O COVID-19 pode causar, em alguns doentes, sintomas que perduram durante semanas ou mesmo meses, depois da recuperação da infeção aguda.
Esta condição, conhecida como «Longo COVID», tem tido um impacto significativo nos trabalhadores e trabalhadoras e nos locais de trabalho, com evidentes implicações para a Saúde e Segurança no Trabalho (SST).
As causas e a magnitude do problema ainda estão a ser investigadas, contudo, as evidências existentes são suficientes para enfatizar a necessidade de serem implementadas estratégias de intervenção nas situações em que se manifesta um prolongamento dos sintomas.
Muito há, ainda, a entender sobre o impacto do COVID-19 e, em particular, do «Longo COVID», contudo sabe-se que:
§ 20% das pessoas infetadas pelo COVID-19 são assintomáticas – ou seja, não têm quaisquer sintomas;
§ 1 em cada 5 pessoas tem sintomas ao fim de quatro semanas;
§ 1 em 10 tem sintomas durante doze semanas ou períodos mais longos. No caso de alguns, os sintomas podem durar muitos meses.
§ 14% das pessoas têm sintomas que duram pelo menos 4 semanas;
§ 5% das pessoas têm sintomas durante pelo menos 8 semanas e 2% das pessoas têm sintomas por mais de 12 semanas;
§ 10% dos pacientes que apresentavam sintomas às 5 semanas relatam como predominantes a fadiga, a tosse e as dores de cabeça;
§ 1 em cada 7 crianças com idades compreendidas entre os 2 e os 10 anos relatam sintomas às 5 semanas, demonstrando que esta condição não se limita apenas aos adultos.
Seguidamente descrevemos os resultados de alguns dos principais estudos publicados até à data, que nos permitem entender o impacto do «Longo COVID»:
Reino Unido
Amostra: 8 193
Principais resultados:
- 21% apresentava sintomas 5 semanas após a infeção;
- 10% apresentava sintomas 12 semanas após a infeção.
Amostra: 4 182
Principais resultados:
- 13% manifestava sintomas que duraram 28 dias após o início da infeção;
- 5% sintomas durante mais de 8 semanas;
- 2% durante mais de 12 semanas após o início da infeção.
Amostra: 127
Principais resultados:
- 52% manifestava cansaço persistente nas 10 semanas após o início dos sintomas.
USA
Amostra: 292
Principais resultados:
- 35% manifestava sintomas 16 dias após o diagnóstico.
Suíça
Amostra: 669
Principais resultados:
- Cerca de 33% manifestava sintomas nos 30-45 dias após o diagnóstico.
Bélgica
Amostra: 2113
Principais resultados:
- Mais de 99% de indivíduos infetados não recuperou totalmente dentro de 12 semanas após o início dos sintomas.
Canadá
Amostra: 78
Principais resultados:
- 51% reduziu persistentemente a qualidade de vida;
- 50% manifestava dificuldades em respirar nas 12 semanas após o início do sintoma.
França
Amostra: 130
Principais resultados:
- 40% apresentava cansaço persistente;
- 30% manifestava falta de ar nos 60 dias após o início dos sintomas.
Itália
Amostra: 143
Principais resultados:
- 87% apresentava sintomas, 55% apresentava três ou mais sintomas aos 60 dias após a alta.
Reino Unido
Amostra: 119
Principais resultados:
- 68% relatava cansaço persistente; 57% de perturbação do sono e 32% de falta de ar aos 60 dias após a alta.
Amostra: 110
Principais resultados:
- 74% apresentava sintomas persistentes, tipicamente falta de ar e fadiga;
- 10% apresentava anomalias persistentes no exame radiológico ao tórax nas 12 semanas após a alta
China
Amostra: 1733
Principais resultados:
- 76% relatava sintomas persistentes;
- 50% manifestava anomalias residuais no exame radiológico ao tórax, 6 meses após a alta clínica.
Fonte:
Nota de Informação da OMS sobre o «LONGO COVID» disponível Aqui
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