10 de junho de 2022
Os
trabalhadores de todo o mundo vão beneficiar diretamente da decisão tomada, no
passado dia 10 de junho, na Conferência
Internacional do Trabalho (OIT) de reconhecer a Saúde e
a Segurança no Trabalho como o quinto princípio
fundamental e um direito no trabalho.
A alteração da OIT é a primeira
extensão em matéria de direitos humanos fundamentais dos trabalhadores, no
período de um quarto de século.
Mais de 3 milhões de trabalhadores
morrem, por ano, devido ao seu trabalho e dezenas de milhões de outros sofrem
acidentes e doenças relacionadas com o trabalho.
Esta vitória, resultado de uma
campanha que durou três anos, sustentada por sindicatos, profissionais e
famílias das vítimas, começará a mudar este panorama mortal.
Acrescenta, pois, o direito a um
ambiente de trabalho saudável e seguro, aos quatro direitos adotados, em 1998,
pela Organização Internacional do Trabalho (OIT):
- Liberdade
de associação e o reconhecimento efetivo do direito à negociação coletiva.
- A
eliminação do trabalho forçado ou obrigatório.
- A
abolição do trabalho infantil.
- A
eliminação da discriminação em matéria de emprego e de ocupação.
A OIT, que reúne sindicatos,
representantes dos empregadores e governos dos Estados-Membros, adotou
igualmente a Convenção n.º 155 da OIT sobre Saúde e Segurança no Trabalho e a
Convenção n.º 187 sobre a Promoção da Saúde e da Segurança como
"convenções fundamentais" e que todos os países membros da OIT são
obrigados a defender e implementar.
Estas convenções são frequentemente
incluídas em acordos comerciais, regras internacionais de financiamento e
normas globais da cadeia de abastecimento.
O Secretário-Geral da CSI, Sharan
Burrow, afirmou: "A pandemia COVID-19 mostrou, sem dúvida, que eram
necessárias medidas para proteger os trabalhadores que são demasiadas vezes
obrigados a escolher entre a sua saúde e o seu sustento. Ninguém deve morrer só
para ganhar a vida.”
"Trabalhadores e sindicatos de
todo o mundo assinalam o Dia Internacional em Memória dos Trabalhadores a cada
28 de abril, lamentando os mortos e lutando pelos vivos. Agora devemos celebrar
esta vitória e começar a tornar estes direitos eficazes."
Os sindicatos irão agora fazer
campanha para aumentar o número de países que ratificam e implementam todas as
convenções de Segurança e Saúde da OIT, conferindo aos trabalhadores o direito
de consultarem as avaliações de riscos, a erradicação de produtos químicos
tóxicos e a má organização de trabalho, incluindo as longas horas de trabalho,
bem como a disponibilidade de equipamento de proteção e formação gratuitos e o
direito a recusarem o trabalho perigoso.
Os sindicatos vão também fazer
campanha para alargar o acesso aos serviços de saúde no trabalho para além da
cobertura dos 20% dos trabalhadores, em todo o mundo, que atualmente estão
abrangidos, bem como o direito aos subsídios por doença, a usufruir desde o
primeiro dia, assim como lutar para o alargamento de direitos para os representantes
dos trabalhadores para a segurança e saúde no local de trabalho e pela
existência de mais comissões conjuntas de segurança no trabalho.
Tradução adaptada da responsabilidade
do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho
Aceda à versão original Aqui.
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