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sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Alerta digital: SST dos trabalhadores e trabalhadoras LGBTI



SABIA QUE? 





As condições de trabalho e a Segurança e Saúde no Trabalho (SST) dos trabalhadores e trabalhadoras LGBTI ainda não são suficientemente investigadas, possivelmente porque a situação das pessoas LGBTI no trabalho apenas recentemente se tornou objeto de investigação social.

A exposição contínua dos trabalhadores e trabalhadoras LGBTI à discriminação, ao assédio, à violência e a outros riscos psicossociais, no local de trabalho, leva-os a recorrer a várias estratégias para reduzir ou gerir o risco de vitimização, incluindo a ocultação (parcial ou total) da sua identidade para assim minimizarem a sua visibilidade. Isto contribui para manter as pessoas LGBTI como um grupo oculto e de difícil acesso que não é fácil de analisar.

A discriminação e outras experiências negativas das pessoas LGBTI, no local de trabalho, que resultam em riscos acrescidos para a SST e em impactos negativos na saúde mental e física dos trabalhadores e trabalhadoras LGBTI, têm que ser encarados como uma preocupação a ser urgentemente abordada.

Tal necessidade deve-se à constatação de padrões sistemáticos de exclusão e discriminação, à exposição desproporcionada a um conjunto de riscos psicossociais no local de trabalho e à segregação profissional em determinados setores ou empregos específicos.

Um projeto recente da UE-OSHA (reuniu dados de diversos estudos) que visa contribuir para colmatar a lacuna existente na investigação sobre as condições de trabalho/SST dos trabalhadores LGBTI permite-nos retirar importantes conclusões, nomeadamente:

- Os trabalhadores LGBTI têm 7% menos probabilidade de serem empregados do que os trabalhadores não LGBTI;

- Mais de metade de todos os inquiridos LGBT e 7 em cada 10 inquiridos transgénero mencionaram que a sua experiência de assédio ou discriminação no local de trabalho teve um efeito negativo na sua saúde mental;

- Os indivíduos LGBT são 2 a 3 vezes mais propensos do que a população em geral a mencionar problemas psicológicos ou emocionais a longo prazo, com a prevalência de tentativas de suicídio, pensamentos suicidas, depressão e perturbações de ansiedade;

- 1 em cada 7 inquiridos LGBTI (15%) considera a sua saúde geral má ou muito má;

- A taxa é mais elevada entre os inquiridos transexuais (26%) e intersexuais (25%) e mais baixa entre os trabalhadores homossexuais (12%) e as trabalhadoras lésbicas (13%);

- 1 em cada 5 (20 %) inquiridos LGBTI afirmou sentir-se desanimado ou deprimido mais de metade do tempo durante este período;

- Cada 1 em 5 inquiridos LGBTI (20%) sentiu-se discriminado no trabalho nos 12 meses que antecederam o inquérito.

- Esta percentagem é mais elevada entre os inquiridos transexuais (32%) e intersexuais (30%);

- A média da UE-27 demostra diferenças importantes entre os Estados-Membros: 3 em cada 10 inquiridos LGBTI, na Lituânia, sentiram-se discriminados no trabalho (30%), 28 % na Bulgária, Chipre e Grécia, sendo a proporção mais baixa verificada na Eslovénia (11 %), na Dinamarca e no Luxemburgo (ambas 12 %);

- O bullying no local de trabalho é sentido por 6 % dos trabalhadores heterossexuais, contra 14 % dos trabalhadores homossexuais, 17 % das trabalhadoras lésbicas e 19 % dos trabalhadores bissexuais.

- 39 % dos inquiridos LGBTI foram assediados ou intimidados por um colega, 29 % por um gestor e 14 % por um cliente ou paciente;

- 90 % dos trabalhadores transgénero sofreram assédio ou maus-tratos no trabalho ou sentiram-se forçados a tomar medidas para esconder a sua identidade de género, sendo que 45% deles sofreu uma promoção negada por ser transgénero, e 22% disse ter perdido um emprego por ser transgénero;

- Uma parte substantiva dos trabalhadores é alvo de condutas ou comentários negativos no trabalho por ser LGBTI, sendo que 4 em cada 10 (43%) tiveram tal experiência;

- Quase 1 em cada 10 (8%) diz que o experimentam com frequência ou sempre, sendo que a prevalência é mais elevada entre os trabalhadores intersexuais e transsexuais, dos quais 21 % e quase 14 %, respetivamente, experimentam comentários ou condutas negativas com frequência ou sempre.



Fonte: OSHWiki da UE-OSHA

 


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