Após o lançamento do durante o mês de abril, já se encontram disponíveis as primeiras
conclusões que estão agora disponíveis no website da EUROFOUND.
O inquérito visou
entender como a pandemia COVID-19 afetou as pessoas em toda a Europa, com um
ênfase específico em vários aspetos da qualidade de vida, do bem-estar
subjetivo, do emprego, da situação financeira e dos níveis de confiança nas
instituições.
Participaram mais
de 85.000 pessoas em toda a Europa, tendo sido realizadas 62.755 entrevistas
completas.
Os primeiros
resultados mostram uma Europa a lutar para responder à crise causada pela
pandemia COVID-19, com muitos inquiridos a reportarem níveis mais baixos de
otimismo sobre o seu futuro.
Globalmente, as
pessoas mostram alguma diminuição do seu bem-estar e também reportam níveis de
confiança muito mais baixos na UE e nos seus governos nacionais, em contraste
com uma confiança muito maior nos serviços de saúde e na polícia.
Os resultados do
inquérito confirmam também um aumento do teletrabalho e, para um número
crescente de inquiridos, um sentimento de insegurança em relação ao seu
trabalho, com uma diminuição dramática do tempo de trabalho.
Por último, o inquérito
traça um quadro claro da vida das pessoas nos 27 Estados-Membros que viram a
sua situação económica agravar-se e estão profundamente preocupadas com o seu
futuro financeiro.
Está disponível no
site da EUROFOUND uma ficha técnica que contém os detalhes das primeiras
descobertas.
O inquérito
mantém-se online em http://eurofound.link/survey002 e está agendada a
disseminação dos resultados finais em setembro.
Paralelamente, a
Eurofound está a acompanhar a evolução da situação em matéria de medidas tomadas
pelos agentes políticos para combater os efeitos da pandemia nas condições de
vida e de trabalho.
Fornecerá
igualmente análises aprofundadas de tópicos específicos.
Mais informações
podem ser encontradas aqui.
Resumo
No espaço de apenas algumas semanas,
a pandemia COVID-19 causada pelo novo coronavírus transformou radicalmente a
vida de pessoas em todo o mundo. Para além das consequências devastadoras para
a saúde das pessoas diretamente afetadas pelo vírus, a pandemia COVID-19 tem
tido grandes implicações na forma como as pessoas vivem e trabalham, afetando o
seu bem-estar físico e mental de uma forma profunda.
Para entender os efeitos económicos
e sociais imediatos desta crise, a Eurofound lançou um inquérito em larga
escala em toda a União Europeia. Intitulado “Viver, Trabalhar e COVID-19”,o
objetivo do inquérito é investigar o impacto no bem-estar, no trabalho e no
teletrabalho e na situação financeira das pessoas que vivem na Europa.
Inclui uma série de questões
relevantes para pessoas em várias faixas etárias e situações de vida. A maioria
das questões baseia-se no Inquérito Europeu à Qualidade da Vida (EQLS) da
Eurofound e no European Working Conditions Survey (EWCS), enquanto outras
questões são novas ou foram adaptadas de outras fontes, como as estatísticas da
UE sobre o rendimento e as condições de vida (EU-SILC).
Principais conclusões
- Os países mais atingidos pela
pandemia sentem o impacto mais significativo no seu bem-estar. Os resultados de
alguns países são particularmente marcantes, com a satisfação da vida em França
a atingir agora o nível mais baixo, em comparação com os inquéritos realizados
antes da crise.
- Mais de metade dos inquiridos da
UE encontram-se preocupados com o seu futuro em consequência da crise COVID-19,
com apenas 45% a sentirem-se otimistas. Ao contrário dos inquéritos realizados
antes da pandemia, países como a França, a Bélgica, a Itália e a Grécia estão a
ver o otimismo descer abaixo da média da UE.
- As pessoas em toda a UE relatam
níveis de confiança dramaticamente baixos na UE e nos seus governos nacionais,
nomeadamente em vários Estados-Membros tradicionalmente pró-UE, como a França,
a Itália e a Espanha, levantam questões fundamentais sobre a perceção da ação
da UE durante a crise.
- Mais de um quarto dos inquiridos
em toda a EU, nesta fase, reportam a perda de emprego temporariamente (23%) ou
permanentemente (5%), com os jovens mais afetados. Metade dos trabalhadores tem
também o seu horário de trabalho reduzido, especialmente na Roménia, Itália,
França, Chipre e Grécia. Os países nórdicos registaram menos reduções no tempo
de trabalho.
- Quase 40% das pessoas na Europa
reportam a sua situação financeira como pior do que antes da pandemia – o dobro
dos números reportados nas sondagens antes da crise.
- Cerca de metade indica que
as suas famílias não podem pagar as despesas e mais de metade reportam que não
conseguem manter o seu nível de vida por mais de três meses sem um rendimento.
- A situação é ainda mais dramática para três quartos dos desempregados que não
conseguem sobreviver por mais de três meses, com 82% a informar que o seu
agregado familiar tem dificuldade em pagar as despesas.
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