Tradução da secção n.º 4 da publicação da ETUI - "Work, health and Covid‑19: a literature review"
imagem com DRFoi divulgado neste Blog esta publicação recente da ETUI, em que uma das principais secções de análise respeita às Desigualdades no Trabalho e variáveis de saúde. Pela importância desta abordagem, o Departamento de SST assumiu o compromisso de proceder à sua tradução., a qual iremos disseminar faseadamente.
Segue a parte I:
O
impacto do Covid-19 não foi uniforme. As condições e as circunstâncias do
trabalho e do emprego – e as lacunas potenciais relacionadas com as medidas de Saúde
e Segurança no Trabalho – têm impacto na disseminação do Covid-19.
Há
dois aspetos a ter em conta:
(1)
Determinadas profissões correm maior risco, por necessidade de estarem
operacionais no pico da pandemia;
(2)
Algumas profissões são de alto risco devido ao ambiente de trabalho e às
condições de emprego e socioeconómicas conexas. Os dois fatores muitas vezes sobrepõem-se.
Em
certa medida, estes fatores profissionais também determinam os níveis de
exposição, infeção e consequências conexas, que são ainda mais exacerbados
devido à classe, raça, estatuto de migração e posição socioeconómica (Yancy
2020; McClure et al. 2020; Patel 2020).
É o
caso, em particular, dos "trabalhadores-chave" empregados em postos
de trabalho com contextos físicos de alto risco e níveis de proteção social
muito baixos. Esta secção analisa os três fatores distintos, mas
interseccionais, que emergem da nossa análise:
- Condições
de trabalho;
- Condições
de emprego e trabalhadores;
- Caraterísticas
sociodemográficas dos trabalhadores.
Começamos
por olhar para as condições de trabalho físicas, uma vez que estas desempenham
um papel significativo na exposição relacionada com o trabalho: A interação
face-to-face com outras pessoas, os espaços fechados, a falta de ventilação
e/ou saneamento no trabalho são alguns desses fatores.
A
segunda subsecção avalia a forma como os trabalhadores dos setores mais
expostos a estes contextos são também mais propensos a enfrentar outras
vulnerabilidades, como as condições de emprego precárias e outros determinantes
socioeconómicos. As desigualdades estruturais em direitos laborais também criam
um ambiente, onde a propagação da infeção é difícil de controlar.
As
caraterísticas sociodemográficas dos trabalhadores estão sob os holofotes na
terceira subsecção, na qual estudamos a forma como um baixo estatuto socioeconómico,
o género, o fluxo migratório e a etnia se cruzam com o trabalho e o emprego
para se tornar determinantes da saúde e do bem-estar dos trabalhadores.
O
estatuto profissional e as vulnerabilidades estruturais com que estes
trabalhadores se deparam obrigam a escolher entre a saúde e o trabalho e a
sobrevivência.
Nota: tradução da responsabilidade do Departamento de SST da UGT
Aceda à versão original da publicação Aqui.
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