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sexta-feira, 29 de novembro de 2019

França: um Relatório sobre a Saúde Ocupacional dos Bombeiros




A ANSES, Agência Francesa de Alimentação, Meio Ambiente, Saúde e Segurança Ocupacional, acaba de publicar um relatório que resume o conhecimento atual relativamente à saúde ocupacional dos bombeiros.

O recente incêndio que ocorreu em setembro, deste ano, na fábrica de produtos químicos Lubrizol, em Rouen, revelou em que medida os riscos relacionados com o trabalho dos bombeiros são frequentemente negligenciados.

Embora este estabelecimento fosse sinalizado como um estabelecimento de "nível superior", nos termos da Diretiva Seveso,      cerca de 900 bombeiros enfrentaram o incêndio com equipamentos de proteção muito insuficientes.

Segundo informações publicadas pelo “Le Monde”, após o incidente vários bombeiros foram submetidos a exames biológicos. Em pelo menos dez deles, os exames de sangue mostraram resultados anormais para o fígado, com níveis anómalos três vezes maiores que o normal, além de problemas na função renal.
O relatório da ANSES revela que os bombeiros se encontram todos os dias expostos a uma série de fatores de risco: exposição a substâncias químicas geralmente libertadas por produtos em chamas, bem como a agentes biológicos ou mesmo físicos.

São também são confrontados com restrições organizacionais, como o trabalho por turnos, e com restrições psicossociais, como a exposição à violência. A ANSES encontra-se a elaborar um relatório sobre os riscos para a saúde associados ao combate a incêndios.

Para compilar este relatório, a ANSES organizou uma consulta internacional que permitiu compartilhar o know-how das agências e institutos de SST em diferentes países. Contribuíram para esta pesquisa, nove agências dos Estados Unidos, Holanda, Finlândia, Noruega, Canadá e Reino Unido.

Este relatório apresenta também recomendações destinadas a melhorar a prevenção, além de identificar os campos nos quais se necessita urgentemente de dados mais sistemáticos. O relatório contém um resumo das medidas de prevenção recomendadas na França e nos outros países participantes.

A ANSES destaca o fato de que as atuais medidas de prevenção de riscos químicos estarem focadas principalmente na fase ativa do combate a incêndios. No entanto, o risco de exposição a vapores tóxicos permanece presente mesmo quando o fogo é apagado, durante as fases de monitorização, investigação e limpeza, bem como depois quando as equipas retornam ao quartel, na forma de equipamentos e veículos contaminados.
No que diz respeito aos riscos psicossociais, a ANSES constatou que vários bombeiros ingressam nesta atividade, guiados principalmente pelo desejo de combater incêndios, sem estarem devidamente cientes da dura realidade deste trabalho. Essa lacuna na perceção do trabalho pode gerar sofrimento.

Finalmente, a ANSES entre várias indicações, recomenda a introdução efetiva de exames médicos para bombeiros que deixaram o serviço, com o objetivo de melhor prevenir os riscos e as doenças a longo prazo.

Fonte: ETUI. Tradução da responsabilidade do Departamento de SST da UGT

Aceda à versão original deste texto Aqui.

Consulte o Relatório ANSES Aqui.

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