Resumo
A terceira ronda do
inquérito eletrónico da Eurofound, realizada em fevereiro e março de 2021,
esclarece a situação social e económica das pessoas em toda a Europa, após
quase um ano inteiro de restrições impostas pelo COVID-19.
Este relatório analisa
as principais conclusões e acompanha a evolução e as tendências, em curso nos
27 Estados-Membros da EU, desde que o inquérito foi lançado pela primeira vez
em abril de 2020.
Aponta questões que
surgiram ao longo da pandemia, como o aumento da precariedade laboral devido à
ameaça de perda de emprego, ao aumento dos níveis de bem-estar mental, à queda
dos níveis de confiança face às instituições, à deterioração do equilíbrio entre
a vida profissional e ao crescimento do receio e hesitação relativamente às
vacinas. Os resultados do inquérito salientam a necessidade de uma abordagem
holística para apoiar todos os grupos atingidos pela crise, a fim de evitar que
fiquem mais para trás.
Principais conclusões
O bem-estar mental
atingiu o seu nível mais baixo em todas as faixas etárias, desde o início da
pandemia, há mais de um ano. Isso é especialmente proeminente entre os jovens e
os trabalhadores que perderam o emprego.
As desigualdades
existentes estão a aumentar devido ao impacto desproporcional da pandemia sobre
os grupos vulneráveis. As conclusões mostram que as dificuldades em fazer face
às despesas, aumentaram significativamente entre aqueles que já se encontram
numa situação precária.
A satisfação dos cidadãos com as medidas de apoio à crise diminuiu drasticamente, com apenas 12% que sentem que as medidas de apoio são justas, contra 22% de respostas registadas no verão de 2020.
Aqueles que sentiram
que obter apoio foi fácil e eficiente também caíram de 16% no verão de 2020
para 10% na primavera de 2021. Cerca de um em cada dez entrevistados teve um
pedido de apoio financeiro rejeitado.
A confiança nas
instituições diminuiu, especialmente a confiança nos governos nacionais, que
caíram de 4,6% no verão de 2020 para 3,9% na primavera de 2021. A confiança nos
governos nacionais em todos os Estados-Membros diminuiu abaixo dos níveis
registados no início da pandemia. A confiança na UE também caiu, mas permanece
acima da confiança nos governos nacionais.
Mais de um terço das
pessoas que vivem na Europa indicam uma hesitação em relação à vacina COVID-19,
com os homens a revelarem-se mais hesitantes (29%) do que as mulheres (25%).
A hesitação relativamente
às vacinas também está fortemente associada a baixos níveis de confiança e uso
de medias sociais, com países que registam baixos níveis de confiança no
governo registando níveis mais altos de hesitação vacinal.
Os resultados da
pesquisa destacam a necessidade de uma abordagem holística para apoiar todos os
grupos duramente atingidos pela crise, a fim de evitar que fiquem ainda mais
para trás.
Introdução
Para analisar os
efeitos económicos e sociais da pandemia coronavírus, a Eurofound lançou um inquérito online, em larga escala, em
toda a União Europeia (UE) que decorreu em abril de 2020.
Intitulado “Living, working
and COVID-19”, o objetivo deste inquérito era investigar o impacto no bem-estar, saúde e segurança, trabalho e
teletrabalho, equilíbrio de vida e situação financeira.
Até à data, foram realizadas três rondas de inquérito. Lançado em abril de 2020,
quando grande parte da
sociedade europeia foi
encerrada após o
início da crise,
o inquérito propôs-se
aferir os efeitos sociais e económicos imediatos.
Uma segunda ronda ocorreu três
meses depois, em julho de 2020, quando a sociedade em toda a Europa
voltou a reabrir
após o primeiro confinamento.
A terceira e
última ronda ocorreu
em fevereiro e
março de 2021, durante o
ressurgimento de casos COVID-19, levando
a confinamentos adicionais
ou prolongados em
muitos Estados-Membros.
Esta publicação apresenta uma
seleção das principais
conclusões da última
ronda do inquérito
eletrónico e apresenta uma
imagem de como
a situação social e económica dos europeus evoluiu durante
um ano de encerramentos e de restrições.
Embora o rápido desenvolvimento e o lançamento de
vacinas em toda a Europa dê razão
para esperar que o fim
da pandemia seja
agora uma possibilidade real, os atrasos na sua entrega, bem
como os imprevistos riscos
para a saúde
abrandaram o processo de
vacinação, impedindo ainda mais
a reabertura total
da sociedade.
O inquérito é aplicado a qualquer pessoa com
idade igual ou superior a 18
anos com acesso à
internet e, até à data,
foram recolhidas quase 190.000 respostas. Como tal, o inquérito fornece
informações úteis sobre o impacto da
pandemia COVID-19 na vida das pessoas,
permitindo comparações entre países,
diferentes grupos de
inquiridos e, importante,
entre as três
rondas.
A terceira ronda inclui
novas questões sobre a própria experiência das pessoas na doença, atitudes sobre
as vacinas e os programas de vacinação,
a confiança nas empresas
científicas e farmacêuticas e o uso e
a confiança nas redes sociais.
0 comentários:
Enviar um comentário