O
Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) divulgou recentemente os dados apurados
em 2015 relativamente à sinistralidade laboral no nosso país. À semelhança do
ano de 2014, também este ano foram incluídos os acidentes ocorridos na
administração pública.
Mais
informações Aqui.
Seguem alguns dados:
1
- ACIDENTES DE TRABALHO
Em 2015 ocorreram 208 457 acidentes,
dos quais 161 tiveram consequência mortal
- À
semelhança de 2014, registou-se um novo aumento no número total de acidentes e
no número de dias de trabalho perdidos, voltando a contrariar uma tendência
decrescente que já se vinha a registar desde 2009.
- A
maioria dos acidentes de trabalho apurados em 2015, ocorreram nos setores de
atividade "C - indústrias transformadoras", “G - comércio por grosso
e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos" e "F -
construção“, onde se registaram, respetivamente 25,0%, 14,4% e 13,8% do total
de acidentes.
- Já
no que respeita à sinistralidade mortal, foi o setor “F - construção“ que
registou o valor mais elevado, 29,8% dos acidentes mortais, (48 vítimas
mortais), seguindo –se o setor da “A - agricultura, produção animal, caça,
floresta e pesca”, 19,9% (32 vítimas mortais) e o sector das "C - indústrias
transformadoras“ 10,6% (17 vítimas mortais).
- Relativamente
ao total de acidentes de trabalho para os quais se conhece a dimensão da
empresa ou entidade equiparada, mais de metade ocorreram em pequenas empresas
(10 a 49 pessoas) e micro empresas ou com trabalhadores independentes (1 a 9 pessoas),
24,6% e 23,7% respetivamente.
- Quanto
aos acidentes de trabalho mortais, a maior parte deu-se com trabalhadores de
micro empresas ou com trabalhadores independentes (1 a 9 pessoas), 36,0%.
- Por
outro lado as empresas de maior dimensão “250 a 499 pessoas” e “500 e mais
pessoas” registaram a menor percentagem do total de acidentes mortais, ambas
com 7,3%.
2 - CAUSAS
E CIRCUNSTÂNCIAS EM QUE OCORREU O ACIDENTE
Em
2015 cerca de 67 309 acidentes ocorreram em “zona industrial”.
- A
maioria dos sinistrados, para os quais se sabe onde ocorreu o acidente,
encontravam-se em “zona industrial” (36,6%).
- No
que se refere á atividade que executavam
no momento do acidente, 154.447 indivíduos (78,3%) realizavam “movimento”
(andar, subir ou descer escada, etc.) (27,3%), “trabalho com ferramentas de
mão” (26,6%) ou “transporte manual” (24,4%).
- Na
origem de mais de metade dos acidentes esteve o acontecimento desviante/desvio
“movimento do corpo sujeito a constrangimento físico (conduzindo, geralmente, a
lesão interna) ” e o “perda total ou parcial de controlo de máquina ou meio de
transporte (equipamento manuseado, ferramenta manual, objeto, animal)”, 28,0% e
24,8% respetivamente.
- Os
agentes materiais reconhecidos como associados ao desvio e que se destacam mais
são os “materiais, objetos, produtos, componentes de máquinas - estilhaços e
poeiras” (35,9% do total de acidentes).
- O
acontecimento gerador direto da lesão do sinistrado mais frequente foi o
“esmagamento em movimento vertical / horizontal sobre / contra objeto imóvel”
com 29,2% das ocorrências, seguido de 27,9% de acidentes por “constrangimento
físico do corpo, constrangimento psíquico”.
-
Nos acidentes de trabalho para os quais se conhece o agente material associado
ao contacto, destaca-se o grupo dos “materiais, objetos, produtos, componente
de máquina – estilhaços, poeiras” com 34,7% das ocorrências.
- Na
sinistralidade mortal, mais de metade dos acidentes ocorreram em “local
público” e “estaleiro, construção, pedreira, mina a céu aberto”, 50 (31,1%) e
42 (26,1%) mortes, respetivamente.
- 29,8%
dos acidentes mortais ocorreram na construção, 24,8% dos acidentes mortais
foram acidentes de viação.
- Sabe-se
também que 52 (38,8%) acidentes mortais ocorreram aquando da “condução/presença
a bordo de um meio de transporte – equipamento de movimentação”. Quanto ao
desvio, a “perda total ou parcial de controlo de máquina ou meio de transporte
(equipamento manuseado, ferramenta manual, objeto, animal)” esteve na base de
53 mortes (6,3%).
O
agente material associado ao desvio mais frequente foi “veículos terrestres” em
46 acidentes (35,7%).
- Para
57 trabalhadores (38,3%) a causa da morte foi o “esmagamento em movimento
vertical/ horizontal sobre/contra objeto imóvel”.
CONSEQUÊNCIAS DO ACIDENTE
Em média perderam-se 38,4 dias de
trabalho na sequência de acidentes laborais
- No
total, em 2015 perderam- se 5.459.744 dias de trabalho perdidos por motivo de
acidente de trabalho.
- Analisando
os acidentes de trabalhos face aos dias de ausência que provocaram, constata-se
que as “amputações (perdas de partes do corpo) e esmagamentos” e as “ fraturas”
foram as lesões mais graves pois, em média, perderam, respetivamente, 105,1 e
82,0 dias.
- No
entanto, as “lesões e feridas superficiais” que, perderam em média 20,3 dias,
foram as lesões que mais se verificaram na maioria dos acidentes não mortais,
55,2%. As “concussões e lesões internas” (32,1%) e as “lesões múltiplas”
(36,5%) foram as lesões presentes em mais acidentes com consequência mortal.
- Em
mais de metade dos acidentes não mortais (63,6%), as partes do corpo mais
atingidas foram as “extremidades superiores” (38,2%), seguidas das
“extremidades inferiores” (25,5%). Dos acidentes com consequência mortal, 50,9%
foram provocados por lesões no “corpo inteiro ou partes múltiplas”, 24,5% por
lesão no “tórax” e 22,0% na “cabeça” .
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