Teve
lugar ontem, dia 19 de setembro, a apresentação dos primeiros resultados do IV Inquérito Nacional ao
Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral, Portugal 2016/2017.
O INPG
(Inquérito Nacional à População Geral) é um estudo iniciado em 2001, tendo sido
replicado em 2007, 2012, e em 2016/17.
O
estudo visa estimar as prevalências dos consumos de substâncias psicoativas
lícitas (álcool, tabaco, medicamentos – sedativos, tranquilizantes e/ou
hipnóticos, e esteroides anabolizantes), e ilícitas (cannabis, ecstasy,
anfetaminas, cocaína, heroína, LSD, cogumelos mágicos e de novas substâncias
psicoativas), bem como das práticas de jogo a dinheiro.
O
estudo é feito por iniciativa do SICAD (Serviço de Intervenção nos
Comportamentos Aditivos e nas Dependências) do Ministério da Saúde, de acordo
com orientações do OEDT (Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência)
e da OMS (Organização Mundial de Saúde), que permitem produzir estatísticas
comparáveis no plano internacional, para além de ser acautelada, na medida do
possível, a comparação entre as diferentes aplicações do Inquérito no plano
nacional, de forma a permitir monitorar a evolução dos consumos no
tempo.
A
apresentação ficou a cargo do investigador principal deste estudo, o Professor
Doutor Casimiro Balsa da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Nova
de Lisboa que encetou uma síntese dos resultados do estudo.
Seguem alguns
resultados:
Verifica-se
uma subida das prevalências entre 2001 e 2007 de todas as substâncias psicoativas,
exceto no que diz respeito ao ecstasy e ao LSD, em que os valores se mantêm.
Entre 2007 e 2012 observamos uma descida de todas as prevalências com exceção
dos medicamentos, que mantêm, e da heroína, que desce. Entre 2012 e 2016/17
registam-se prevalências de consumo menores no caso do álcool, medicamentos,
ecstasy, LSD, cogumelos alucinógenos e de novas substâncias psicoativas.
As
prevalências do consumo nos últimos 12 meses de cocaína e de anfetaminas
mantêm-se iguais às de 2012, subindo apenas as prevalências de consumo de
tabaco, cannabis e heroína.
O consumo de álcool
apresenta subidas das prevalências ao longo da vida, quer entre a população
total (15-74 anos) quer entre a população jovem adulta (15-34 anos), e entre
homens e mulheres.
O consumo do tabaco
apresenta uma ligeira subida da prevalência ao longo da vida, que se deve
sobretudo ao aumento do consumo entre as mulheres, quer na população total,
quer entre a população jovem adulta.
Já os medicamentos,
terceira substância mais consumida na população total, as prevalências descem
entre os dois períodos de aplicação considerados, independentemente do género
considerado.
As prevalências do consumo
de qualquer substância psicoativa ilícita sobem dos 8,3% registados em 2012
para os 10,2% em 2016/17.
Registaram-se subidas em
ambos os géneros quando consideramos a população total, uma descida entre os
homens e uma subida entre as mulheres quando consideramos a população jovem
adulta.
Estas são as tendências
que se verificam na cannabis, substância que tem o maior peso na prevalência de
qualquer substância psicoativa ilícita.
A prevalência do consumo
de cocaína sobe ligeiramente na população total, embora desça entre a população
jovem adulta.
As anfetaminas apresentam
uma prevalência de consumo ao longo da vida igual à registada em 2012 na
população total, tendo descido entre os homens, mas aumentado entre as mulheres.
Considerando a população jovem adulta, esta prevalência desce, embora tenha
subido de 0,2% para 0,4% entre as mulheres.
A heroína apresenta uma
prevalência de consumo igual à verificada em 2012, quer entre a população
total, quer entre a população jovem adulta. Em ambas as populações houve uma
diminuição da prevalência do consumo entre os homens e uma subida entre as
mulheres.
Em todas as outras
substâncias consideradas há uma descida das prevalências de consumo ao longo da
vida, quer entre a população total quer entre a população jovem adulta,
independentemente do género.
Relativamente à idade
média de início do consumo, verificamos que o consumo do primeiro cigarro e da
primeira bebida alcoólica é o que apresenta uma média de idades mais baixa (17
anos). O consumo regular de tabaco e de cannabis surge, em média, aos 18 anos.
Aceda aos resultados
preliminares nos links abaixo:
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