Imagem com DR
Um novo estudo do
Instituto Sindical Europeu (ETUI) destaca o impacto crescente da escassez de
mão de obra nos setores mais afetados da Europa, forçando as empresas a
repensar as suas estratégias. Da construção na Alemanha à hotelaria em França e
à indústria transformadora na Europa Oriental, a escassez de mão de obra está a
exercer uma pressão sem precedentes nos mercados de trabalho europeus.
À medida que estes setores lutam para preencher vagas e atrair talentos,
estão a surgir estratégias inovadoras: aumentos salariais, melhores condições
de trabalho e maior flexibilidade. "Esta nova realidade está a criar
oportunidades únicas para os trabalhadores, especialmente aqueles em empregos
historicamente precários, que agora têm maior poder de negociação",
diz Wouter Zwysen, investigador da ETUI e autor do relatório.
O estudo mostra que a construção, a hotelaria e os serviços administrativos estão entre os setores mais afetados, com a escassez quase a duplicar na última década. Enquanto isso, setores como o imobiliário e os serviços financeiros foram menos afetados.
Estas disparidades mostram que a crise da escassez de mão de obra está longe de ser uniforme e que as soluções têm de ser adaptadas às necessidades de cada sector.
Embora grande parte da tónica política se
concentre na atração de trabalhadores migrantes e na necessidade de
competências, é igualmente importante considerar de que forma empregos de
qualidade podem ajudar a atrair e reter trabalhadores.
Uma oportunidade para repensar o trabalho
Embora esta crise esteja a colocar as empresas sob pressão, o estudo também destaca uma oportunidade incrível para o mercado de trabalho europeu se ajustar e melhorar a qualidade do emprego para todos.
Em resposta a estes desafios, os sindicatos e as instituições europeias estão a liderar a negociação de mudanças estruturais. Os setores mais afetados estão a trabalhar arduamente para atrair novos talentos, melhorando os salários, as condições de trabalho e a segurança do emprego.
No entanto, para garantir que esta transformação beneficie todos os
trabalhadores – especialmente os mais vulneráveis – o estudo apela a esforços
acrescidos a nível da UE, em especial em domínios como a formação, a mobilidade
dos trabalhadores e a proteção dos direitos.
Problematicamente, porém, as oportunidades para os trabalhadores não são distribuídas uniformemente. Embora os jovens, as mulheres e os trabalhadores migrantes estejam a reduzir as disparidades salariais em relação aos seus pares, os trabalhadores pouco qualificados continuam a enfrentar desafios significativos.
O estudo sublinha a importância de expandir os programas de
formação e melhoria de competências e insta os sindicatos a intensificarem os
seus esforços para garantir que esta transformação chegue a todos os
trabalhadores, em particular aos que correm maior risco no mercado de trabalho.
Tradução da responsabilidade do Dep. SST
Versão original:
https://www.etui.org/news/worker-representation-green-transition-risks-quality-jobs
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