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terça-feira, 24 de novembro de 2020

Cancro Ocupacional - Um Guia para o local de trabalho - parte I

 

No âmbito da Campanha sobre prevenção do cancro relacionado com o trabalho que teve a sua evidência maior no desenvolvimento do Webinar Internacional realizado a 5 de novembro, o Departamento de SST, ciente que a nível nacional não se tem produzido muita informação sobre a temática do cancro relacionado com o trabalho, principalmente com enfoque sindical, procedeu à tradução deste Guia da TUC ( O Trades Union Congress é um sindicato nacional central, uma federação de sindicatos do Reino Unido, que representam a maior parte dos sindicatos).

 

Pela pertinência da temática e bem assim, indiscutível qualidade da publicação, vamos publicar no nosso blog faseadamente a tradução realizada.

parte I


O que é o Cancro?


O cancro não é uma doença única com um único tipo de tratamento. Existem mais de 200 tipos diferentes de cancro que afetam diferentes partes do corpo. Os cancros ocorrem quando as células novas começam a crescer de uma forma descontrolada, desenvolvendo-se um nódulo ou um tumor. Estes tumores podem ser benignos ou malignos. Se for benigno, as células não se espalham para outras partes do corpo, mas se for maligno, o tumor pode disseminar-se para além da área original. “Cancro” é o nome dado a um tumor maligno. Se o tumor não for tratado, ele pode espalhar-se para os tecidos circundantes.


Às vezes, as células separam-se do cancro original e espalham-se para outros órgãos do corpo através da corrente sanguínea ou do sistema linfático. Quando as células cancerosas atingem uma área nova, elas dividem-se e formam um novo tumor.


Os cancros podem desenvolver-se devido a uma ampla gama de razões. Estas incluem a exposição à radiação - tanto de materiais radioativos como do sol - infeções por determinados vírus, defeitos genéticos, enfraquecimento do sistema imunológico, idade, má alimentação e exposição a agentes químicos cancerígenos. Estas substâncias cancerígenas danificam as células e tornam-nas mais propensas a degenerar em cancerígenas. Existe um número significativo de produtos químicos que podem ser encontrados nos locais de trabalho, incluindo o fumo de tabaco, as fibras de amianto, a exaustão de diesel e radiações.


Embora alguns tipos de cancros pareçam desenvolver-se sem razão aparente, a maioria é resultado da exposição a agentes cancerígenos, a problemas associados ao estilo de vida, a defeitos genéticos, à idade ou a uma combinação destes diversos fatores. Os agentes cancerígenos danificam as células e tornam-nas mais propensas a tornarem-se cancerígenas.


Este folheto trata principalmente de cancros causados por exposições resultantes do trabalho.

 

Números do Cancro


Cerca de um quarto de milhão de pessoas são diagnosticadas com cancro, a cada ano, sendo estimado que este número suba para quase 300.000 até 2020. As estimativas de quantos cancros são causadas pelo trabalho variam consideravelmente. Isto porque, se os trabalhadores desenvolveram cancro do pulmão, por exemplo, é impossível dizer se eles o desenvolveram porque foram expostos a agentes cancerígenos no trabalho, como o amianto, ou se foram expostos ao gás radónio na sua casa, ou se existe alguma outra causa para o surgimento desse problema de saúde.


No entanto, é possível estimar números com base nos níveis de determinados tipos de cancro entre pessoas que trabalham com determinados produtos químicos ou que estão expostos a outros agentes cancerígenos.


Estima-se que 23% dos trabalhadores na Europa estão expostos a algum tipo de agente cancerígeno. Um trabalho de investigação realizado há 15 anos estimou que, no Reino Unido, as taxas de exposição dos trabalhadores eram as seguintes:


• Radiação Solar - 1,3 milhões

• Sílica Cristalina - 600.000

• Rádon - 600.000

• Partículas de diesel - 470.000

• Pó de madeira - 430.000

• Benzeno - 300.000

• Dibromoetano - 280.000

• Compostos de chumbo - 250.000

• Cromo V1 - 130.000

 

O HSE estimou que há cerca de 13.500 novos casos de cancro causados pelo trabalho todos os anos, com mais de 8.000 mortes registadas. Esta é, provavelmente, uma subestimativa do número real, porque há muitas ligações entre o trabalho e o cancro que ainda são apenas suspeitas, mas ainda não comprovadas. Os números do HSE listam apenas aqueles onde existe uma ligação provável.


Outra razão para a falta de dados precisos sobre o cancro no local de trabalho é que é quase impossível afirmar que o cancro num indivíduo é causado pela exposição a um produto químico específico, vírus ou um tipo de radiação. Mesmo que a ligação possa ser demostrada, como a ligação entre o cancro de pele e a exposição excessiva ao sol, provar que a sua causa é de origem ocupacional é, novamente, muito difícil, pois o trabalhador pode também ter estado exposto ao sol, por exemplo no seu período de férias. Os números também não incluem as mortes causadas pelo álcool e pelo tabaco nos trabalhadores que consomem devido a pressões no trabalho.


O TUC estima que o nível real, provavelmente, será bem mais de 20.000 casos por ano, com 15.000-18.000 mortes.

 

O importante não é se o número de mortes é de 8.000 ou de 18.000. O importante é garantir que todos os cancros ocupacionais sejam evitáveis.


Há um grande número de indivíduos que desenvolvem cancros que são tratáveis, mas que podem afetar seriamente a sua qualidade de vida.


As taxas de sobrevivência dos cancros variam consideravelmente. Alguns, como o mesotelioma (cancro do pulmão causado pela exposição ao amianto), são sempre fatais. A maioria, no entanto, é tratável, e alguns deles são geralmente bem-sucedidos no tratamento.


Nota: tradução da responsabilidade do Departamento de SST da UGT


Aceda à versão original Aqui.


 


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