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quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Alerta Digital: Indicadores estatísticos sobre a prevenção e gestão dos riscos profissionais


 

O Inquérito Nacional às Condições de Trabalho em Portugal Continental - dirigido a empregadores e trabalhadores - é um estudo de âmbito nacional, realizado em 2015 pelo CESIS - Centro de Estudos para a Intervenção Social. A sua execução decorreu diretamente da medida 4 da Estratégia Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho 2015/2020.

Este Inquérito tem como objetivo facilitar um maior e melhor conhecimento das condições de trabalho em todo o território continental, nomeadamente ao nível dos fatores de exposição aos riscos profissionais, meios afetos à prevenção das empresas, as ações e métodos de divulgação das medidas preventivas, a formação e a participação dos trabalhadores, entre outros, que lhes permitam adequar as suas estratégias preventivas.

O inquérito abordou:

  • Riscos profissionais;
  • Prevenção e controlo de risco no trabalho;
  • Acidentes no trabalho e doenças profissionais;
  • Saúde;
  • Equilíbrio trabalho-vida.

Este inquérito abrangeu uma amostra representativa de 1.004 empregadores e 18.805 trabalhadores.

 

Registamos as principais conclusões deste INCT no segmento dirigido aos empregadores:

 

Riscos profissionais

- Quando questionados sobre a existência de fatores de risco associados ao desempenho da sua atividade, 42,1% dos inquiridos identificaram pelo menos um fator de risco. A "agricultura" e a "pecuária, caça, silvicultura e pesca" foram os dois setores onde os fatores de risco foram mais mencionados (61,9% e 60%, respetivamente).

- Entre a lista de diferentes fatores de risco, as perturbações músculo-esqueléticas relacionadas com a postura, esforço e movimento, foram o fator de risco mais predominante identificado pelos inquiridos (36,4%), seguidos por fatores psicológicos e emocionais (20,7%).

 

Prevenção e controlo dos riscos profissionais

- Os serviços de Saúde e Segurança no Trabalho não foram organizados em quase um quinto das empresas (19,9% em caso de segurança no trabalho e 16% no caso de saúde no trabalho).

- A contratação de serviços externos foi a forma mais comum de gestão da SST: 67,9% das empresas fizeram-no por serviços de segurança e 68,3% para a saúde.

- Cerca de 86,7% das empresas com até nove colaboradores disseram que não havia ninguém incumbido da OSH na sua empresa. A existência de um trabalhador designado responsável pela OSH, ou pelo empregador que assuma este papel, é um requisito legal para as microempresas.

Além disso, menos de 9% (8,8%) dos empregadores disseram que a empresa tinha um representante dos trabalhadores para a SST.

Avaliações de risco e equipamento de proteção

Cerca de um terço das entidades patronais realizaram uma avaliação de risco nos dois anos anteriores e, na sequência disso, cerca de 80% dos empregadores reportaram ter tomado medidas.

Mais de 10% dos empregadores disseram não ter tomado quaisquer medidas, mas estavam a ponderar fazê-lo.

No que diz respeito aos equipamentos de proteção coletiva (como máquinas de cobertura ou ventilação local), os resultados foram os seguintes:

  • 36% dos empregadores não tinham qualquer equipamento de proteção coletiva;
  • 16% relataram ter alguns equipamentos;
  • apenas 29% tinham equipamento de proteção coletiva completo;
  • 19% afirmaram que este tipo de equipamento não era necessário.

Formação

Cerca de metade dos empregadores (51%) informou ter ministrado formação em saúde e segurança no trabalho nos dois anos anteriores.

Os primeiros socorros (39,1%), a segurança contra incêndios (39%) e os sinais de segurança (37,4%) foram as zonas mais abrangidas. O sector manufatureiro foi, em primeiro lugar, a promoção da formação nestas três áreas. Os tópicos que foram menos abordados foram:

  • riscos biológicos (4,3%);
  • utilização de produtos químicos (5,7%);
  • empregos com riscos (6,9%).

Mais de 6 em cada 10 empregadores (61,1%) desenvolveram ou desenvolveram pelo menos uma atividade relacionada com a prevenção de riscos e acidentes de trabalho.

No entanto, 88,3% das empresas disseram nunca ter feito qualquer programa/atividades de promoção da saúde e 81,5% admitiram nunca ter acompanhado as condições de trabalho dos trabalhadores em situações mais vulneráveis.


Acidentes no trabalho e doenças profissionais

Cerca de 11% dos empregadores registaram um acidente de trabalho nos dois anos anteriores.

Cerca de 85,6% dos acidentes registados envolveram baixa médica e hospitalização.

Distrações, descuido, falta de atenção (55,5%), seguidas de posturas incorretas, esforços e/ou movimentos extremos durante a tarefa (26,4%) e alta velocidade de trabalho (18,2%) foram identificadas como as principais causas de acidentes de trabalho.

 

Avaliação da legislação recente sobre a promoção da SST no trabalho

O cumprimento da legislação foi a principal motivação para os empregadores desenvolverem medidas para promover a melhoria da SST (47,6%).

A segunda razão foi evitar multas e outras sanções (22,5%).

A necessidade de promover um ambiente de trabalho seguro e saudável surgiu apenas em terceiro lugar como razão (17,3%) para os empregadores realizarem este tipo de medidas.

 


Fonte: INQUÉRITO ÀS CONDIÇÕES DE TRABALHO EM PORTUGAL CONTINENTAL | ENTIDADES EMPREGADORAS

 

 

 

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