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quarta-feira, 28 de abril de 2021

CES - 28 de abril de 2021 – Dia Internacional em Memória dos Trabalhadores

 

A SAÚDE E SEGURANÇA É UM DIREITO SEU!


Com 1 em cada 3 pessoas a trabalhar a partir de casa e as que estão no local de trabalho a tomar precauções especiais, a COVID-19 demonstra a importância da vida e da morte, bem como da Saúde e Segurança no Trabalho.

 

Entre as 530.000 mortes devido à COVID-19 na União Europeia[1] contam-se milhares de trabalhadores que foram contaminados no local de trabalho. Lamentamos a sua perda e apresentamos as nossas condolências e solidariedade aos seus entes queridos. Recordamos também aqueles que faleceram no último ano, devido ao cancro ocupacional e a outras doenças e acidentes de trabalho: mais de 100 000 só na Europa.

 

Embora a vacinação ofereça esperança, a Saúde e a Segurança devem continuar a ser uma prioridade absoluta nos próximos meses. A Segurança e a Saúde não constituem presentes das autoridades ou de um bom empregador: a Saúde e Segurança no Trabalho é um DIREITO SEU! Um direito pelo qual os sindicatos lutam!

 

Na União Europeia «Todos os trabalhadores têm direito a condições de trabalho que respeitem a sua saúde, a sua segurança e a sua dignidade»[2].

 

A legislação da UE[3]:

 

·         Obriga os empregadores a promover locais de trabalho saudáveis e seguros;

 

·         Exige que todos os trabalhadores sejam protegidos pela legislação de Segurança e Saúde no Trabalho;

 

·         Confere aos trabalhadores o direito à informação e à consulta, e a elegerem representantes para a Segurança e Saúde no Trabalho.


Significa que os empregadores são responsáveis pela prevenção de riscos óbvios, tais como a exposição a substâncias perigosas, a movimentação de cargas pesadas ou os movimentos repetitivos, bem como outros riscos menos reconhecidos, tais como o stresse ocupacional, o assédio e a intimidação no local de trabalho.

 

Apesar de constituírem direitos devidamente reconhecidos, a Saúde e a Segurança no Trabalho estão longe de ser uma realidade para todos os trabalhadores. Um em cada três trabalhadores da Bulgária, Eslováquia e Espanha e quase metade na República Checa e na Grécia que deveriam usar obrigatoriamente equipamento de proteção individual (EPI) no trabalho, apenas o recebem ocasionalmente ou nunca lhes chegam a ser sequer fornecidos.

 

Durante a crise da COVID-19, muitos trabalhadores considerados essenciais, entre os quais as mulheres, que estão sobrerepresentadas nos setores dos cuidados e limpeza, não tiveram acesso a EPI’s adequados. O mesmo se aplica aos trabalhadores precários, cuja limitada proteção social não lhes dá outra escolha, senão continuar a trabalhar, mesmo quando apresentam sintomas de coronavírus. 

 

A muitos trabalhadores não tem sido possível praticar o distanciamento social.

 

O trabalho a partir de casa comporta os seus próprios riscos, como o aumento da violência doméstica (até um terço em alguns países da UE, durante o confinamento) períodos de trabalho mais longos, a incapacidade de desligar e a falta de equipamento adequado em casa. O crescimento dos trabalhadores nas plataformas digitais deixa um número crescente de trabalhadores sem equipamento de proteção adequado – apenas 35% dos trabalhadores afirmaram que a sua plataforma tomou medidas de apoio na pandemia.

 

Os sindicatos e os representantes para a segurança e saúde desempenham um papel vital na garantia da Saúde e da Segurança no Trabalho. Qualquer trabalhador que se preocupe com a sua própria Saúde e Segurança no Trabalho deve filiar-se num sindicato e descobrir se tem um representante eleito no seu local de trabalho. Um sindicato pode ajudar a garantir que um representante para a segurança e saúde seja eleito e que seja ouvido pela administração da empresa.

 

Os sindicatos lutam pela melhoria da Saúde e Segurança no local de trabalho e na legislação. Os sindicatos obtiveram a melhoria dos limites de exposição profissional da UE para muitas substâncias cancerígenas e lutam para conseguirem limites mais rigorosos para mais substâncias.

 

Os sindicatos pugnam por obrigações legais mais rígidas para com os empregadores para combater o stresse e as dores nas costas (e outras lesões músculo-esqueléticas).

 

Os sindicatos estão também a pressionar a Organização Internacional do Trabalho (OIT) para que implemente a sua decisão, decorrente da Conferência Centenária em 2019, para tornar a Segurança e a Saúde um direito fundamental no trabalho.

 

 

A Saúde e a Segurança não são direitos apenas para o Dia Internacional em Memória dos Trabalhadores ou mesmo para a pandemia – é o seu direito à vida – literalmente!

 


Tradução da responsabilidade do Departamento de SST da UGT

 


[1] A partir de 25 de fevereiro de 2021

 

[2] Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, art.º 31

[3] Diretiva-quadro relativa à Saúde e Segurança no Trabalho,1989

 

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