Metade dos professores portugueses
sofre de stresse, ansiedade e exaustão
Um
estudo desenvolvido por duas investigadoras do ISPA – Instituto Superior de
Psicologia Aplicada – aponta como principais motivos para as situações de
stresse, ansiedade e exaustão sentidas por metade dos professores portugueses, indisciplina e o desinteresse dos alunos, bem como o excesso
de carga letiva e a extrema burocracia nas escolas.
O estudo resultou de um inquérito aplicado
a cerca de 807 professores de escolas públicas (a larga maioria) e privadas de
Portugal continental e nas regiões autónomas.
Metade
dos professores portugueses sofre do chamado síndrome de burnout, um
estado físico, emocional e psicológico associado ao stresse e à ansiedade que,
nos casos mais graves, pode mesmo levar à depressão, e que conduz ao recurso
prolongado a ansiolíticos.
De acordo com a investigação
realizada por Ivone Patrão e Joana Santos Rita, são sobretudo os professores do
sexo feminino, mais velhos e com vínculo profissional que apresentam níveis de
burnout superiores.
O primeiro aspeto apontado pelos
docentes como causa para o distúrbio prende-se com a dificuldade de gestão dos
problemas de indisciplina na sala de aula, com a perceção da desmotivação para
o estudo por parte dos alunos e pela pressão para o sucesso.
O segundo fator relaciona-se com a
insatisfação com a carga letiva que lhes é atribuída, por todas as
responsabilidades não-educacionais e pela falta de trabalho em equipa e de
suporte das chefias, além da pressão de supervisores no que toca à avaliação de
desempenho.
O
estudo encontra-se, ainda, em curso, sendo objetivo das autoras, alargar a
amostra a outros docentes.
Referência a este Estudo
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