Cuidar
dos trabalhadores doentes
Segundo
a Organização Mundial de Saúde, os sintomas mais frequentes da COVID-19 são
febre, cansaço e tosse seca. Algumas pessoas ficam infetadas, mas não
desenvolvem quaisquer sintomas e não se sentem mal.
A
maioria das pessoas (cerca de 80%) recupera da doença sem necessidade de
tratamento especial. Cerca de uma em cada seis pessoas infetadas pela COVID-19
fica gravemente doente e desenvolve dificuldades respiratórias.
As pessoas mais velhas e os doentes com
patologias médicas subjacentes, tais como tensão arterial elevada, problemas
cardíacos ou diabetes, têm uma maior probabilidade de desenvolver doença grave.
As
pessoas que ficaram gravemente doentes podem necessitar de atenção especial
mesmo depois de terem sido declaradas aptas para trabalhar.
Existem
algumas indicações de que os doentes com coronavírus podem sofrer uma redução
da capacidade pulmonar após um episódio da doença. Os trabalhadores nessa
situação podem necessitar de adaptar o seu trabalho e podem necessitar de
ausentar-se para se submeterem a fisioterapia.
Os
trabalhadores que tiveram de passar algum tempo nos cuidados intensivos (CI)
podem enfrentar desafios específicos.
O
médico do trabalhador e o serviço de saúde no trabalho, se disponível, devem
aconselhar a forma e o momento do seu regresso ao trabalho:
Fraqueza
muscular. Isto torna-se mais grave quanto mais tempo o doente
estiver nos CI. A redução da capacidade muscular também se manifesta, por
exemplo, em queixas respiratórias. Outro fenómeno comum, mas menos
frequentemente reconhecido, é a síndrome pós-internamento em cuidados
intensivos (SPICS). Isto acontece em cerca de 30 a 50% das pessoas admitidas
nos CI e é comparável a uma perturbação de stress pós-traumático.
Problemas
de memória e concentração. Muitas vezes, estas queixas só se
desenvolvem com o tempo. Depois de alguém começar a trabalhar, isto nem sempre
é reconhecido.
Os sintomas visíveis no trabalho são problemas
de memória e concentração, dificuldade em desempenhar as tarefas de forma
satisfatória e capacidades de resolução de problemas mais fracas. Portanto, é
importante estar atento a esta situação se tiver conhecimento de que alguém
esteve nos CI.
Uma
boa orientação é muito importante, pois é difícil para alguns trabalhadores
voltar ao seu nível de desempenho anterior.
Muito
tempo para retomar o trabalho. Os dados mostram que um
quarto a um terço das pessoas que estão nos CI podem desenvolver problemas,
independentemente da sua idade. Aproximadamente metade dos doentes necessitam
de um ano para retomar o trabalho e até um terço poderá nunca regressar.
Os
médicos da medicina do trabalho e os serviços de saúde estão numa melhor posição
para prestar aconselhamento sobre como cuidar dos trabalhadores que estiveram
doentes e sobre quaisquer adaptações que sejam necessárias no seu trabalho.
Se
não dispõe de um serviço de saúde no trabalho, é importante abordar estas
questões com sensibilidade e respeitar a privacidade e a confidencialidade dos
trabalhadores. Esteja ciente do risco de os trabalhadores que estiveram doentes
com COVID-19 poderem sofrer estigma e discriminação.
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