O ESENER 2019 revela as principais preocupações dos
locais de trabalho europeus — as lesões musculoesqueléticos e os riscos
psicossociais.
A Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho
(EU-OSHA) publicou os resultados do seu Inquérito Europeu sobre Riscos Novos e
Emergentes (ESENER) 2019 na véspera do Dia da Europa.
Os resultados dão uma
imagem atualizada da forma como os locais de trabalho europeus estão a gerir a Segurança e Saúde no Trabalho (SST).
Uma síntese informativa apresenta as
principais conclusões do inquérito, destacando os principais fatores de risco
comunicados pelos locais de trabalho, os riscos emergentes e algumas tendências
preocupantes.
A Segurança e Saúde no Trabalho continua a ser essencial
nestes momentos críticos e quanto mais as empresas a tiverem em atenção, melhor
podem recuperar dos efeitos da pandemia.
Pronunciando-se sobre o Inquérito, o Comissário da UE
responsável pelo Emprego e os Direitos Sociais, Nicolas Schmit, afirmou: «A
proteção e a promoção da segurança e saúde no trabalho para os trabalhadores,
as empresas e a sociedade em geral tornaram-se ainda mais vitais nos últimos
meses. Não há dúvida de que as preocupações manifestadas neste estudo foram
agravadas pela crise da COVID-19. Precisamos de redobrar os nossos esforços
para atender às questões relacionadas com a saúde mental dos trabalhadores e
fazer face aos desafios colocados pela digitalização dado o acentuado aumento
recente do teletrabalho. O futuro quadro estratégico em matéria de saúde e
segurança no trabalho constituirá a oportunidade de abordar estas questões».
Christa Sedlatschek, diretora-executiva da EU-OSHA,
salienta que «durante a atual crise de COVID-19, todas as empresas, independentemente
da sua dimensão, estão a enfrentar graves problemas económicos. No entanto, a
segurança e saúde no trabalho continua a ser essencial nestes momentos críticos
e quanto mais as empresas a tiverem em atenção, melhor podem recuperar dos
efeitos da pandemia. O ESENER é um recurso inestimável a que os responsáveis
políticos e os locais de trabalho podem recorrer para garantir uma prevenção
eficaz baseada em evidências».
Os resultados do inquérito revelam que as lesões
musculoesqueléticas (LME) e os riscos psicossociais são os problemas mais
frequentemente comunicados pelos locais de trabalho europeus. Os movimentos
repetitivos da mão ou do braço (comunicados por 65 % dos locais de trabalho no
UE27_2020), os períodos longos na posição sentada (61 %) — um novo tema
abordado no inquérito — e ter de lidar com as exigências de clientes, doentes,
alunos, etc. (59 %) são os três riscos mais frequentemente referidos.
O inquérito explora igualmente a forma como as empresas
abordam estes riscos e identifica algumas tendências preocupantes. Por exemplo,
apesar da percentagem de locais de trabalho que apresentam riscos de LMS ser
elevada, desde 2014 houve uma ligeira diminuição da sua prevalência nos que
adotam medidas para prevenir tais riscos. Além disso, apenas 29 % das empresas
declaram que tomariam medidas para impedir os trabalhadores de trabalhar
durante horários demasiadamente longos a fim de gerir os riscos psicossociais.
Algumas empresas declaram não ter quaisquer fatores de
risco. Isso acontece em especial com as pequenas empresas — quanto mais pequena
é a empresa, tanto mais provável é que indique a inexistência de fatores de
risco, em particular de riscos psicossociais, o que evidencia uma preocupante
falta de sensibilização para este tipo de riscos. A relutância em falar
abertamente sobre os problemas parece ser o principal obstáculo ao combate
contra estes riscos.
O ESENER 2019 põe em evidência outras questões de SST que
suscitam preocupação. Mais de um terço dos locais de trabalho da UE declara não
ter nenhuma forma de representação dos trabalhadores, e mais de um terço refere
a falta de tempo ou de pessoal como um obstáculo à gestão da SST. Entre 2014 e
2019, a percentagem de locais de trabalho que referiram uma visita da Inspeção
do Trabalho nos 3 anos anteriores diminuiu em quase todos os países.
A questão emergente da digitalização e do seu impacto na
saúde e segurança dos trabalhadores é incluída pela primeira vez no ESENER
2019. Ficamos a saber, por exemplo, que apenas 24 % dos locais de trabalho que
utilizam tecnologias digitais referem ter debatido o potencial impacto dessas
tecnologias na segurança e saúde dos seus trabalhadores. Entre os efeitos
possíveis que foram debatidos, a necessidade de formação contínua para
atualização das competências surge em primeiro lugar (77 % dos locais de
trabalho no UE27_2020), seguida de uma postura sentada durante muito tempo (65
%) e de uma maior flexibilidade para os trabalhadores em termos de local de
trabalho e de tempo de trabalho (63 %).
Os projetos da EU-OSHA na área dos riscos associados à
digitalização têm por objetivo garantir que os decisores políticos e os locais
de trabalho dispõem das informações necessárias para tirar partido dos
benefícios da evolução tecnológica, protegendo, simultaneamente, os
trabalhadores. A digitalização será igualmente o tema central da campanha
«Locais de trabalho seguros e saudáveis» da EU-OSHA de 2023, no âmbito da qual
a Agência contará com a colaboração dos seus parceiros para chamar a atenção
para as oportunidades e os riscos associados à digitalização.
Hiperligações:
Visite a visualização de dados referentes ao ESENER para explorar os dados de 2009 e 2014 (os
resultados de 2019 estarão disponíveis em breve)
Fonte: Comunicado da OSHA
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