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segunda-feira, 7 de novembro de 2022

CES - Mortes no local de trabalho aumentam em 12 países da UE

 


Segundo uma recente investigação sindical, as mortes no trabalho continuarão a afetar a Europa durante quase uma década, mais do que o previsto anteriormente, após um aumento dos acidentes mortais em quase metade dos Estados-Membros.

 

Prevê-se agora que os acidentes mortais no trabalho se prolonguem até 2062, com base na taxa atual – durante mais sete anos do que se previa anteriormente.

 

Este atraso surge depois de um aumento de mortes no trabalho em 12 países entre 2019 e 2020, sobretudo em Itália (+285), Espanha (+45) e Portugal (+27).

 

A CES apela à UE e aos governos nacionais para que parem com as mortes no local de trabalho, apoiando o Manifesto " Zero Mortes no Trabalho", que conta agora com mais de 150 apoiantes, incluindo ministros nacionais, eurodeputados, peritos e dirigentes sindicais.

 

Estado-Membro

Acidentes mortais em 2020

Mudança vs 2019

Itália

776

+ 285

 

Espanha

 

392

+ 45

Portugal

 

131

+ 27

República Checa

 

108

+ 13

Chipre

 

16

+ 6

Polónia

 

190

+ 6

Malta

 

7

+ 4

Bulgária

 

88

+ 3

Bélgica

 

54

+ 2

Croácia

 

45

+ 2

Eslovénia

 

17

+ 2

Lituânia

 

38

+ 1

 

 

Com base na nova previsão, as mortes no local de trabalho deverão continuar até ao próximo século, em Itália e na Hungria. Seguindo a tendência atual, as mortes no local de trabalho nunca serão eliminadas em Espanha ou em França.

 

Se os acidentes mortais continuarem ao mesmo ritmo da década anterior, espera-se a ocorrência de mais 25.166 mortes no local de trabalho, em toda a Europa, entre 2021 e 2029.

 

Projeções para os Estados-Membros selecionados e UE27:

                 

 

Ano em que os acidentes fatais vão acabar

Mortes previstas entre 2021 e 2029

Variação em relação

à previsão anterior

(em anos)

UE27

2062

25,166

+7

Alemanha

2043

2,679

-1

Itália

2124

4,664

+82

França

Nunca

6,325

-

Portugal

2032

560

+2

Áustria

2035

545

-2

Polónia

2028

504

+1

República Checa

2057

794

+5

Espanha

Nunca

3,233

-

Roménia

2035

1,136

-1

Hungria

2173

655

-


Nota: Este quadro mostra as conclusões da análise prevista para uma seleção de Estados-Membros, com o novo horizonte de morte zero estimado e o número de mortes previstas para 2021 e 2029.

 

Por exemplo, prevê-se agora que os acidentes mortais terminem em 2124 em Itália - 82 anos mais tarde do que as previsões anteriores realizadas no ano passado. As análises de previsão foram efetuadas separadamente para cada Estado-Membro selecionado e para a UE27 no seu conjunto.

 

Os números fazem parte de uma análise dos dados do Eurostat conduzida por Pierre Bérastégui, da ETUI, e são publicados quando a CES enuncia a necessidade de um apoio substancialmente maior à sua campanha " Zero Mortes no Trabalho".

 

Os Ministros do Trabalho da Eslováquia e da Eslovénia assinaram agora o Manifesto da CES, aumentando o número de ministros que apoiam as medidas necessárias para acabar com as mortes no trabalho.

 

Os vice-presidentes do Parlamento Europeu, os presidentes do S&D e os copresidentes dos grupos Verdes e Esquerda no Parlamento Europeu, bem como os eurodeputados dos grupos PPE e Renovar, também assinaram o Manifesto.

 

O Manifesto exorta a União Europeia, os governos dos Estados-Membros e os empregadores:

 

• Para se comprometerem e tomarem as medidas necessárias para alcançar zero mortes no trabalho;

• Para um aumento da formação, proteção, comunicação, inspeções e sanções no local de trabalho;

• Para serem desenvolvidas novas iniciativas legislativas no próximo mandato da Comissão Europeia e do Parlamento a partir de 2024.

 

A CES pretende entregar um manifesto final no Dia Internacional em Memória dos Trabalhadores vítimas de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais de 2023. 

 

O Secretário-Geral Adjunto da CES, Claes-Mikael Stahl, afirmou:

"As pessoas vão trabalhar para ganhar a vida, mas muitas pessoas na Europa estão, em vez disso, a perder a vida para trabalhar. Pais, parceiros e filhos das pessoas que vão trabalhar e nunca voltam para casa devido ao seu trabalho precário ou à existência de legislação que, ainda, permite práticas de trabalho inseguras.

 

"Muitas vidas foram salvas, nas últimas décadas, através de adoção de uma legislação de segurança mais forte, mas os nossos números mostram que os progressos estão a estagnar, em alguns países, e a ser completamente invertidos noutros.”

 

"O facto de os acidentes de trabalho mortais estarem, novamente, a aumentar em toda a Europa mostra que os empregadores e os políticos deveriam estar preocupados e mostra que precisamos de renovar o nosso compromisso para manter as pessoas seguras no trabalho.”

 

"Ninguém escapa à morte. Mas a morte no trabalho é diferente. É uma perda fatal que poderia ter sido evitada. Acabar com estas tragédias evitáveis é absolutamente possível existindo uma vontade política certa e aplaudimos os ministros e os eurodeputados que, hoje, se comprometeram a tomar as medidas necessárias para que seja possível Zero Mortes no Trabalho".

 

Notas:

Os acidentes mortais no trabalho não incluem os milhares de mortes causadas todos os anos por doenças profissionais e não incluem acidentes não mortais.

 

Manifesto da CES para Zero Mortes no Trabalho com lista completa de signatários

 

Anexo 1: Dados do acidente fatal

Acidentes mortais em 2020.xlsx

Anexo 2: Previsão de acidentes fatais

Análise de previsão de acidentes fatais para 2020.xlsx

 

 

 

Tradução da responsabilidade do Departamento de Segurança e Saúde

 no Trabalho 

        

 

 

 

 

 

 

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