Estima-se
que terá havido 1 300 000 mortes provocadas por cancros ocupacionais na União
Europeia em 2012. Em muitos países, o cancro é a principal causa de morte entre
as pessoas com menos de 65 anos. Muitas destas mortes resultam diretamente da
exposição dos trabalhadores a agentes cancerígenos no trabalho.
Os
dados existentes comprovam a teoria de que pelo menos 8% das mortes provocadas
por cancro estão relacionadas com o trabalho. Para alguns tipos de cancro, como
o do pulmão ou da bexiga, este valor chega a ultrapassar os 10%. Pode dizer-se
que o cancro é agora a principal causa de “morte causada por condições de
trabalho” na Europa.
Nem
todos os locais de trabalho são afetados de igual forma por esta “epidemia”
cancerígena. Diferentes inquéritos nacionais e europeus e estudos
epidemiológicos demonstraram que os trabalhadores manuais são os mais expostos
a agentes cancerígenos.
Têm
maiores probabilidades de exposição ao amianto e a uma série de substâncias
perigosas produzidas pela indústria petroquímica do que os trabalhadores de
escritório. Os trabalhadores da construção civil, por exemplo, estão
particularmente expostos à sílica, à luz solar e ao pó de madeira, cujas
propriedades cancerígenas são agora bem conhecidas.
Mas
a pesquisa dos riscos de cancro nas mulheres é escassa e provavelmente levou a
uma grave subestimação dos cancros relacionados com o trabalho. Pouquíssima
pesquisa tem sido feita a respeito dos fatores ocupacionais relacionados com o
cancro da mama, por exemplo.
A
CES e a ETUI acreditam que a prevenção deve ser o centro das atenções da
estratégia de cada sindicato na luta contra o cancro ocupacional. As leis
comunitárias oferecem aos trabalhadores boas ferramentas orientadas
especificamente para a redução ou eliminação dos agentes cancerígenos nos
locais de trabalho. O problema é que os trabalhadores não estão ainda muito
familiarizados com aquelas e poucos empregadores cumprem os requisitos legais.
Consequentemente,
um conjunto de inquéritos nacionais aos trabalhadores apurou que, ao passo que
o emprego industrial está a diminuir, o número de trabalhadores expostos a
agentes cancerígenos não está a decrescer. Isto significa que é necessária uma
verdadeira ação sindical de base, além de trabalho para melhorar o
enquadramento legal da UE para proteger os trabalhadores contra os agentes
cancerígenos.
Em
Dezembro de 2012, o Comité Consultivo tripartido para a Segurança e Saúde
sugeriu à Comissão Europeia a elaboração de uma proposta que estabelecesse
novos valores-limite obrigatórios de exposição a agentes cancerígenos. Cabe
agora à Comissão apresentar uma proposta sem mais atrasos.
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