Não podemos deixar de enfatizar que um
dos maiores problemas de saúde com que se deparam os locais de trabalho em toda
a Europa (e, na realidade, em todo o mundo) é o Cancro Relacionado com o
Trabalho.
O cancro assume-se, pois, como a
principal causa de morte na União Europeia, no que concerne às várias doenças
relacionadas com o trabalho.
Todos nós podemos estar expostos a
agentes cancerígenos no nosso dia-a-dia, no entanto as exposições relacionadas
com o trabalho ocorrem, frequentemente, de uma forma diária e durante muitos
anos de exposição no trabalho e, geralmente, em concentrações muito
significativas.
Por conseguinte, a prevenção é
fundamental.
Poderíamos eliminar todas as mortes
relacionadas com o trabalho causadas pela exposição a agentes cancerígenos,
caso se eliminasse e/ou substituísse todos os agentes cancerígenos no local de
trabalho.
Contudo, as evidências dizem-nos que de
50% de todos os cancros relacionados com o trabalho na UE, são causados por
cancros profissionais, mas mais de 40% dos casos de cancro são evitáveis.
A exposição constitui uma ameaça à saúde
e à qualidade de vida dos trabalhadores, tendo efeitos negativos na sua
participação no trabalho e na produtividade.
O cancro não resulta apenas em
sofrimento individual, como também tem um enorme impacto social.
O impacto do cancro relacionado com o
trabalho pode ser traduzido nos seguintes números:
- Estima-se que 23% dos trabalhadores na
Europa estão expostos a algum tipo de agente cancerígeno;
- Anualmente mais de 100.000 pessoas
morrem por causa do cancro relacionado com o trabalho;
- 53% das mortes relacionadas com o
trabalho na UE estão associadas à exposição a agentes cancerígenos no trabalho;
- Quase 80.000 pessoas na UE morrem de
cancro causado pelo trabalho, devido à exposição a agentes cancerígenos;
- Além destas mortes, todos os anos são
diagnosticadas mais de 120.000 pessoas com cancro relacionado com o trabalho;
- Os custos diretos da exposição
cancerígena no trabalho em toda a Europa são estimados em 2,4 mil milhões de
euros por ano;
- Os custos das despesas com cuidados de
saúde e as perdas de produtividade na UE são estimados entre 4 e 7 mil milhões
de euros por ano.
Fonte: Roteiro
sobre os Agentes Cancerígenos
Assim
e, considerando que o cancro é a principal causa de mortalidade relacionada com
o trabalho e tendo em atenção que os agentes cancerígenos contribuem,
anualmente, para cerca de 100 000 mortes associadas a cancros profissionais
e que um conjunto significativos de trabalhadores ficam expostos a um conjunto
de agentes cancerígenos e mutagénicos e substancias tóxicas para a reprodução
no local de trabalho, a UGT considera imperativo que sejam impostos
valores-limite de exposição mais baixos.
Os
dados demonstram-nos que 80% dos cancros de origem profissional reconhecidos
foram provocados pela exposição ao amianto. Reiteramos que muito há ainda a
fazer sobre esta questão.
Desde
logo, é urgente atualizar o limite de exposição ao amianto, e, 0,001
fibras/cm3, assim como a elaboração de planos nacionais de remoção de amianto e
a melhoria dos procedimentos de proteção dos trabalhadores a esta exposição.
Alertamos
para o facto de que a radiação, o stress, a organização e as condições de
trabalho se encontram diretamente associados à origem de cancros relacionados
com o trabalho.
Ressaltamos
também, que o cancro da pele relacionado com o trabalho está a aumentar. Alguns
fatores convergem para esta efeméride: os trabalhadores que exercem a sua
atividade ao ar livre, no exterior estão mais expostos a estes riscos, sendo
evidente que os setores da pesca, da agricultura, silvicultura, construção e
turismo apresentam um risco significativo de desenvolvimento de cancro da pele
devido aos elevados níveis de exposição à radiação ultravioleta.
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