No âmbito da Campanha sobre prevenção do
cancro relacionado com o trabalho que teve a sua evidência maior no
desenvolvimento do Webinar Internacional realizado a 5 de novembro, o
Departamento de SST, ciente que a nível nacional não se tem produzido muita
informação sobre a temática do cancro relacionado com o trabalho,
principalmente com enfoque sindical, procedeu à tradução deste Guia da TUC ( O
Trades Union Congress é um sindicato nacional central, uma federação de sindicatos
do Reino Unido, que representam a maior parte dos sindicatos).
Pela
pertinência da temática e bem assim, indiscutível qualidade da publicação,
vamos publicar no nosso blog faseadamente a tradução realizada.
parte
III
Estratégia sindical para eliminar o fardo do cancro profissional
Os
sindicatos têm estado na vanguarda da campanha contra a utilização de agentes
cancerígenos no local de trabalho. Muitas substâncias que os empregadores
diziam ser seguras só foram reconhecidas como perigosas porque os sindicatos
sublinharam o facto de os trabalhadores estarem a morrer em consequência da
exposição, ou porque os sindicatos têm realizado uma campanha pela sua
proibição ou controlo. Um exemplo é o amianto, que mata 4.000 trabalhadores por
ano, mas que os empregadores afirmaram ser seguro até à década de 1980 (alguns
ainda afirmam que é seguro até hoje).
O
objetivo dos sindicatos é que não haja exposição no local de trabalho a
qualquer coisa que cause cancro. Sempre que possível, isso significará a
remoção total dos agentes cancerígenos do local de trabalho. Em alguns casos
isso não é prático, mas nestes casos o trabalhador deve ser totalmente
protegido contra a exposição. Exemplos de onde um agente cancerígeno não pode
ser removido, mas onde a exposição dos trabalhadores a um determinado risco
pode ser removida incluem radiografistas com radiação, trabalhadores de
pedreiras com sílica e mecânicos de autocarros com escape diesel.
Descobrir onde os agentes cancerígenos se encontram
O
primeiro passo deve ser saber a que agentes cancerígenos estão expostos. A
lista principal de substâncias cancerígenas é elaborada pela Agência
Internacional de Investigação do Cancro (IARC). Esta lista contém todos os
perigos que foram avaliados até à data, de acordo com o tipo de perigo e com o
tipo de exposição. Existem vários agrupamentos.
O
TUC considera que todas as substâncias dos grupos 1 e 2A devem ser retiradas do
local de trabalho ou, se tal não for possível, a exposição deve ser totalmente
controlada. Deve também ser-se necessário ter cuidado para evitar a exposição a
substâncias do grupo 2B.
Os
representantes para a Segurança e Saúde no Trabalho devem ser encorajados a
pedir ao seu empregador uma lista de todos os agentes cancerígenos conhecidos
de classe 1, 2A e 2B, a que os trabalhadores são suscetíveis de serem expostos
como parte do seu trabalho.
De
acordo com a pesquisa da HSE, os maiores responsáveis para as mortes por
cancro, no Reino Unido, foram o amianto, seguidos por óleos minerais, radiação
solar, sílica e gases de motor diesel. Um grande número de trabalhadores
encontra-se potencialmente exposto a mais de um agente cancerígeno, em
particular na indústria da construção, mas também na indústria transformadora,
transportes, pintura, soldadura e têxteis.
Grupo
1:
O agente é cancerígeno para os seres
humanos.
Grupo
2A: O
agente é provavelmente cancerígeno para os seres humanos.
Grupo
2B: O
agente é possivelmente cancerígeno para os seres humanos.
Grupo 3:
O
agente não é classificado quanto à sua carcinogenicidade para com os seres
humanos.
Grupo
4: O agente provavelmente não é cancerígeno para
os seres humanos.
A
lista pode ser consultada em: https://monographs.iarc.fr/agents-classified-by-the-iarc/
No
entanto, se o seu empregador lhe facultar uma lista, por favor, olhe-a com alguma
desconfiança e verifique se inclui todas as questões relativas a esta
problemática.
Por
exemplo, se é um representante de segurança e saúde num hospital, a lista
inclui um possível risco de hepatite viral? O seu empregador sabe mesmo se
existe amianto no edifício? Incluíram o risco do trabalho ao sol para os
trabalhadores que desenvolvem atividade ao ar livre?
Também
alguns produtos químicos podem ser conhecidos apenas pela sua marca e não pelo
nome que lhes é dado na classificação IARC, ou podem ser misturados com outros
agentes. Por conseguinte, os representantes para a segurança e saúde devem
solicitar cópias das folhas de dados de segurança para todos os produtos
químicos e misturas químicas utilizados para garantir a inclusão de todos os
possíveis agentes cancerígenos.
Os
representantes para a SST devem também procurar a garantia de que não serão
introduzidos novos agentes cancerígenos no local de trabalho sem haver consulta
e acordo com os sindicatos. Os sindicatos só devem concordar quando não houver
outras alternativas e os trabalhadores estiverem totalmente protegidos de
qualquer contacto com a substância.
Nota: tradução da responsabilidade do Departamento de SST da UGT
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