A Confederação
Europeia dos Sindicatos (CES) declarou, numa consulta pública organizada pela
Comissão Europeia, que a legislação atual sobre os desreguladores endócrinos é
insuficiente e inconsistente.
Os
desreguladores endócrinos interferem com o sistema hormonal de uma pessoa,
impedindo o seu funcionamento correto. Como resultado disso, encontram-se
relacionados a inúmeros efeitos nocivos em pessoas expostas, bem como nos seus
filhos: uma queda na fertilidade, obesidade, diabetes etc. Também são
considerados como uma das causas para o aumento de cancros de origem hormonal, como
o cancro da mama, da próstata ou da tiroide.
Em
resposta a este flagelo, a CES destaca duas prioridades:
Atualmente,
não existe legislação europeia sobre regras específicas de prevenção
relacionadas com a exposição a desreguladores endócrinos no local de trabalho.
Essa lacuna é preocupante, uma vez que diversos dados mostram que, em certos
setores, a exposição no local de trabalho é frequente, com graves consequências
para a saúde. Este é especialmente o caso de setores como os cabeleireiro, a saúde,
a limpeza,a agricultura ou a indústria
de plásticos.
A
inclusão de substâncias reprotóxicas no escopo de aplicação da diretiva da UE
sobre a proteção dos trabalhadores contra os riscos relacionados à exposição a
agentes cancerígenos ou mutagénicos no trabalho seria um passo importante na
direção certa. Inúmeros disruptores endócrinos usados nos
locais de trabalho (como o bisfenol A e vários
ftalatos) já
foram identificados como sendo também
reprotóxicos.
A
legislação europeia que trata dos desreguladores endócrinos em outros campos é
inconsistente. É o caso do regulamento sobre pesticidas e biocidas e do regulamento
mais geral sobre a comercialização de substâncias químicas (REACH).
A
CES é a favor de uma classificação de desreguladores endócrinos, usando os
mesmos princípios que os aplicados a agentes cancerígenos, mutagénicos e
substâncias reprotóxicas. Essa classificação distinguiria três categorias:
- Substâncias
conhecidas por possuírem potencial cancerígeno para o ser humano com base em
evidências humanas (categoria 1A);
- Substâncias
que se presume possuírem um potencial cancerígeno para seres humanos com base
em evidências em animais (categoria 1A).
- Substâncias
suspeitas de ter um potencial cancerígeno com base nos dados existentes
(categoria 2).
Para
Tony Musu, investigador da ETUI, “não existe um nível seguro de exposição
abaixo do qual os desreguladores endócrinos não tenham efeitos prejudiciais para
a saúde. É por isso que a sua substituição é uma prioridade. A escolha de
substitutos deve ser feita de forma a eliminar o risco e não apenas substituir
uma substância perigosa por outra igualmente perigosa.”
Nota:
Tradução da responsabilidade do Departamento de SSt da UGT
Aceda
à versão original aqui.
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