A
Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Internacional do Trabalho
(OIT) apresentaram as primeiras estimativas conjuntas sobre as mortes
prematuras evitáveis devido à exposição a riscos profissionais prejudiciais
para a saúde.
Ainda
antes da realização do XXII Congresso Mundial sobre Segurança e Saúde no
Trabalho (20 a 23 de setembro), foi publicado o relatório da OMS/OIT
"Estimativas conjuntas da OMS e da OIT sobre o ônus de doenças e lesões
relacionadas ao trabalho, 2000-2016" que destaca a morte de 1,9 milhões de
pessoas devido a doenças e acidentes relacionados com trabalho.
A
maioria das mortes relacionadas com o trabalho (81%) foram provocadas por
doenças respiratórias e cardiovasculares como as doenças pulmonares obstrutivas
crónicas (450.000 mortes), AVC (400.000) e doenças cardíacas isquémicas
(350.000). Por outro lado, 19% das mortes (360.000) foram causadas por
acidentes de trabalho.
O
estudo analisa ainda 19 fatores de risco profissional, incluindo exposição a
longas horas de trabalho e exposição no local de trabalho à poluição do ar,
agentes alergénicos, carcinogénicos, fatores de risco relacionados com o
ambiente ergonómico, e ao ruído. A exposição a longas horas de trabalho foi o
principal fator de risco, associado a aproximadamente 750.000 mortes. A
exposição à poluição do ar (partículas, gases e fumos) no ambiente de trabalho
foi responsável por 450.000 mortes.
Segundo
o relatório, as doenças e os acidentes de trabalho sobrecarregam os sistemas de
saúde, reduzem a produtividade e podem ter um impacto catastrófico nos
rendimentos das famílias.
A
nível mundial, o número de mortes relacionadas com o trabalho per capita
diminuiu 14% entre 2000 e 2016, o que pode ser explicado por melhorias na saúde
e segurança no local de trabalho. Contudo, as mortes por doença cardíaca e AVC
associadas à exposição a longas horas de trabalho aumentaram 41% e 19%,
respetivamente. Estes valores indicam uma tendência crescente deste fator de
risco psicossocial relativamente nova.
Este
primeiro relatório permitirá aos decisores políticos monitorizarem as causas de
deterioração da saúde no trabalho à escala nacional, regional e global. Desta
forma, será possível uma definição, planeamento, cálculo de custos,
implementação e avaliação mais apropriados para melhorar a saúde da população
trabalhadora e a equidade sanitária.
De
forma a apoiar a ação dos governos, neste relatório é ainda apresentado um
conjunto de ações preventivas para minimizar os fatores de risco, bem como
ações suplementares para assegurar locais de trabalho mais saudáveis, seguros,
resilientes e socialmente mais justos.
Fonte: Conteúdo retirado do site da ACT
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