúde no trabalho.
“Além do custo económico devemos reconhecer o incomensurável sofrimento humano que causam estas enfermidades e acidentes. E são ainda mais trágicos porque em grande medida podem ser evitados”, explica.
O relatório destaca quatro grandes forças transformadoras que impulsionam as mudanças, referindo ainda que todas oferecem oportunidades de melhoria.
  • Em primeiro lugar, a tecnologia – como a digitalização, a robótica e a nanotecnologia –  podem também afetar a saúde psicossocial e introduzir novos materiais com riscos para a saúde que não foram ainda tidos em consideração.  Aplicada corretamente, também pode contribuir para a redução da exposição  aos riscos profissionais, facilitar a formação e a inspeção do trabalho.
  • As mudanças demográficas são relevantes porque se registam níveis elevados de lesões profissionais na população jovem trabalhadora,  por outro lado também  é necessário assegurar   métodos de trabalho e equipamento que garantam a segurança e a saúde dos trabalhodores menos jovens.  As mulheres –  em número crescente no  trabalho– são mais propensas a trabalhar em formas atípicas de emprego e correm maiores riscos de sofrer lesões musculoesqueléticas.
  • Em terceiro lugar, o desenvolvimento sustentável e as alterações climáticas que abrem espaço a riscos como a contaminação do ar, o stress pelo excesso de calor, a doenças emergentes, as alterações nos padrões  de precipitação  detemperatura, podendo ocasionar a perda de postos de trabalho. Mas também, serão criados novos empregos graças à economia verde.
  • Para finalizar, as alterações na organização do trabalho podem dar lugar a uma flexibilidade que permita que um maior número de pessoas entre no mundo do trabalho, mas também pode originar problemas psicossociais (p. ex, insegurança, redução da privacidade e  do tempo de descanso, ou uma proteção inadequada em matéria de SST e de proteção social) e horários de trabalho excessivos.
Com base nestes desafios, o relatório propõe seis áreas  nas quais se devem concentrar responsáveis políticos e outros parceiros relevantes. 
·       Antecipar os riscos novos e emergentes para a SST;
·       Adotar uma abordagem multidisciplinar;
·       Estabelecer uma maior relação com a saúde pública;
·       Melhor comprensão acerca dos assuntos relacionados com a SST;
·       Reforçar as normas internacionais do trabalho e a legislação dos países;
·       Potenciar a  colaboração entre governos, representante dos empregadores e dos trabalhadores.

Em anexo as versões ES, EN e FR do Relatório da OIT.

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