O Estudo
Assédio Sexual e Moral no local de trabalho foi desenvolvido pelo CIEG – Centro
Interdisciplinar de Estudos de Género, em 2015, no âmbito de um projeto de
parceria promovido pela CITE – Comissão para a Igualdade no Trabalho e no
Emprego, envolvendo várias entidades parceiras.
A
pesquisa, cujos resultados sumariamente se apresentam, teve como ponto de
partida a comparação com os dados recolhidos num inquérito pioneiro realizado
em 1989 sobre assédio sexual sobre mulheres.
O
inquérito foi aplicado a uma amostra representativa da população ativa de
Portugal continental, excluindo o sector primário. Responderam 1801 pessoas,
sendo 558 homens e 1243 mulheres.
Algumas
conclusões:
·
Em 2015 verifica-se que 16,5% da população
ativa portuguesa ao longo da sua vida profissional já viveu alguma vez uma
situação de assédio moral;
·
Por seu turno, o assédio sexual foi
experimentado por 12,6% da população inquirida.
·
As mulheres são o alvo preferencial destas
duas formas de assédio no local de trabalho. Por um lado, 14,4% das mulheres já
alguma vez sofreu assédio sexual enquanto apenas 8,6% dos homens passaram pela
mesma experiência no local de trabalho.
·
Por outro, 16,7% das mulheres já experimentou
uma situação de assédio moral contra 15,9% de homens.
Comparando
os dados do inquérito realizado em 1989 com os resultados de 2015 verifica-se
que as mulheres apresentam maior clareza na perceção e identificação de
situações que constituem assédio sexual no local de trabalho.
A
sociedade portuguesa transformou-se profundamente nos últimos 25 anos, da
estrutura da economia e do mercado de trabalho à sexualidade, passando pelos
níveis de ensino. Será que também mudou relativamente à perceção das mulheres e
dos homens sobre o que é ou não assédio sexual?
Será
que mudaram as reações ao assédio sexual?
Em
1989 as perceções sobre o que era ou não assédio sexual no trabalho eram
particularmente difusas no que se refere àquilo que denominamos como
insinuações sexuais. Nessa altura, os comentários ordinários à maneira de
vestir ou à beleza física eram identificados como formas de assédio sexual por
cerca de um terço das mulheres.
Mas
25 anos depois, em 2015, 65,8% das mulheres identificam as piadas e comentários
acerca do seu aspeto como forma de assédio sexual e 84,2% percebe os
comentários de natureza sexual como uma prática de assédio.
Há
25 anos os comentários de natureza ofensiva sobre uma parte do corpo das
mulheres eram identificados por cerca de 50% das mulheres como uma forma de
assédio sexual, atualmente esse valor situa-se nos 72,9%.
As
diferenças entre os dados de 1989 e de 2015 relativamente àquilo que constitui
assédio sexual vão diminuindo na exata medida em que a análise caminha para
formas de assédio sexual mais explícitas. Isto é, quando as situações de
assédio implicam contactos físicos corpo-a-corpo. Tal como há 25 anos, mais de
90% das mulheres identificam esses incidentes físicos como assédio sexual.
Fonte:
Estudo Assédio Sexual e Moral no local de trabalho
Aceda
ao Estudo Assédio Sexual e Moral no local de trabalho Aqui.
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