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segunda-feira, 11 de abril de 2022

Alerta Digital - Trabalhadores migrantes: dados sobre a exposição a riscos profissionais

 

 


Estatisticamente, os trabalhadores migrantes têm menos probabilidade de possuir qualificações profissionais, o que os torna mais propensos a trabalhar em setores e empregos que exigem predominantemente trabalho mais manual. Como um grupo, os trabalhadores migrantes são mais propensos a trabalhar em empregos '3D' - sujos, perigosos ou exigentes - ou uma combinação de todos os três.

Recentemente a UE-OSHA publicou os resultados de uma intensiva investigação sobre a diversidade no local de trabalho, tendo os trabalhadores migrantes sido objeto de estudo, nomeadamente no que se refere à exposição de fatores de risco psicossocial e organizacional. As principais conclusões desta investigação são:

 Os trabalhadores migrantes estão sujeitos frequentemente a condições de trabalho difíceis porque não têm outra opção.

 Os trabalhadores migrantes estão frequentemente menos familiarizados com a regulamentação nacional que regulamenta as condições de trabalho, por vezes devido a barreiras linguísticas.

 Os trabalhadores migrantes com um conhecimento limitado da língua local são menos capazes de comunicar e/ou compreender instruções e processos de trabalho relacionados com a SST, e podem ter dificuldade em participar em atividades de formação em matéria de SST ou em compreender plenamente os seus direitos laborais.

 Os trabalhadores migrantes são afetados negativamente pelo acesso limitado a alguns serviços públicos ou privados específicos, como o alojamento adequado ou os serviços de saúde, o que afeta tanto a sua situação geral em matéria de SST, como a sua capacidade de trabalho.

 Os trabalhadores migrantes manifestam um sentimento de isolamento em consequência da falta de redes de apoio social e familiar, o que pode resultar em más condições de saúde mental e outros problemas de saúde.

 O facto de muitos trabalhadores migrantes ocuparem uma posição inferior na hierarquia das empresas, combinado com uma maior incidência de trabalho precário e qualificações e competências mais baixas, pode explicar por que razão alguns empregadores atribuem menos importância às medidas de saúde e segurança destinadas a este grupo do que àquelas que visam trabalhadores em cargos críticos ou de maior responsabilidade.

 

Alguns dados do 6.º Inquérito Europeu sobre as Condições de Trabalho de 2015 - IECT 2015 - evidenciam que:

 

- 40% dos trabalhadores migrantes passam pelo menos um quarto do seu tempo a mover cargas pesadas, em comparação com 31% dos trabalhadores nascidos no país onde trabalham;

-  51% passam pelo menos um quarto do seu tempo em posições cansativas ou dolorosas, em comparação com 43% dos restantes trabalhadores;

- 30 % dos trabalhadores migrantes experimentam stresse no trabalho sempre ou na maior parte do tempo;

- 45 % dos migrantes e 43 % dos trabalhadores nascidos no país onde trabalham reportaram a dor nas costas como a sua principal desordem musculoesquelética, enquanto as dores musculares nos membros inferiores foram reportadas em 30 % e 29 %, respetivamente.

- 17 % dos trabalhadores migrantes reportaram ter sido discriminados no trabalho, valor que desce para 6 % quando se trata de trabalhadores nascidos no país onde trabalham.

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