SST em Números | Impacto das alterações climáticas na saúde e segurança dos
trabalhadores - Dados OIT
As mudanças nos padrões
climáticos estão indubitavelmente a afetar a segurança do trabalho e a saúde
dos trabalhadores, e continuarão a ter efeitos prejudiciais sobre a saúde
humana e nas condições de trabalho.
Os trabalhadores, especialmente
os que trabalham ao ar livre, são frequentemente os primeiros a ser expostos às
consequências das alterações climáticas, muitas vezes por períodos mais longos
e em intensidades mais elevadas do que a população em geral.
Com efeito, têm sido associados
às alterações climáticas numerosos efeitos na saúde dos trabalhadores,
incluindo lesões, cancro, doenças cardiovasculares, doenças respiratórias,
problemas de saúde mental, entre outros.
O Relatório da OIT “Ensuring safety and health at work
in a changing climate” , cujo objetivo é sensibilizar para os
impactos das alterações climáticas no mundo do trabalho, especialmente na
segurança e a saúde dos trabalhadores releva fundamental que a “…inclusão de um
ambiente de trabalho seguro e saudável como princípio fundamental e direito no
trabalho significa que abordar os impactos perigosos das alterações climáticas
no local de trabalho é agora uma prioridade absoluta.”
Sublinha ainda que são
necessárias políticas específicas a nível nacional, a par de medidas
preventivas eficazes no local de trabalho para proteger os trabalhadores dos
graves impactos das alterações climáticas, nomeadamente no que se refere à
exposição ao calor excessivo, a eventos climáticos extremos, à exposição a
produtos químicos perigosos, à poluição do ar e doenças infeciosas, entre
outros.
Seguem alguns Números sobre a
exposição
- A OIT
calcula que mais de 2,4 bilhões de trabalhadores estão provavelmente
expostos ao calor excessivo em algum momento do seu trabalho, de acordo
com os números mais recentes disponíveis.
- A
proporção de trabalhadores expostos aumentou de 65,5% para 70,9 % desde
2000.
- Além
disso, o relatório estima que 18.970 vidas e 2,09 milhões de anos de vida
são perdidos por incapacidades todos os anos devido a 22,87 milhões de
lesões ocupacionais atribuíveis ao calor excessivo.
- Sem
esquecer as 26,2 milhões de pessoas em todo o mundo que vivem com doença
renal crónica associada ao stresse térmico no local de trabalho (dados de
2020).
O impacto das alterações
climáticas inclui:
- 1,6
bilhão de trabalhadores expostos à radiação UV, com mais de 18.960 mortes
relacionadas ao trabalho anualmente devido ao câncer da pele não melanoma.
- 1,6
bilhão de pessoas provavelmente expostas à poluição atmosférica no local
de trabalho, o que resulta em até 860.000 mortes relacionadas ao trabalho
anualmente entre pessoas que trabalham ao ar livre.
- Mais de
870 milhões de trabalhadores na agricultura, provavelmente expostos a
pesticidas, com mais de 300.000 mortes atribuídas ao envenenamento por
pesticidas anualmente.
- 15.000
mortes relacionadas ao trabalho anualmente devido à exposição a doenças
parasitárias e transmitidas por vetores.
- Mais de
1,2 mil milhões de trabalhadores estão expostos à poluição atmosférica, e
registam-se mais de 860 000 mortes por ano.
- As
alterações climáticas ameaçam os ecossistemas e, por conseguinte, os 1,2
mil milhões de postos de trabalho que deles dependem, como a agricultura,
a silvicultura e a pesca.
- Estima-se
que a perda financeira acumulada devido apenas a doenças relacionadas ao
calor atinja US$ 2,4 trilhões até 2030.
Fonte: Relatório da OIT “Ensuring
safety and health at work in a changing climate”
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