Não obstante os empregadores terem a
obrigação de disponibilizar locais de trabalho onde os riscos para a Segurança
e Saúde no Trabalho – SST - sejam controlados de forma adequada, a legislação
também exige a colaboração e a participação ativa dos trabalhadores e
trabalhadoras.
Os gestores e os técnicos de SST não
têm soluções para todos os problemas de segurança e saúde. Melhor do que
ninguém, os trabalhadores e os seus representantes sabem como o trabalho deve
ser efetuado e de que forma este afeta a sua saúde e segurança. Por isso, os
locais de trabalho onde os trabalhadores dão um contributo ativo para a SST
apresentam, frequentemente, níveis de risco e taxas de acidentes de trabalho significativamente
menores.
As principais razões pelas quais os
trabalhadores devem influenciar ativamente as decisões de gestão são as
seguintes:
• A participação dos trabalhadores
ajuda a desenvolver meios eficazes para os proteger;
• A participação dos trabalhadores na
fase de planeamento ajuda-os a identificar as razões da adoção de determinada
medida, facilitando a procura de soluções práticas;
• Se os trabalhadores tiverem a
oportunidade de participar na criação de sistemas de trabalho seguros, também
poderão aconselhar, sugerir e solicitar melhorias, contribuindo assim para o
desenvolvimento de medidas de prevenção de acidentes de trabalho e doenças
profissionais em tempo oportuno, eficazes e com um custo razoável.
A participação dos trabalhadores é,
pois, a chave para uma avaliação e prevenção eficazes dos riscos. Seguem alguns
resultados do ESENER 2019 que nos permitem perceber de que forma esta
participação é gerida em Portugal:
- 81 % dos inquiridos afirmou que os trabalhadores
são normalmente envolvidos na conceção e na implementação de medidas após uma
avaliação de riscos;
- 58,1% dos inquiridos referiu que os trabalhadores
estiveram envolvidos na conceção e elaboração de medidas para resolver os riscos
psicossociais;
- Apenas 22.5% dos inquiridos
confirmaram a existência de uma Comissão de Segurança e Saúde no Trabalho;
- E 57% dos inquiridos confirmaram a
existência de Representantes dos trabalhadores para a Segurança e Saúde no
Trabalho;
- Quando questionados sobre a
frequência em que o assunto da SST é discutido entre os representantes dos
trabalhadores e a gestão da empresa, cerca de 52.4% dos inquiridos referiu que
estas discussões ocorrem regularmente, 37.5% ocorrem ocasionalmente e 10%
praticamente nunca;
- 80.3% dos inquiridos declararam que
os representantes dos trabalhadores para a SST recebem formação durante as
horas de trabalho para os ajudar a cumprir as suas obrigações em matéria de segurança
e saúde;
- 45.3% dos inquiridos afirmaram que
os problemas relacionados com a SST são debatidos em reuniões de trabalhadores de
forma ocasional, 35.8% com regularidade e 18.9% praticamente nunca.
Consulte a ferramenta interativa do
ESENER Aqui.
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