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A exposição a riscos psicossociais
relacionados com o trabalho conduz a desigualdades na saúde evitáveis e que são
dispendiosas para os trabalhadores, para as suas famílias, empregadores e
para a sociedade em geral.
Um painel da peritos discutiu os
riscos psicossociais relacionados com o trabalho na conferência
"Projeto para a Igualdade" da ETUI-ETUC, concluindo que muitos dos riscos são
evitáveis e que deve ser encetado maior esforço na sua prevenção.
Existem custos humanos inerentes a estes riscos, como as doenças de longa
duração e a necessidade de prestação de cuidados informais, bem como de custos
económicos.
O custo económico total de apenas uma
doença – a doença cardíaca coronária– atribuível a quatro exposições de riscos
psicossociais no trabalho, na UE28, num ano é muito elevado, estimado em cerca
de 11,4 mil milhões de euros.
Os anos de Vida Perdida devido às
mortes prematuras dos trabalhadores representam a maior parte dos custos
económicos totais das doenças cardíacas que são atribuíveis aos riscos
psicossociais (76%).
Trata-se de uma nova descoberta
importante no contexto do Quadro Estratégico da UE para a Saúde e
Segurança no Trabalho 2021-2027, que promove uma
abordagem "zero visão" para as mortes relacionadas com o trabalho na
UE e visa
mobilizar todos os intervenientes relevantes da UE e internacionais para
eliminar as mortes, acidentes e doenças relacionadas com o trabalho.
Embora os riscos psicossociais sejam
uma categoria de risco bem identificada, as mudanças no ambiente de trabalho
dão origem a novas formas de desigualdades sociais relacionadas com o trabalho
precário, novas formas de emprego como na economia gig, e múltiplas explorações
de emprego.
Alguns grupos de trabalhadores, tais
como as mulheres e os trabalhadores com baixos salários e os trabalhadores
precários são mais frequentemente expostos aos riscos psicossociais e sofrem
consequências imediatas ou cumulativas para a saúde.
Os países da Europa Oriental registam
uma maior ocorrência de doenças e custos devido aos riscos psicossociais do que
o ocidente, e os jovens trabalhadores necessitam, em particular, de aceder aos
serviços de segurança e saúde no trabalho (SST).
Neste contexto, o painel salientou que
a situação exige uma ação a diferentes níveis: a nível macro, deve haver uma
mudança de prioridades do crescimento económico e do PIB para uma ênfase nos
impactos na saúde e no bem-estar como resultado fundamental das políticas
económicas.
A nível do local de trabalho, a
responsabilidade pela prevenção dos riscos não deve ser imposta aos
trabalhadores individuais, mas devem ser desenvolvidas medidas de prevenção
coletiva que abordam o ambiente de trabalho.
O papel dos sindicatos na garantia do
desenvolvimento de medidas de proteção adequadas foi identificado como crucial
a ambos os níveis.
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