imagem com DR
Contacte o seu serviço de saúde e de segurança no trabalho, e
discuta o seu plano com eles.
Preste especial atenção aos trabalhadores que se encontram em
risco elevado e esteja preparado para proteger os mais vulneráveis, incluindo
as pessoas mais velhas e os trabalhadores com patologias crónicas (incluindo
hipertensão, problemas pulmonares ou cardíacos, diabetes ou que foram
submetidos a tratamento para o cancro ou a qualquer outra imunossupressão)e
trabalhadoras grávidas. Preste também atenção aos trabalhadores com familiares
próximos que se encontram em risco elevado.
Pondere a possibilidade de criar apoio para os trabalhadores que
possam estar a sofrer de ansiedade ou de stresse. Este apoio pode passar pelos
superiores hierárquicos perguntarem aos seus trabalhadores com mais frequência
como se sentem, favorecer intercâmbios ou companheirismo entre colegas, alterações
na organização do trabalho e das tarefas, por um programa de assistência aos
trabalhadores ou um serviço de coaching, bem como pela oferta do contacto com
um serviço de saúde no trabalho. Esteja ciente de que os trabalhadores podem
ter sofrido acontecimentos traumáticos, como a doença grave ou a morte de um
familiar ou de um amigo, ou estar a enfrentar dificuldades financeiras ou
problemas nas suas relações pessoais.
Os trabalhadores que regressam ao local de trabalho após um período de isolamento (quer como medida individual, quer como parte de um isolamento coletivo), provavelmente terão preocupações, em especial, com o risco de infeção. Estas preocupações – especialmente se tiverem ocorrido alterações no trabalho – podem muito bem resultar em stresse e em problemas de saúde mental.
Quando estão em vigor medidas de distanciamento físico, a
probabilidade de estes problemas ocorrerem não só é maior, como não estão
disponíveis os mecanismos de resposta habituais, como o espaço pessoal ou a
partilha de problemas com outros (ver Regressar ao trabalho após baixa por
doença devido a problemas de saúde mental). Forneça aos trabalhadores
informações sobre fontes de apoio e aconselhamento publicamente disponíveis.
Saúde mental Europa tem informações sobre como cuidar da sua saúde mental e
lidar com a ameaça da COVID-19.
Os trabalhadores podem estar preocupados com o aumento da
probabilidade de infeção no local de trabalho e podem não querer voltar. É
importante compreender as suas preocupações, fornecer informações sobre as
medidas tomadas e o apoio de que dispõem.
Lidar com uma taxa elevada de ausência
Dependendo das taxas de infeção na sua área local e dos protocolos
em vigor, muitos dos seus trabalhadores podem estar ausentes devido à COVID-19.
Se, por precaução, um trabalhador se encontrar em isolamento em casa, poderá
continuar o seu trabalho à distância (ver abaixo) ou, se tal não for o caso, o
trabalhador não poderá trabalhar durante um período.
Os trabalhadores que se confirme estarem infetados pela COVID-19
poderão estar ausentes e incapazes de trabalhar por um período
significativamente mais longo e aqueles que adoeçam gravemente poderão
necessitar de um período de reabilitação subsequente após terem curado a
infeção. Além disso, alguns trabalhadores podem estar ausentes porque têm de
cuidar de um parente.
A ausência de um número substancial de trabalhadores, ainda que temporária, pode causar uma pressão sobre a continuação das atividades. Embora os trabalhadores disponíveis devam ser flexíveis, é importante que não se encontrem numa situação que coloque em perigo a sua saúde ou segurança. Mantenha qualquer carga de trabalho adicional tão baixa quanto possível e certifique-se de que não dura muito tempo.
Os
superiores hierárquicos diretos dos trabalhadores desempenham um papel
importante no acompanhamento da situação e em garantir que os trabalhadores não
ficam sobrecarregados. Respeite as regras e os acordos relativos ao horário de
trabalho e aos períodos de repouso e permita aos trabalhadores o direito de se
desligarem quando estiverem fora do trabalho.
Ao adaptar o trabalho a uma mão de obra reduzida, por ex., através da implementação de novos métodos e procedimentos e da mudança de funções e responsabilidades, verifique se os trabalhadores necessitam de formação e apoio adicionais e certifique-se de que todos os trabalhadores têm competências para desempenhar a tarefa que lhes é exigida.
Forneça formação interdisciplinar aos trabalhadores para
desempenharem funções essenciais de modo a que o local de trabalho possa
funcionar, mesmo na ausência dos trabalhadores-chave.
Se depender de trabalhadores temporários, é importante informá-los
sobre os riscos no local de trabalho e dar-lhes formação, se necessário.
Gerir os trabalhadores que trabalham a partir de casa
No âmbito das medidas de distanciamento físico adotadas na maioria
dos Estados-Membros, os trabalhadores são incentivados ou obrigados a trabalhar
a partir de casa se a natureza do seu trabalho o permitir. Para muitos destes
trabalhadores, pode ser a primeira vez que trabalham como «teletrabalhadores» e
o seu ambiente de trabalho é provavelmente deficiente em muitos aspetos, em
comparação com o seu local de trabalho. O grau de adaptação do ambiente doméstico
varia em função da situação do trabalhador e do tempo e dos recursos
disponíveis para as adaptações.
Está disponível aconselhamento sobre a segurança e a saúde durante
o trabalho em casa aqui, mas dirige-se em grande medida àqueles que trabalham
em teletrabalho regular ou a longo prazo. Abaixo encontram-se algumas sugestões
para minimizar os riscos para os trabalhadores que não conseguiram preparar
adequadamente o seu local de trabalho doméstico.
Proceda a uma avaliação dos riscos envolvendo os trabalhadores que
fazem teletrabalho e os seus representantes.
Permita que os trabalhadores levem para casa os equipamentos que
utilizam no local de trabalho a título temporário (caso não o possam ir buscar,
considere a possibilidade de organizar a sua entrega). Pode incluir itens como
computadores, monitores, teclados, ratos, impressoras, cadeiras, apoios de pé
ou lâmpadas. Mantenha um registo dos itens atribuídos a cada trabalhador para
evitar confusões quando o trabalho normal for retomado.
Forneça aos teletrabalhadores orientações sobre a criação de uma
estação de trabalho em casa que aplique boa ergonomia, como uma postura correta
e movimentos frequentes, tanto quanto possível.
Incentive os trabalhadores a fazerem pausas regulares (a cada 30
minutos) para se levantarem, movimentarem e esticarem.
Dê apoio aos teletrabalhadores na utilização de equipamento e
software informático. As ferramentas de teleconferência e videoconferência
podem tornar-se essenciais para o trabalho, mas podem ser problemáticas para os
trabalhadores que não estão habituados a utilizá-las.
Garanta uma boa comunicação a todos os níveis que inclua as
pessoas que trabalham em casa. Isto vai desde a informação estratégica
fornecida pela gestão de alto nível até às funções dos superiores hierárquicos
diretos dos trabalhadores, sem esquecer a importância da interação social de
rotina entre os colegas. Enquanto a primeira pode ser abordada em reuniões em
linha programadas, a última pode ser incentivada através de conversas em linha
ou de reuniões em «cafés virtuais».
Não subestime o risco de os trabalhadores se sentirem isolados e
sob pressão, o que, na ausência de apoio, pode resultar em problemas de saúde
mental. A comunicação e o apoio eficazes pelos superiores hierárquicos e pelos
colegas, bem como a capacidade de manter o contacto informal com os colegas é
importante. Considere a possibilidade de realizar reuniões regulares de pessoal
ou de equipa em linha ou de alternar os trabalhadores que possam estar
presentes no local de trabalho, se tiver sido iniciado um regresso gradual ao
trabalho.
Esteja ciente de que o seu trabalhador pode ter um parceiro que
também está a trabalhar em teletrabalho ou crianças que possam necessitar de
cuidados, uma vez que não estão na escola, ou que precisam de estabelecer uma
ligação remota para continuar o seu trabalho escolar. Outros poderão necessitar
de prestar cuidados a idosos ou a doentes crónicos e a pessoas que se encontram
em confinamento. Nestas circunstâncias, os superiores hierárquicos terão de ser
flexíveis em termos de horas de trabalho e de produtividade do seu quadro de
pessoal e terão de sensibilizar os trabalhadores da sua compreensão e
flexibilidade.
Ajude os trabalhadores a estabelecer limites saudáveis entre o
trabalho e o tempo livre, comunicando claramente quando se espera que estejam a
trabalhar e disponíveis.
Envolver os trabalhadores
A participação dos trabalhadores e dos seus representantes na
gestão da SST é fundamental para o sucesso e uma obrigação legal. Isto
aplica-se igualmente às medidas tomadas nos locais de trabalho em relação à
COVID-19, altura em que os acontecimentos se desenvolvem rapidamente, com um
elevado nível de incerteza e de ansiedade entre os trabalhadores e a população
em geral.
É importante que consulte atempadamente os seus trabalhadores e/ou
os respetivos representantes, bem como os representantes da saúde e da
segurança sobre as alterações planeadas e a forma como os procedimentos
temporários irão funcionar na prática. Associar-se aos seus trabalhadores na
avaliação dos riscos e no desenvolvimento de respostas é uma parte importante
das boas práticas em matéria de saúde e segurança no local de trabalho. Os
representantes da saúde e da segurança e os comités de saúde e de segurança
estão numa posição única para ajudar a conceber medidas preventivas e garantir
o sucesso da sua execução.
Considere também como garantir que todos os trabalhadores e
prestadores de serviços têm acesso às mesmas informações.
Cuidar dos trabalhadores doentes
Segundo a Organização Mundial de Saúde, os sintomas mais
frequentes da COVID-19 são febre, cansaço e tosse seca. Algumas pessoas ficam
infetadas, mas não desenvolvem quaisquer sintomas e não se sentem mal. A
maioria das pessoas (cerca de 80%) recupera da doença sem necessidade de tratamento
especial. Uma pequena proporção das pessoas que contraem COVID-19 ficam
gravemente doentes e desenvolvem dificuldades respiratórias. As pessoas mais
velhas e os doentes com patologias clínicas subjacentes, tais como tensão
arterial elevada, problemas cardíacos ou diabetes, têm uma maior probabilidade
de desenvolver uma doença grave.
As pessoas que ficaram gravemente doentes podem necessitar de
atenção especial mesmo depois de terem sido declaradas aptas para trabalhar.
Existem algumas indicações de que os doentes com coronavírus podem sofrer uma
redução da capacidade pulmonar após um episódio da doença. Os trabalhadores
nessa situação podem necessitar de adaptar o seu trabalho e podem necessitar de
ausentar-se para se submeterem a fisioterapia. Os trabalhadores que tiveram de
passar algum tempo nos cuidados intensivos (CI) podem enfrentar desafios
específicos. O médico do trabalhador e o serviço de saúde no trabalho, se
disponível, devem aconselhar a forma e o momento do seu regresso ao trabalho:
Fraqueza muscular. Isto torna-se mais grave quanto mais tempo o
doente estiver nos CI. A redução da capacidade muscular também se manifesta,
por exemplo, em queixas respiratórias. Outro fenómeno comum, mas menos
frequentemente reconhecido, é a síndrome pós-internamento em cuidados
intensivos (SPICS). Isto acontece em cerca de 30 a 50% das pessoas admitidas
nos CI e é comparável a uma perturbação de stresse pós-traumático.
Problemas de memória e concentração. Muitas vezes, estas queixas
só se desenvolvem com o tempo. Depois de alguém começar a trabalhar, isto nem
sempre é reconhecido. Os sintomas visíveis no trabalho são problemas de memória
e concentração, dificuldade em desempenhar as tarefas de forma satisfatória e
capacidades de resolução de problemas mais fracas. Por este motivo, é
importante estar atento a esta situação se tiver conhecimento de que alguém
esteve nos CI. Uma boa orientação é muito importante, pois é difícil para
alguns trabalhadores voltar ao seu nível de desempenho anterior.
Muito tempo para retomar o trabalho. Os dados mostram que um
quarto a um terço das pessoas que estão nos CI podem desenvolver problemas,
independentemente da sua idade. Aproximadamente metade dos doentes necessitam
de um ano para retomar o trabalho e até um terço poderá nunca regressar.
Os médicos da medicina do trabalho e os serviços de saúde estão
numa melhor posição para prestar aconselhamento sobre como cuidar dos
trabalhadores que estiveram doentes e sobre quaisquer adaptações que possa ser
necessário efetuar no seu trabalho. Se não dispõe de um serviço de saúde no
trabalho, é importante abordar estas questões com sensibilidade e respeitar a
privacidade e a confidencialidade dos trabalhadores.
Esteja ciente do risco de os trabalhadores que estiveram doentes
com COVID-19 poderem sofrer estigma e discriminação.
Planear e aprender para o futuro
Apesar de a vacinação contra a COVID-19 poder vir, no futuro, a
terminar a pandemia, é importante elaborar ou atualizar planos de contingência
de crise para eventos futuros de encerramento e arranque, conforme descrito em
COVID-19: orientações para os locais de trabalho Mesmo as pequenas empresas
podem fazer uma lista de verificação que as ajudará a prepararem-se caso tais
situações ocorram no futuro.
As empresas que utilizaram o teletrabalho pela primeira vez podem
considerar a sua adoção como uma prática de trabalho moderna e a longo prazo. A
experiência adquirida durante a pandemia da COVID-19 pode contribuir para o
desenvolvimento de uma política e procedimentos de teletrabalho ou para a revisão
dos existentes.
Manter-se bem informado
A quantidade de informações relacionadas com a COVID-19 pode ser
esmagadora e pode ser difícil diferenciar a informação fiável e exata da
informação vaga e enganadora. Verifique sempre se a fonte original das informações
é uma entidade de referência ou qualificada. As fontes oficiais de informação
sobre a COVID-19 incluem:
Organização Mundial de Saúde
Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças
Comissão Europeia
Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho
À medida que a crise pandémica abrandar, graças à vacinação e
começar a haver um relaxamento das contramedidas, podem ser emitidas
informações específicas para setores, comunidades ou grupos específicos, que
podem ser atualizadas com frequência. No seu país, os ministérios da saúde e do
trabalho terão informações relevantes e poderão fornecer ligações para fontes
mais especializadas.
Setores e profissões
As pessoas com empregos que as colocam em contacto físico com
outras correm o maior risco de contrair a COVID-19. Para além dos trabalhadores
do setor da saúde, dos cuidados em residências ou lares e domiciliários, os
trabalhadores essenciais em maior risco incluem, por ex., aqueles envolvidos no
abastecimento alimentar e no retalho, na recolha de resíduos, nos serviços
públicos essenciais, na polícia e na segurança, e nos transportes públicos.
Da mesma forma que alguns países restringiram o trabalho em alguns
setores antes de outros – geralmente suspendendo primeiro a educação, o lazer e
o entretenimento, e a indústria e a construção em último – o regresso ao
trabalho após o relaxamento das medidas pode ser igualmente escalonado, mas em
ordem inversa. Estão disponíveis orientações específicas do setor relacionadas
com a COVID-19 de vários países e é apresentada uma seleção abaixo. Consulte os
sítios na Internet da EU-OSHA e da sua autoridade ou instituto nacional de SST
para mais exemplos.
0 comentários:
Enviar um comentário