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quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Doenças e acidentes de trabalho causam cerca de dois milhões de mortes por ano

 


A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) apresentaram as primeiras estimativas conjuntas sobre as mortes prematuras evitáveis devido à exposição a riscos profissionais prejudiciais para a saúde.

 

Ainda antes da realização do XXII Congresso Mundial sobre Segurança e Saúde no Trabalho (20 a 23 de setembro), foi publicado o relatório da OMS/OIT "Estimativas conjuntas da OMS e da OIT sobre o ônus de doenças e lesões relacionadas ao trabalho, 2000-2016" que destaca a morte de 1,9 milhões de pessoas devido a doenças e acidentes relacionados com trabalho.

 

A maioria das mortes relacionadas com o trabalho (81%) foram provocadas por doenças respiratórias e cardiovasculares como as doenças pulmonares obstrutivas crónicas (450.000 mortes), AVC (400.000) e doenças cardíacas isquémicas (350.000). Por outro lado, 19% das mortes (360.000) foram causadas por acidentes de trabalho.

 

O estudo analisa ainda 19 fatores de risco profissional, incluindo exposição a longas horas de trabalho e exposição no local de trabalho à poluição do ar, agentes alergénicos, carcinogénicos, fatores de risco relacionados com o ambiente ergonómico, e ao ruído. A exposição a longas horas de trabalho foi o principal fator de risco, associado a aproximadamente 750.000 mortes. A exposição à poluição do ar (partículas, gases e fumos) no ambiente de trabalho foi responsável por 450.000 mortes.

 

Segundo o relatório, as doenças e os acidentes de trabalho sobrecarregam os sistemas de saúde, reduzem a produtividade e podem ter um impacto catastrófico nos rendimentos das famílias.

 

A nível mundial, o número de mortes relacionadas com o trabalho per capita diminuiu 14% entre 2000 e 2016, o que pode ser explicado por melhorias na saúde e segurança no local de trabalho. Contudo, as mortes por doença cardíaca e AVC associadas à exposição a longas horas de trabalho aumentaram 41% e 19%, respetivamente. Estes valores indicam uma tendência crescente deste fator de risco psicossocial relativamente nova.

 

Este primeiro relatório permitirá aos decisores políticos monitorizarem as causas de deterioração da saúde no trabalho à escala nacional, regional e global. Desta forma, será possível uma definição, planeamento, cálculo de custos, implementação e avaliação mais apropriados para melhorar a saúde da população trabalhadora e a equidade sanitária.

 

De forma a apoiar a ação dos governos, neste relatório é ainda apresentado um conjunto de ações preventivas para minimizar os fatores de risco, bem como ações suplementares para assegurar locais de trabalho mais saudáveis, seguros, resilientes e socialmente mais justos.

 

Consulte aqui o relatório.


Fonte: Conteúdo retirado do site da ACT



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