Estatisticamente, os trabalhadores
migrantes têm menos probabilidade de possuir qualificações profissionais, o que
os torna mais propensos a trabalhar em setores e empregos que exigem
predominantemente trabalho mais manual. Como um grupo, os trabalhadores
migrantes são mais propensos a trabalhar em empregos '3D' - sujos, perigosos ou
exigentes - ou uma combinação de todos os três.
Recentemente a UE-OSHA publicou os
resultados de uma intensiva investigação sobre a diversidade no local de
trabalho, tendo os trabalhadores migrantes sido objeto de estudo, nomeadamente
no que se refere à exposição de fatores de risco psicossocial e organizacional.
As principais conclusões desta investigação são:
Os trabalhadores migrantes estão
sujeitos frequentemente a condições de trabalho difíceis porque não têm outra
opção.
Os trabalhadores migrantes estão
frequentemente menos familiarizados com a regulamentação nacional que regulamenta
as condições de trabalho, por vezes devido a barreiras linguísticas.
Os trabalhadores migrantes com um
conhecimento limitado da língua local são menos capazes de comunicar e/ou
compreender instruções e processos de trabalho relacionados com a SST, e podem
ter dificuldade em participar em atividades de formação em matéria de SST ou em
compreender plenamente os seus direitos laborais.
Os trabalhadores migrantes são afetados
negativamente pelo acesso limitado a alguns serviços públicos ou privados
específicos, como o alojamento adequado ou os serviços de saúde, o que afeta tanto
a sua situação geral em matéria de SST, como a sua capacidade de trabalho.
Os trabalhadores migrantes manifestam
um sentimento de isolamento em consequência da falta de redes de apoio social e
familiar, o que pode resultar em más condições de saúde mental e outros
problemas de saúde.
O facto de muitos trabalhadores
migrantes ocuparem uma posição inferior na hierarquia das empresas, combinado
com uma maior incidência de trabalho precário e qualificações e competências
mais baixas, pode explicar por que razão alguns empregadores atribuem menos
importância às medidas de saúde e segurança destinadas a este grupo do que
àquelas que visam trabalhadores em cargos críticos ou de maior
responsabilidade.
Alguns dados do 6.º Inquérito Europeu
sobre as Condições de Trabalho de 2015 - IECT 2015 - evidenciam que:
- 40% dos trabalhadores migrantes passam
pelo menos um quarto do seu tempo a mover cargas pesadas, em comparação com 31%
dos trabalhadores nascidos no país onde trabalham;
-
51% passam pelo menos um quarto do seu tempo em posições cansativas ou
dolorosas, em comparação com 43% dos restantes trabalhadores;
- 30 % dos trabalhadores migrantes
experimentam stresse no trabalho sempre ou na maior parte do tempo;
- 45 % dos migrantes e 43 % dos
trabalhadores nascidos no país onde trabalham reportaram a dor nas costas como
a sua principal desordem musculoesquelética, enquanto as dores musculares nos
membros inferiores foram reportadas em 30 % e 29 %, respetivamente.
- 17 % dos trabalhadores migrantes
reportaram ter sido discriminados no trabalho, valor que desce para 6 % quando
se trata de trabalhadores nascidos no país onde trabalham.
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