Alguns
Números sobre Doenças relacionadas com o Trabalho
De acordo com um inquérito sobre
acidentes de trabalho e problemas de saúde relacionados com o trabalho,
conduzido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2020 (terceira
edição já realizado em 2007 e 2013), as doenças profissionais mais graves
apontadas pelos trabalhadores incluíam problemas ósseos, articulares e
musculares.
Todavia, 54% dos inquiridos também
indicaram a exposição a fatores de risco para a saúde mental.
Perto de meio milhão de pessoas dos 15
aos 74 anos (482,5 milhares) referiram ter tido algum problema de saúde causado
ou agravado pelo trabalho, representando 6,9% da população empregada no momento
da entrevista ou alguma vez empregada, menos 56,7 milhares de pessoas que em
2013.
Os problemas de saúde continuam a
afetar principalmente, e de forma crescente, as mulheres: 7,8%, em comparação
com 5,9% no caso dos homens, e agravamento da diferença entre sexos, de 1,5
p.p. em 2013para 1,9 p.p. em 2020.
A existência de problemas é mais
frequente a partir dos 55 anos de idade: 10,7% das pessoas dos 55 aos 64 anos e
9,4% das que tinham 65 ou mais anos.
Os problemas de saúde foram também
mais referidos pelas pessoas que à data do inquérito estavam reformadas ou
noutros tipos de inatividade, respetivamente 9,8% e 9,5%, em contraste com 5,9%
no caso dos que estavam empregados.
Os resultados do inquérito indicam
ainda que os problemas de saúde relacionados com o trabalho afetavam
principalmente os residentes na região do Alentejo (7,6%) e relativamente menos
os residentes nas regiões autónomas dos Açores (5,0%) e da Madeira (5,4%).
No conjunto dos problemas relacionados
com o trabalho, os problemas ósseos, articulares ou musculares no seu conjunto
(os que afetam principalmente as costas, o pescoço, os ombros, os braços, as
mãos, as ancas, as pernas e os pés) foram identificados em 2020 como sendo os mais
graves por 59,9% da população com pelo menos um problema, mais6,0 p.p. que em
2013.
Neste conjunto salientam-se os
problemas ósseos, articulares ou musculares que afetam principalmente as
costas, referidos como o problema mais grave em 2020 por 25,4% da população em
análise, mais frequentemente pelos homens (31,2%) que pelas mulheres (21,4%).
Os problemas musculosqueléticos do
pescoço, ombros, braços e mãos afetavam 19,5% da população, mais frequentes no
caso das mulheres (23,7%) que no dos homens (13,3%).
Tomando como referência o problema de
saúde mais grave, aumentou substancialmente a percentagem da população que
referiu que este limitava consideravelmente a capacidade de realizar atividades
diárias normais (de 49,4% em 2013 para 55,3% em 2020).
Contudo, em 39,2% dos casos a ausência
ao trabalho das pessoas afetadas foi inferior a um dia, o que representa um
aumento de 8,4 p.p. em relação a 2013.
Por atividade económica, foram as
pessoas que trabalham ou trabalharam na agricultura, produção animal, caça,
floresta e pesca (secção A) e nas atividades de educação, de saúde humana e
apoio social, artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas, outras
atividades de serviços, atividades das famílias empregadoras de pessoal
doméstico e para uso próprio, e atividades dos organismos internacionais e
outras instituições extraterritoriais (Seções P a U) as que registaram
problemas em proporções (8,6% e 8,0%, respetivamente) superiores à média nacional(6,9%).
A maior frequência dos problemas de
saúde relacionados com o trabalho foi reportada pelo grupo profissional
agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura, da pesca e da
floresta (10,1%).
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