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sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Duas substâncias reprotóxicas proibidas na União Europeia







Seguindo o conselho da Agência Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA), a Comissão Europeia tomou a decisão de proibir dois pesticidas: clorpirifós e clorpirifos-metilo, dois compostos usados ​​como ingredientes de vários inseticidas.

A multinacional Corteva é a principal produtora mundial de clorpirifós, um produto que está no mercado desde 1966. Atualmente é usado em cerca de 80 países. A decisão da sua proibição foi confirmada pela maioria de votos dos Estados-Membros da UE em 6 de dezembro de 2019.

Segundo informações no “Le Monde “, um grupo de países opôs-se à proibição de clorpirifos-metil (Espanha, Portugal, Itália, Grécia e Polônia), contudo não conseguiram bloquear a decisão.

As duas substâncias tinham autorização de utilização concedida desde 2006. Mesmo em 2006, já existiam estudos que destacavam os riscos do clorpirifós. Em particular, um estudo realizado por uma equipa de investigação da Universidade de Columbia, nos EUA, enfatizou que a exposição pré-natal ao clorpirifós poderia causar deficiências graves no desenvolvimento do feto.

O impacto dessa substância no desenvolvimento do cérebro de um bebé durante a gravidez, foi confirmado em vários estudos científicos. Destaca-se o estudo publicado em 2012, em que foi estabelecida uma ligação entre a elevada exposição no útero a esta substância e a ocorrência de anomalias cerebrais significativas nos bebés.

 Os efeitos incluem resultados cognitivos bem abaixo da média, défices de atenção e resultados de QI mais fracos. Outros estudos destacam o papel desempenhado por essa substância na ocorrência de autismo nas crianças nascidas em regiões agrícolas.

O clorpirifós é objeto de um forte debate nos EUA. Embora a Agência Federal de Proteção Ambiental (EPA) tenha anunciado em 2016 que seria banido, a chegada ao poder de Donald Trump bloqueou esta decisão, forçando a EPA a renovar autorização do pesticida em julho de 2019.

Amplamente criticada, essa decisão alimentou o conflito entre a administração federal e a Califórnia sobre riscos químicos. Em maio de 2019, a Califórnia tomou a decisão de proibir os clorpirifós.

Segundo Laurent Vogel, investigador da ETUI, “embora tarde, essa é uma decisão bem-vinda. Oito países da UE já haviam decidido proibir o clorpirifós no seu território (Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Irlanda, Letônia, Lituânia, Eslovénia e Suécia), mostrando que a existência de políticas mais ambiciosas em matéria de proteção da saúde e do meio ambiente de certos Estados-Membros podem promover a tomada de decisão. Isso poderia servir como um precedente para o glifosato e outros pesticidas que são particularmente perigosos.”

Nota: Tradução da responsabilidade do Departamento de SST da UGT

Aceda à versão original Aqui.



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