A ANSES, Agência Francesa de
Alimentação, Meio Ambiente, Saúde e Segurança Ocupacional, acaba de publicar um
relatório que resume o conhecimento atual relativamente à saúde ocupacional dos
bombeiros.
O recente incêndio que ocorreu em
setembro, deste ano, na fábrica de produtos químicos Lubrizol, em Rouen, revelou
em que medida os riscos relacionados com o trabalho dos bombeiros são
frequentemente negligenciados.
Embora este estabelecimento fosse sinalizado
como um estabelecimento de "nível superior", nos termos da Diretiva
Seveso, cerca de 900 bombeiros enfrentaram o incêndio
com equipamentos de proteção muito insuficientes.
Segundo informações publicadas pelo
“Le Monde”, após o incidente vários bombeiros foram submetidos a exames
biológicos. Em pelo menos dez deles, os exames de sangue mostraram resultados
anormais para o fígado, com níveis anómalos três vezes maiores que o normal,
além de problemas na função renal.
O relatório da ANSES revela que os
bombeiros se encontram todos os dias expostos a uma série de fatores de risco:
exposição a substâncias químicas geralmente libertadas por produtos em chamas,
bem como a agentes biológicos ou mesmo físicos.
São também são confrontados com
restrições organizacionais, como o trabalho por turnos, e com restrições
psicossociais, como a exposição à violência. A ANSES encontra-se a elaborar um
relatório sobre os riscos para a saúde associados ao combate a incêndios.
Para compilar este relatório, a ANSES
organizou uma consulta internacional que permitiu compartilhar o know-how das
agências e institutos de SST em diferentes países. Contribuíram para esta
pesquisa, nove agências dos Estados Unidos, Holanda, Finlândia, Noruega, Canadá
e Reino Unido.
Este relatório apresenta também recomendações
destinadas a melhorar a prevenção, além de identificar os campos nos quais se
necessita urgentemente de dados mais sistemáticos. O relatório contém um resumo
das medidas de prevenção recomendadas na França e nos outros países
participantes.
A ANSES destaca o fato de que as
atuais medidas de prevenção de riscos químicos estarem focadas principalmente
na fase ativa do combate a incêndios. No entanto, o risco de exposição a
vapores tóxicos permanece presente mesmo quando o fogo é apagado, durante as
fases de monitorização, investigação e limpeza, bem como depois quando as
equipas retornam ao quartel, na forma de equipamentos e veículos contaminados.
No que diz respeito aos riscos
psicossociais, a ANSES constatou que vários bombeiros ingressam nesta
atividade, guiados principalmente pelo desejo de combater incêndios, sem
estarem devidamente cientes da dura realidade deste trabalho. Essa lacuna na
perceção do trabalho pode gerar sofrimento.
Finalmente, a ANSES entre várias
indicações, recomenda a introdução efetiva de exames médicos para bombeiros que
deixaram o serviço, com o objetivo de melhor prevenir os riscos e as doenças a
longo prazo.
Fonte: ETUI. Tradução da
responsabilidade do Departamento de SST da UGT
Aceda à versão original deste texto
Aqui.
Consulte o Relatório ANSES Aqui.
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