Os resultados que a seguir se apresentam foram obtidos através do módulo ad hoc “Acidentes de Trabalho e Problemas de Saúde Relacionados com o Trabalho” do Inquérito ao Emprego no 2.º trimestre de 2020.
É a terceira edição deste módulo ad hoc, já realizado em 2007 e 2013.
O módulo ad hoc “Acidentes de Trabalho
e Problemas de Saúde Relacionados com o Trabalho” incluiu três temas:
(1)
Acidentes
de trabalho ocorridos nos doze meses anteriores à entrevista;
(2)
Problemas
de saúde relacionados com o trabalho sofridos nos doze meses anteriores à
entrevista;
(3)
Fatores
no trabalho que podem afetar o bem-estar mental ou a saúde física.
Aceda a esta publicação do INE Aqui.
Principais
resultados – Acidentes de Trabalho:
- De acordo com os resultados do
módulo, 165,1 milhares de pessoas, dos 15 aos 74 anos, tinham tido pelo menos
um acidente de trabalho nos doze meses anteriores à entrevista, representando
3,2% da população empregada, menos 54,3 milhares de pessoas e 0,8% que em 2013.
- Em 2020, a ocorrência de pelo menos
um acidente de trabalho continua a ser referida por mais homens (3,7%) que
mulheres (2,6%), no entanto a diferença entre sexos reduziu-se em relação a
2013.
- Os acidentes de trabalho ocorreram
principalmente em pessoas dos 35 aos 44 anos (3,5%), menos 0,6 % que em 2013
(4,0%). Foi na faixa etária dos 45 aos 54 anos que a percentagem de acidentes
de trabalho mais diminuiu (de 4,6% em 2013 para 3,2% em 2020).
- No 2.º trimestre de 2020, ao
contrário de 2013, os trabalhadores da construção não foram os que mais
referiram a ocorrência de acidentes de trabalho nos doze meses anteriores à
entrevista, registando-se uma diminuição do risco de acidentes nesta atividade,
de 5,8% em 2013 para 4,0%.
- Em 2020, o risco de acidente afetava
principalmente os trabalhadores da agricultura, produção animal, caça, floresta
e pesca e os das indústrias extrativas, transformadoras e produção e
distribuição de eletricidade, gás e água, com 4,3% em ambos os casos.
- O risco de acidente de trabalho, no
2.º trimestre de 2020, atingiu principalmente os operadores de instalações e
máquinas e trabalhadores de montagem, tendo sido 5,3%, e os trabalhadores
qualificados da indústria, construção e artífices, 4,7%.
Principais
resultados – Problemas de saúde relacionados com o trabalho:
- Perto de meio milhão de pessoas dos
15 aos 74 anos (482,5 milhares) referiram ter tido algum problema de saúde
causado ou agravado pelo trabalho, representando 6,9% da população empregada, menos
56,7 milhares de pessoas que em 2013.
- Os problemas de saúde continuam a
afetar principalmente, e de forma crescente, as mulheres: 7,8%, em comparação
com 5,9% no caso dos homens, e agravamento da diferença entre sexos, de 1,5 %
em 2013 para 1,9 % em 2020.
- A existência de problemas é mais
frequente a partir dos 55 anos de idade: 10,7% das pessoas dos 55 aos 64 anos e
9,4% das que tinham 65 ou mais anos.
- No conjunto dos problemas relacionados
com o trabalho, os problemas ósseos, articulares ou musculares no seu conjunto
(os que afetam principalmente as costas, o pescoço, os ombros, os braços, as
mãos, as ancas, as pernas e os pés) foram identificados em 2020, como sendo os
mais graves por 59,9% da população com pelo menos um problema, mais 6,0 % que
em 2013.
- Neste conjunto salientam-se os
problemas ósseos, articulares ou musculares que afetam principalmente as
costas, referidos como o problema mais grave em 2020 por 25,4% da população em análise,
mais frequentemente pelos homens (31,2%) que pelas mulheres (21,4%).
- Os problemas musculosqueléticos do
pescoço, ombros, braços e mãos afetavam 19,5% da população, mais frequentes no
caso das mulheres (23,7%) que no dos homens (13,3%).
- A maior frequência dos problemas de
saúde relacionados com o trabalho foi reportada pelo grupo profissional
agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura, da pesca e da
floresta (10,1%).
Principais
resultados - Fatores no trabalho que podem afetar o bem-estar mental ou a saúde
física
- Do total de pessoas empregadas na
semana de referência, 82,2% indicaram que estavam expostas a fatores que podiam
afetar a saúde física no seu local de trabalho, mais 6,6 % que em 2013.
- Estes fatores continuam a afetar
mais frequentemente os homens (83,5%) que as mulheres (80,8%) e de forma
bastante semelhante os grupos etários até aos 55 anos.
- 54,0% das pessoas empregadas
indicaram que estavam expostas a um fator de risco para a saúde mental no seu
local de trabalho, mais 17,2 % que em 2013.
- Estes fatores afetavam em 2020
ligeiramente mais mulheres (54,8%) que homens (53,3%) e mais frequentemente os
grupos etários dos 35 aos 54 anos.
- Os fatores que foram identificados
com maior frequência foram a forte pressão de prazos ou sobrecarga de trabalhos
(43,1%) e o contacto com pessoas problemáticas, mas não violentas (clientes,
pacientes, alunos, cidadãos, etc.) (37,1%).
0 comentários:
Enviar um comentário